domingo, 30 de novembro de 2008

"Tive, sim"- Salve Cartola

Tive, sim
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz
Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou
Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Pois não pretendo amor te magoar

George Diniz, louco e poeta por natureza

Sou aquele que se mostra,
Sem se ver;
Sou o perdido para mim,
Mas não sou você;

Aquele que rasteja,
Sem pedir,
Que se emociona,
Sem sentir;

Sou um mundo devasso
Restrito à uma existência,
Que se debate em loucuras,
Sem se permitir à consciência

Sou vago feito a neblina,
Um punhado de dúvidas,
Um louco amor fadado à não amar,
Daqueles que se queixam,
Pois tudo dariam,
mas não se atreve.

Sou aquele que rima,
Mas sem nexo,
Aquele que rir, desconvexo,
Aquele deposto por alguns momentos,
tomado de seu trono
Pelos próprios ventos.

Ah, sou aquele que vibra
Ante o gozo - de mais uma cria,
De mais um esforço.

Sou o imperfeito em completa Perfeição,
Sou uma puta à rolar seus seios
Em devassidão;

Sou aquele ser sereno em horas Vagas,
Para gozar de meu
Antagonismo sem queixas,
Pois explodo sem cessar,
Quando algo não se curva,
Quando algo em mim se enturva.

É o conflito da própria existência?
Prefire pensar em degenerência?
Não sooa bom em todos ouvidos,
mas que importa, se estão
todos dormindo.

O duro não é aguentar encerrar-se
em uma prisão tão limitada,
pois meu corpo é meu meio
para outras alçadas;
não me perco em tamanha
estultice,
quero é mais, quero é vida,
quero é sangue, quero é pistas,
quero é suor, quero é azia,
pois meu gosto é a mostra
de minha mais pura ousadia.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Incra entra com pedido de reintegração de sede nesta sexta

Deodato Alcântara, do "A Tarde"


A Superintendência Regional do Incra, na Bahia, entra, nesta sexta-feira, 21, com pedido de reintegração de posse da sua sede, invadida e ocupada desde a madrugada de terça-feira por centenas de integrantes de entidades que protestam por Reforma Agrária.

A ação, que será protocolada na Justiça Federal, visa à desocupação da sede da autarquia federal, situada no Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde se encontram militantes de pelo menos oito organizações que reúnem assentados e acampados de várias regiões do Estado, algumas delas vinculadas à Igreja Católica.

De acordo com nota oficial do Incra, a decisão considerou que os trabalhadores rurais que estão nas dependências do prédio não apresentaram pauta de reivindicação para que o a superintendência regional “atue em seu favor”. Além disso, diz a nota, “os servidores não estão exercendo suas atividades, o que prejudica o andamento do Programa Nacional de Reforma Agrária”.

A instituição afirmou que os prazos para processos de desapropriação estão sendo perdidos, o que prejudica o assentamento de famílias no Estado. “Com o fim do exercício de 2008, o Incra/BA ainda irá empenhar R$ 40 milhões em créditos em benefício de Projetos de Assentamento (PAs)”, conclui.

Estão acampados na sede do Incra, integrantes da Ceta (Defesa dos Assentados e Acampados), MLST (Movimento de Luta dos Sem-Terra), MLT (Movimento Luta pela Terra), MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), OTL (Organização Trabalho e Liberdade), MTR (Movimento dos Tralhadores Rurais), MRC (Movimento de Resistência Camponesa) e da Fatres (Federação dos Assentados).

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sessão PUTA-Q-PARIU




4 poemas de Manuel Bandeira, do livro "BELO BELO"

"O LUTADOR"
>
Buscou no amor o bálsamo da vida,
Não encontrou senão veneno e morte.
Levantou no deserto a roca-forte
Do egoísmo, e a roca em mar foi submergida!
>
Depois de muita pena e muita lida,
De espantoso caçar de toda sorte,
Venceu o mostro de desmedido porte
- A ululante Quimera espavorida !
>
Quando morreu, línguas de sange ardente,
Aleluias de fogo acometiam,
Tomavam todo o céu de lado a lado.

E longamente, indefinidamente,
Como um coro de ventos sacudiam
Seu grande coração transverberado!
>
30 de setembro – 1º. De outubro de 1945.

"BELO BELO"
>
Belo belo minha bela
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto
Quero quero
Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco
Quero quero
Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdad e Cusco
Quero quero
Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa
Quero quero tanta coisa
Belo belo
Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero

"CÉU"

A criança olha
Para o céu azul.
Levanta a mãozinha.
Quer tocar o céu.

Não sente a criança
Que o céu é ilusão:
Crê que o não alcança,
Quando o tem na mão.

