sexta-feira, 18 de abril de 2008

Transpor

Um rapaz pede a atenção do ônibus
Diz ser flautista
Precisar muito de dinheiro
Precisar pagar o aluguel atrasado
Ser de uma família humilde do interior
Em seguida leva a flauta á boca
E toca belissimamente
Não lembro a música
Sei que era divina
Troca de flauta
Executa outra canção
Bela quão a primeira
A apresentação leva poucos minutos
Sai recolhendo o dinheiro
Duas pessoas o ajudam
Tão sem dinheiro quanto ele
Eu continuo sem nenhum
Infelizmente não posso ajudá-lo
Uma Senhorinha da frente pede que ele toque de novo
O rapaz se alegra e executa outra canção
O ônibus observa atentamente
A flauta é doce e leve
Chegou meu ponto
O flautista desce no mesmo
Não poderia perder a oportunidade de conversar-lhe
Pergunto por que optou pela flauta
Diz ter optado porque seu pai é flautista

5 comentários:

Pablo disse...

sinceramente, essa poesia poderia ser um texto, uma crônica.
Te daría muito mais capacidade de expressão sobre um fato interessante, que na minha opinião você descreveu quase que sem poesia ou lirismo. Não gostei da poesia, mas lembrei de outros artistas de ônibus que ouvi, vi, cheirei, e me trouxe bos lembranças.
Num texto normal você podia se aprofundar em descrições que na poesia podem parecer excessivas. Sei lá, uma opinião.
Abraço e saúde!

Pablo disse...

relendo, acredito que primeira metade subiu na minha avaliação, principalmente os primeiros versos...
Eu preferia que voce pontuasse sua poesia, ficam muito ambiguas e sem ritmo, perde-se o fio da meada, pela variedade de interpretações, algumas as quais depois se mostram ridículas e exigem releituras e reinterpretações.
Por favor, tome como uma opinião de quem admira.

Unknown disse...

é, eu gosto de obras sem pontuação, seja poesia, seja prosa seja uma obra.
A leitura propicía vc viajar, tao longe qt sua cabeca possa te levar, a pontuação nao deixa de ser uma forma de organizar e encaminhar as ideias... livres delas, vc pode ir como e aonde quiser, alcançando muitas vezes resultados distintos dos esperados por seus criadores.

Pablo disse...

A quantidade de interpretaçoes que se pode fazer de uma poesia segue sendo infinita mesmo quando limitada por uma melhor ordenaçao do pensamento, que já é desde sempre desordem pura, quando alheio.
As pontuações, além de ser necessárias para que o texto nao seja apenas um conjunto de palavras sem sentido, possibilitam uma gama de representações e jogos fonéticos que são impossíveis em um texto absolutamente não pontuado.
Depois dessa viadagem de expressão, lembro que o gosto por poesias nao pontuadas é totalmente livre e inclusive positivo para quem o tem. Assim que Zeca tá mais do que certo em preferir a parada do jeito que ele quiser.

Unknown disse...

véi vc é muito figura Sr. sinistro! é que autores q utilizam desta forma louca de escrever me fascinam, veja exemplo de joao Ubaldo, que nao utiliza pontucaoes de forma convencional, em alguns de seus livros, assim como saramago, que vc tem q se desdobrar para entender o que esta se passando...
Como diria o poeta, gosto é igual a cú! (e por que nao cú mesmo?)
hehe abracos puto fish