"O BICHO"

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

A surpresa é infinita
É a dona do futuro
.
Ela é a graça do palhaço
E também a desgraça do enfermo
.
Temê-la é temer a vida
Desacreditá-la é temer a Deus,
É sonhar com o destino
.
- Surpresa! Me achei poeta...
- Surpresa! Me sinto tão incompetente...

Dedicado à namorada de Napoleão!


À primeira vista
Só há distância
Perfis de pessoas
Cachorros vira-latas
Moda
Hierarquia
...

A caridade soa mal-intencionada
O respeito aparenta fraqueza
O amor traz consigo a ambição
O afeto é fingido
A amizade é um negócio a mais
...
Os conceitos murcharam
Ou encheram de entulho

À segunda
As idéias falarão

Primeiro treino sob o comando do Maradona


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Poeta: Maria Cecília...

A poesia é um choro escrito
um silêncio lido
um aperto íntimo....
É esperança ínfima
revivida infância
constante lembrança...
É um estar sozinho e acompanhado de cenas mundanas....
É a dor do filho, do pai, do amigo, é a velha dor que não sara...
É o querer constante de certos amantes, é o nao ter inaceitável dos pequenos infantes
é o não ouvido e passado adiante
É o amor perpétuo, suado, escaldante...
É a música clássica que escrevo sorrindo, é meu choro engolido, calado, reprimido
É meio descontentar-se, revolto, aflito
É minha revolta consentida, calada.
Como faca estancada.....
É meu pai ausente, discrente, carente
meu avô querido, saudoso, esquecido...
Meus tempo de criança, as viagens, a dança....
minha mágoa cravada em intolerância....

Ah! A poesia...é o meu íntimo exaltado em segundos
é a minha alegria decifrada em minutos
é a arte da vida de escrever sobre os muitos dos meus sonhos de vida que eu trago escondida.....
É um questionar-se e já aceitar-se
a beleza da arte viva em realidade
é o prazer da vida pela escrita, pelas coisas da vida
é a certeza da morte como certeza, não como saída........
É riso fácil, despudorizado desejo calado, presente, ausente angústia vomitada, sem hora marcada, alívio constante, eterno, vibrante...
É o bater palmas sarcásticas, sem graça
Fazer-se de santo, poeta malandro
vingar-se num verso, poeta perverso
clamar o amor em rimas e versos, poeta esperto!
Choro protelado, guardado com cuidado depois de lida, apreciada, jamais esquecida
vaidade saudável em cadernos e rimas
prazer satisfeito
dor escolhida......
A poesia eh minha vida, minha água, minha sina
é o meu abstrato, meus sonhos metafóricos, vividos, sonhados
meu fogo que queima e me faz curado
minha dor gritada em versos largados, sem nexo sem rumo....
não importa, eu sou um poeta!
Muito obrigado!

sábado, 15 de novembro de 2008

Poetiza: Maria Cecília, minha inspiração

Meu nome é química
Prazer!
Não tente
Não mudo
Sou ser componente
Sou fórmula e estudo
Reajo, previsível
Visto que sou exato fruto
Se música fosse
Meu nome seria composto de versos
Idéias, poesia
Eu preferiria
Seria utopia!
Existo?
Sou vista!
De fora vazia
Mas dentro sou suja
Com muito orgulho, diria
Sou boa, verdade
Mentiras também
Sou um personagem
Mas sofro porém

Porquinho-da-Índia (do livro "Libertinagem")

Manuel Bandeira


Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...

- O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.


Está de noite
Respiro o silêncio do bairro
Em oposição aos meus seios

É hora de repassar os dias
Analisar a vida que corre menstruada

Rememoro o descuido
Pessoas vistas e cumprimentadas
Seus parafrasismos e gestos
Minhas constantes viagens

Pinço quereres forças olhos
Admiro certos dizeres
Questiono minha facilidade em admirar
Novamente pinço

Esboço poemas
Retraço teoremas deixados de lado
Algarismo flertes
Ganho realizações
Perco intimidades

Atalho de flores e campos
É madrugada

sexta-feira, 14 de novembro de 2008


Meus dentes se partiram
E da boca voaram trinta e tantos passarinhos
Freneticamente famintos
A bicar bochechas, couro, paredes

Era a mãe daquelas aves
E como tal
Foi meu dever alimentá-las
Prover-lhes o pão
Triturar-lhes o milho, ainda que banguela

Nutria minha fome
O desejo de vê-los livres
Impetuosos pelo céu
Gratos e esquecidos destas mãos

E assim aconteceu!

Nesse fim de primavera
Dou novo norte à vida
Pois dentro em breve
Das unhas afiadas
Eclodirão pequeninas serpentes
Frias e arredias
A procurar passarinhos

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Estréia de filme sobre Allende: celebra centenário do Presidente chileno deposto por golpe militar

A Sala Walter da Silveira abriga a estréia do documentário de longa-metragem Buscando a Allende, do cineasta argentino Carlos Pronzato. A exibição no dia 21 de outubro (terça-feira), às 20 horas, no cinema cult dos Barris, será simultânea à data da mostra de um trecho do filme no plenário do Senado Federal, que realiza ato em homenagem ao centenário de Salvador Allende, o presidente do Chile deposto por golpe de militares, também num trágico 11 de setembro, no ano de 1973.
O filme de Pronzato reflete a busca do diretor para revelar se Allende nasceu em Valparaíso ou em Santiago. "A busca se dá não apenas para tentar descobrir a sua cidade natal, mas principalmente abordar as dificuldades de Allende para levar adiante o seu projeto político de transformação social e das causas da trágica queda da via chilena ao socialismo", diz o documentarista, também poeta, diretor e ator de teatro.
Na trilha de desvendar a verdadeira cidade de nascimento de Allende, o cineasta colhe depoimentos de jornalistas, ex-ministros, funcionários e amigos íntimos do presidente. Entre os entrevistados figuram Carmen Lazo, dirigente histórica do Partido Socialista; Víctor Pey, refugiado espanhol desde 1939 e íntimo amigo de Salvador Allende; Jacques Chonchol, ex-Ministro de Agricultura durante a Reforma Agrária; Juan Carlos Concha, ex-Ministro da Saúde , responsável pela mais popular das famosas 40 medidas do governo, a da entrega diária do meio litro de leite para todas as crianças chilenas; Mireya Baltra, ex-ministra do Trabalho, entre outros.
Buscando a Allende foi realizado no final de 2007 e início deste ano, e resultou numa obra de 70 minutos que passa na tela da Walter da Silveira em exibição com legendas em português, depois de ter sido vista em sessão da última versão da Jornada Internacional de Cinema da Bahia.
Pronzato reúne já mais de três dezenas de realizações do gênero documental que abordam os movimentos sociais, operários e populares, no cenário latino-americano, além de focalizar seus líderes máximos. De Che Guevara ao panelaço argentino, dos conflitos envolvendo o gás boliviano às ações do MST no Brasil, e de experiências de gestão operária em fábrica têxtil na Argentina à revolta de estudantes em Salvador para barrar o aumento de passagens de ônibus, tudo entra no campo de interesse da pesquisa e do registro audiovisual deste peregrino e sua câmara itinerante.

Fórum de Música, Mercado e Tecnologia

O quê: Mesa de Abertura, Coquetel e Pocket Show de Chico Correa (PB)
Quando: 12/11, 20h às 22h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Oficina - Como Organizar a sua Produção Musical
Palestrante: Jamile Vasconcelos (FUNCEB)
Quando: 13, qui, 9h às 11h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Organizações Associativas na Música
Palestrantes: Pablo Capilé/Espaço Cubo (MT), Carlos Zimbher/Cooperativa de Música de São Paulo (SP), Dudoo Caribe/Miniestéreo Público (BA), Sandra de Cássia/ACCRBA e João Reis/IMÃ - BA (SEBRAE)
Mediador: Mário Sartorello (IRDEB)
Quando: 13, qui, 14h às 16h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Exportação de Música da Bahia: quadro atual
Palestrantes: Luciana Vasconcelos (Produtora), Verônica Aquino (Páginas do Mar) e Ruy Cezar (Mercado Cultural)
Mediador: Ivanna Soutto (Pelourinho Cultural)
Quando: 13, qui, 16-18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O que: Mesa - Conexão América do Sul: BAFIM- Buenos Aires Feria Internacional de la Musica
Palestrantes: a confirmar
Quando: 13, qui - 17h30 às 19h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: II Encontro da Rádio Educadora
Quando: 13, qui, às 19h30
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Oficina - O Empreendedor da Música em Rodada de Negócios
Palestrante: Eraldo Santos (SEBRAE)
Quando: 14, sex, 9h às 11h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Nordeste Independente: Feiras e Festivais
Palestrantes: Paulo André/Porto Musical - Abril pro Rock (PE), Jomardo Jomas/MADA (RN), Ivan Ferraro/Feira do Ceará (CE)
Mediador: Messias Bandeira (Boombahia)
Quando: 14, sex, 14h às 16h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Jornalismo Musical - Tecnologia da informação em Música
Palestrantes: Bruno Nogueira (PE), Chico Castro (A Tarde) e Bruno Maia (RJ)
Mediador: Luciano Matos (ElCabong)
Quando: 14, sex, 16h às 18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Oficina - Novos Rumos da Guitarra Baiana
Palestrantes: Morotó Slim/ Gabriel Dominguez / Aroldo Macedo
Mediador: Roberto Barreto (Rádio Educadora)
Quando: 14, sex, 16h às 18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Show da Orquestra Contemporânea de Olinda (PE), Wado (AL) e Quixabeira da Lagoa da Camisa (BA)
Quando: 14, sex, 20h às 23h30
Onde: Largo Pedro Arcanjo - Pelourinho

O quê: Oficina - Exportação de Música para o Mercado Europeu
Palestrante: Marc Régnier (FRA)
Quando: 15, sáb, 9h às 11h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Novas Formas de Distribuição em Música
Palestrantes: Reinaldo Pamponet/Eletrocooperativa (SP), Eduardo Peixoto/Toca Aê (PE), Tiago Carandina/My Space (SP), James Lima/Music News (SP)
Mediador: Gilberto Monte (FUNCEB)
Quando: 15, sáb, 14h às 16h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Linhas de Crédito para Música
Palestrante: João Paulo Matta/Desenbahia, Antônio de Almeida/Banco do Brasil, Joací Silva/BNB
Mediador: Dora Parente (SEBRAE)
Quando: 15, sáb, 16h às 18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Oficina - Gestão da Propriedade Intelectual
Palestrante: Caio Mariano (SP)
Quando: 15, sáb, 14h às 18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

Encerramento
O quê: Cidadão Instigado (CE), The Baggios (SE) e Subaquático (BA)
Quando: 15, sáb, 20 às 23h30
Onde: Largo Pedro Arcanjo (Pelourinho)

Shows em homenagem ao Dia Nacional do Músico
O quê: Cascadura (BA), Vanguart (MT) e Móveis Coloniais de Acaju (DF)
Quanto: R$ 2 e 1
Quando: Sábado 22 – 20h
Onde Largo Pedro Arcanjo (Pelourinho)

O quê: Matiz (BA), Silvia Machete (RJ) e Mallu Magalhães (SP)
Quanto: R$ 2 e 1
Quando: Sábado 29 – 20h
Onde: Largo Pedro Arcanjo (Pelourinho)

COISAS QUE NINGUÉM CONTA PRA GENTE!

*Serviço 102(Informações* *)**

Quando você precisar do serviço 102, que custa R$ 2,05, lembre-se que agora existe o concorrente que cobra apenas R$ 0,29 porinformaçãofone 0300-789-5900.
Para informações da lista telefônica, use onº 102030 que é gratuito, enquanto que o 102 e 144 são pagos e caros.

*Correios*

Se você tem por hábito utilizar os Correios, para enviar correspondência,observe que se enviar algo de pessoa física para pessoa física, num envelopeleve, ou seja, que contenha duas folhas mais ou menos, para qualquerlugar/Estado, e bem abaixo do local onde coloca o CEP escrever a frase'Carta Social', você pagará somente R$0,01 por ela.
Isso está nas Normas afixadas nas agências dos correios, mas é claro quenão está escrito em letras graúdas e nem facilmente visível. O preço que sepaga pela mesma carta, caso não se escreva 'Carta Social',conforme explicado acima custará em torno de R$0,27 (a grama). Agora imaginem no Brasil inteiro, quantas pessoas desconhecem este fato e pagam valores indevidos porumacarta pessoal diariamente?

*Telefone Fixo para Celular*

Se você ligar de um telefone fixo da sua casa para um telefone celular, serácobrada sempre uma taxa a mais do que uma ligação normal, ou seja, decelular para celular. Mas se acrescentar um número a mais, durante adiscagem, lhe serácobrada apenas a tarifa local normal.
Resumindo: Ao ligar para um celular sempre repita o ultimo dígito donúmero.
Exemplos:
9XXX - 2522 + 2
9X7X - 1345 + 5
Atenção: o número a ser acrescido deverá ser sempre o último número dotelefonecelular chamado !

*Serviços bancários pela Internet*

Para quem acessa o Home Banking de casa. Vale a pena ler e se prevenir.
Quando for fazer uso dos serviços bancários pela internet, siga as 3 dicasabaixo para verificar a autenticidade do site:
1 - Minimize a página. Se o teclado virtual for minimizado também, estácorreto. Se ele permanecer na tela sem minimizar,é pirata! Não tecle nada.
2 - Sempre que entrar no site do banco, digite SUA SENHA ERRADA na primeiravez . Se aparecer uma mensagem de erro significa que o site é realmente dobanco, porque o sistema tem como checar a senha digitada. Mas se digitar asenha errada e não acusar erro é mau sinal. Sites piratas não têm comoconferir a informação, o objetivo é apenas capturar a senha.
3 - Sempre que entrar no site do banco, verifique se no rodapé da páginaaparece o ícone de um cadeado; além disso clique 2 vezes sobre esse ícone;uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deveaparecer. Em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer, mas seráapenas uma imagem e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá acontecer.
Os 3 pequenos procedimentos acima são simples, mas garantirão que vocêjamais seja vítima de fraude virtual.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Há ocasiões
Em que me sinto mudo

Minhas idéias não chocam
Não reverberam
As palavras não dialogam
Não encontram reação
Há um vazio

Noutras
Gostaria de ser surdo

É tanta ingenuidade
É tanta idiotice proferida
Que meu rosto estampa a impaciência
E meus olhos aflitos procuram ao lado
Um calabouço aonde as vozes não cheguem

Entre a aparente mudez
E a sonhada surdez
Estou eu emputecido
Cansado de gente disléxica
Cansado de gente estúpida

e vai levando...

(Lucas Pedreira)

certo dia quando acordo, me deparo com o sol,
um sol radiante, cheio de energia, mas ouço ali
do lado algo mal ou mau ? não sei descrever tais
palavras que são ouvidas de forma clara e limpa !

ao sair, percebo que tudo aquilo é realidade.
A realidade presente, que foi passado e Deus
queira, aliás, todos nós queremos, fazendo assim
a vontade de Deus, que não seja futuro.

Palavras ouvidas, gestos que não deveriam
se fazer fato !
Mas fazem...
Toda criança merece ser compreendida, respeitada,
querida, amada, apreciada.
Apreciar cada segundo, cada sorriso, cada gargalhada.
Como é bom “viver” criança... a gente rejuvenesce..
Cresce, aprende a crescer, aprende a ser,
Mas não é isso que acontece.

Mas que jeito? todo dia é assim, faça chuva,
faça sol, todo dia a mesma agonia!

Mas que jeito...
Vai levando...

Quem não é capaz de ser pobre, não é capaz de ser livre

Victor Hugo

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Colóquio Nacional sobre Hegemonia começa dia 13, quinta-feira

Tem início na próxima quinta-feira, em Salvador, o "Colóquio Nacional Processos de Hegemonia e contra Hegemonia".

A Mesa Redonda de Abertura, dia 13 às 18:00 h, será sobre "Hegemonia e Contra-hegemonia na América Latina" e contará, entre outros, com a presença de Manuel Salgado, assessor do presidente do Equador, Rafael Correa. Salgado é também professor Titular da Universidade Central do Equador.

O Colóquio terá 17 Seções Temáticas, para as quais foram selecionados 108 trabalhos, de 51 instituições, de 19 estados brasileiros, que discutem a hegemonia relacionada aos mais diversos temas políticos, sociais, econômicos e culturais.A iniciativa é do "Grupo de Pesquisa Processos de Hegemonia e Contra-hegemonia", vinculado ao Departamento de Ciência Política e ao Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFBA.

Haverá também quatro Mesas Redondas, entre os dias 13 e 15, que discutirão sobre Hegemonia e Contra-hegemonia na América Latina e no Brasil, a Crise Econômica Mundial e os Sujeitos Sociais Contestatórios.

Além de Manuel Salgado, estarão participando das mesas os professores Nildo Ouriques (UFSC e IELA - Instituto de Estudos Latino-americanos), Carlos Eduardo Martins (UFF e REGGEN - Cátedra da Unesco/ONU para o Desenvolvimento Econômico); Armando Boito (UNICAMP e CEMARX), Edmilson Rodrigues (UFRA/USP), Paulino Montejo (COIAB - Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), além dos professores da UFBA Graça Druck, Jorge Almeida, Luiz Filgueiras, Antonio Câmara e Emiliano José, que é também assessor especial do governador Jaques Wagner.

A Mesa Redonda de abertura será na Escola Politécnica da UFBA, auditório Leopoldo Amaral.

Para maiores detalhes sobre a programação, entre no site www.hegemoniaecontrahegemonia.ufba.br/coloquio ou use o e-mail processosdehegemonia@ufba.br

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O LABORATÓRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS MARXISTAS (LEMARX),

Convida professores, estudantes, militantes dos movimentos sociais e trabalhadores para participar do debate sobre EDUCAÇÃO, CIDADANIA e EMANCIPAÇÃO HUMANA, com o Professor IVO TONET (Ufal).

Na ocasião será lançado o livro A EDUCAÇÃO CONTRA O CAPITAL de Ivo Tonet.

DATA: dia 06 de novembro de 2008
LOCAL: Faculdade de Educação da UFBA, Vale do Canela, Auditório II
HORÁRIO: 9:00 horas da manhã

XIV Simpósio de Pesquisadoras(es) sobre Mulher e Gênero

Primeiro Dia - 04/11/2008

18:30-19:00h – Solenidade de Abertura – Salão Nobre da Reitoria da UFBA, Campus do Canela
19:00-19:30h – Homenagem à Dra. Heleieth Saffioti e à Dra. Alda Britto da Motta, nossas pioneiras
19:30-20:30h – Mesa: 25 Anos de NEIM– Alda Motta, Ana Alice Costa e Cecília Sardenberg

Segundo Dia – 05/11/2008
Local evento manhã: Auditório Grande Hotel da Barra, Porto da Barra
8:00-10:00h - Mesa I – Caminhos e Memórias doFeminismo no BrasilCoordenadora: Márcia Macedo (NEIM)
Expositoras: Luzinete Simões (REF), Mary Ferreira (UFMA),Albertina Costa (FCC), Maria José Araújo (IMAIS)
Debatedoras: Jaqueline Pitanguy (Cepia-a confirmar), Valdecir Nascimento (SEPROMI-BA)10:'15 – 12:15h - Mesa II – Feminismos e Movimentos
Coordenadora: Maria de Lourdes Scheffler (NEIM)
Expositoras: Vera Soares (USP), Maria Amélia Teles (União de Mulheres), Matilde Ribeiro (ex-Ministra da SEPPIR)
Debatedoras: Eleonora Menicucci (UNIFESP)

12:15-13:45h – Almoço 14:00-18:00h – Apresentação de trabalhos em sessõessimultâneas (Local: FFCH – São Lázaro)
18:30 -20:30h – Mesa III Feminismo e Mecanismos Estatais (Auditório Grande Hotel da Barra)Coordenadora: Eulália Azevedo (NEIM)
Expositoras: Terezinha Barros (Secretaria Especial dePolíticas para Mulheres-Lauro de Freitas), Vanda MenezesEx-secretária da Mulher de Alagoas), Maria Helena Silva (ex-superintende SPMulheres Salvador),
Debatedora: Jussara Prá (UFRGS)
21:00-21:30h – Lançamento de Livros

Terceiro Dia – 06/11/2008
8:00 - 10:00h – Mesa VI –> Feminismo Acadêmico (Grande Hotel da Barra)
Coordenadora: Márcia Gomes (NEIM- Observatório LMP)
Expositoras: Tânia Navarro Swain (UNB), Lucila Scavone (UNESP-Araraquara), Jussara Prá (UFRGS)
Debatedora: Cecilia Sardenberg (NEIM)
10:15 – 12:15h – Mesa IV - Feminismos nas ONGs (Grande Hotel da Barra)
Coordenadora: Iole Vanin (NEIM)
Expositoras: Marlene Libardoni (AGENDE-a confirmar), Jurema Werneck (Criola), Silvia Camurça (SOS)
Debatedora: Rhubia Abs da Cruz (Themis)
12:15h-13:45hs - Almoço
14:00 – 18:00h – Apresentação de trabalhos em sessões simultâneas(Local: FFCH – São Lázaro)

Quarto Dia – 07/11/2008
8:00- 12:00 – Apresentação de trabalhos em sessões simultâneas (Local: FFCH- São Lázaro)
12:00 – 13:30 - Almoço
13:30 – 15:30h Mesa VI : Lutas Feministas da Atualidade (Grande Hotel da Barra)
Coordenação: Maria Eunice Kalil (IMAIS)
Expositoras: Silvia de Aquino (NEIM-Observatório LMPenha), Gilberta Soares (CUNHÃ), Synara Klyni do Vale Dantas (Liga de Mulheres Lésbicas)
Debatedora: Silvia Lúcia Ferreira (NEIM)
15:30 – 17:30h – Mesa VII – Perspectivas para o Feminismo no Brasil (Grande Hotel da Barra)
Coordenação: Ana Alice Costa (NEIM), Ana Regina Reis (Espaço Feminista), Cristina Buarque (Secretaria da Mulher - Pernambuco), Heleieth Saffioti
Debate Aberto
17:30 – 18:00h - Encerramento

20:30h - Baile dos 25 Anos do NEIM – Local: Biblioteca Central da UFBA – Campus de Ondina

Campanha convoca homens a lutar pelo fim da violência contra a mulher

O governo brasileiro lançou nesta sexta-feira a campanha 'Homens Unidos pelo Fim da Violência Contra as Mulheres'. Com isso, o país é o primeiro a aderir à campanha mundial, criada em fevereiro deste ano, pela Organização das Nações Unidas (ONU), para mobilizar a população masculina em torno do problema.

No Brasil, uma mulher é espancada a cada 15 segundos. No mundo, uma a cada três mulheres já foi espancada, estuprada, escravizada ou sofre algum tipo de violência. Os dados são da Fundação Perseu Abramo e da Anistia Internacional, respectivamente.

A campanha brasileira consiste na utilização do site www.homenspelofimdav iolencia. com.br para reunir assinaturas de homens que queiram participar da iniciativa. A meta é atingir 90 mil adesões. O endereço eletrônico será distribuído a redes, sindicatos, associações, comunidades e instituições e assinaturas também são coletadas em grandes eventos públicos.

No site, já constam as assinaturas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, do Congresso Nacional, Garibaldi Alves, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, e também do ex-jogador da seleção brasileira de futebol, Raí.
Site: http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/10/31/e311017722.html

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Vitória esmagadora dos nulos obriga TSE a convocar novas eleições em dois municípios do RJ

Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org. br)

Em Bom Jesus de Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro, os votos nulos alcançaram 89,23% da preferência do eleitorado e o candidato único à Prefeitura, João José Pimentel, do PTB, apenas 6,3%. Eram 26.863 eleitores, mas apenas 1.692 votaram em Pimentel.

Em Santo Antônio de Pádua, Maria Dib, do PP, obteve 10.074, o equivalente a 37,9% dos votos, enquanto os nulos totalizaram 16.527, o equivalente a 60,35%.

De acordo com as regras eleitorais, nenhum candidato pode tomar posse quando os nulos e brancos vencem as eleições, alcançando um coeficiente maior que a soma dos votos dos candidatos.

Nos dois municípios, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá que convocar novas eleições e os dois candidatos rejeitados pela população ficarão inelegíveis. As duas cidades tiveram outros concorrentes, mas suas candidaturas foram impugnadas. Agora será estabelecido um novo prazo para inscrições, propaganda eleitoral e os eleitores terão que voltar às urnas.

O Tribunal Regional Eleitoral (TER-RJ) já está com esquema todo preparado para realizar novas eleições para prefeito em Santo Antônio de Pádua e em Bom Jesus de Itabapoana. A intenção do presidente do TRE, desembargador Alberto Motta Moraes, é convocar o novo pleito ainda este ano, antes da diplomação dos prefeitos eleitos no estado.

Pelo calendário eleitoral, a data-limite para os juízes diplomarem os vencedores das eleições deste ano é 18 de dezembro. Sua intenção é evitar que os presidentes de câmaras municipais sejam obrigados a tomar posse, interinamente.

Em Bom Jesus e Pádua, os eleitores deram uma lição de cidadania, demonstrando que o voto nulo é também uma forma de expressar opinião, quando os opções disponíveis não atendem às expectativas.

A massacrante felicidade dos outros

(Martha Medeiros, gaúcha, 44 anos, Jornalista e Poeta)

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco. Há no ar um certo queixume sem razões muito claras. Converso com pessoas que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido/esposa, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso? Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: 'Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento' .

Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho. As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim.

Ao amadurecer, descobrimos que estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados pra consumo externo. 'Todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, social e filosoficamente corretos. Parece que ninguém, nenhum deles, nunca levou porrada. Parece que todos têm sido campeões em tudo'. Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia.

Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Será bom só sair de casa com alguém todo tempo na sua cola a título de segurança? Estarão mesmo todas essas pessoas realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está em casa, lendo, desenhando, ouvindo música, vendo seu time jogar, escrevendo, tomando seu uisquinho? Tenha certeza que as melhores festas acontecem sempre dentro do nosso próprio apartamento.

Por uma Arte Revolucionária Independente

André Breton, Diego Rivera e Leon Trotsky

1) Pode-se pretender sem exagero que nunca a civilização humana esteve ameaçada por tantos perigos quanto hoje. Os vândalos, com o auxílio de seus meios bárbaros, isto é, deveras precários, destruíram a civilização antiga num canto limitado da Europa. Atualmente, é toda a civilização mundial, na unidade de seu destino histórico, que vacila sob a ameaça das forças reacionárias armadas com toda a técnica moderna. Não temos somente em vista a guerra que se aproxima. Mesmo agora, em tempo de paz, a situação da ciência e da arte se tornou absolutamente intolerável.

2) Naquilo que ela conserva de individualidade em sua gênese, naquilo que aciona qualidades subjetivas para extrair um certo fato que leva a um enriquecimento objetivo, uma descoberta filosófica, sociológica, científica ou artística aparece como o fruto de um acaso precioso, quer dizer, como uma manifestação mais ou menos espontânea da necessidade. Não se poderia desprezar uma tal contribuição, tanto do ponto de vista do conhecimento geral (que tende a que a interpretação do mundo continue), quanto do ponto de vista revolucionário (que, para chegar à transformação do mundo, exige que tenhamos uma idéia exata das leis que regem seu movimento). Mais particularmente, não seria possível desinteressar-se das condições mentais nas quais essa contribuição continua a produzir-se e, para isso, zelar para que seja garantido o respeito às leis específicas a que está sujeita a criação intelectual.

3) Ora, o mundo atual nos obriga a constatar a violação cada vez mais geral dessas leis, violação à qual corresponde necessariamente um aviltamento cada vez mais patente, não somente da obra de arte, mas também da personalidade “artística”. O fascismo hitlerista, depois de ter eliminado da Alemanha todos os artistas que expressaram em alguma medida o amor pela liberdade, fosse ela apenas formal, obrigou aqueles que ainda podiam consentir em manejar uma pena ou um pincel a se tornarem os lacaios do regime e a celebrá-lo de encomenda, nos limites exteriores do pior convencionalismo. Exceto quanto à propaganda, a mesma coisa aconteceu na URSS durante o período de furiosa reação que agora atingiu seu apogeu.

4) É evidente que não nos solidarizamos por um instante sequer, seja qual for seu sucesso atual, com a palavra de ordem: “Nem fascismo nem comunismo”, que corresponde à natureza do filisteu conservador e atemorizado, que se aferra aos vestígios do passado “democrático”. A arte verdadeira, a que não se contenta com variações sobre modelos prontos, mas se esforça por dar uma expressão às necessidades interiores do homem e da humanidade de hoje, tem que ser revolucionária, tem que aspirar a uma reconstrução completa e radical da sociedade, mesmo que fosse apenas para libertar a. criação intelectual das cadeias que a bloqueiam e permitir a toda a humanidade elevar-se a alturas que só os gênios isolados atingiram no passado. Ao mesmo tempo, reconhecemos que só a revolução social pode abrir a via para uma nova cultura. Se, no entanto, rejeitamos qualquer solidariedade com a casta atualmente dirigente na URSS, é precisamente porque no nosso entender ela não representa o comunismo, mas é o seu inimigo mais pérfido e mais perigoso.

5) Sob a influência do regime totalitário da URSS e por intermédio dos organismos ditos “culturais” que ela controla nos outros países, baixou no mundo todo um profundo crepúsculo hostil à emergência de qualquer espécie de valor espiritual. Crepúsculo de abjeção e de sangue no qual, disfarçados de intelectuais e de artistas, chafurdam homens que fizeram do servilismo um trampolim, da apostasia um jogo perverso, do falso testemunho venal um hábito e da apologia do crime um prazer. A arte oficial da época estalinista reflete com uma crueldade sem exemplo na história os esforços irrisórios desses homens para enganar e mascarar seu verdadeiro papel mercenário.

6) A surda reprovação suscitada no mundo artístico por essa negação desavergonhada dos princípios aos quais a arte sempre obedeceu, e que até Estados instituídos sobre a escravidão não tiveram a audácia de contestar tão totalmente, deve dar lugar a uma condenação implacável. A oposição artística é hoje uma das forças que podem com eficácia contribuir para o descrédito e ruína dos regimes que destroem, ao mesmo tempo, o direito da classe explorada de aspirar a um mundo melhor e todo sentimento da grandeza e mesmo da dignidade humana.

7) A revolução comunista não teme a arte. Ela sabe que ao cabo das pesquisas que se podem fazer sobre a formação da vocação artística na sociedade capitalista que desmorona, a determinação dessa vocação não pode ocorrer senão como o resultado de uma colisão entre o homem e um certo número de formas sociais que lhe são adversas. Essa única conjuntura, a não ser pelo grau de consciência que resta adquirir, converte o artista em seu aliado potencial. O mecanismo de sublimação, que intervém em tal caso, e que a psicanálise pôs em evidência, tem por objeto restabelecer o equilíbrio rompido entre o “ego” coerente e os elementos recalcados. Esse restabelecimento se opera em proveito do ”ideal do ego” que ergue contra a realidade presente, insuportável, os poderes do mundo interior, do “id”, comuns a todos os homens e constantemente em via de desenvolvimento no futuro. A necessidade de emancipação do espírito só tem que seguir seu curso natural para ser levada a fundir-se e a revigorar-se nessa necessidade primordial: a necessidade de emancipação do homem.

8) Segue-se que a arte não pode consentir sem degradação em curvar-se a qualquer diretiva estrangeira e a vir docilmente preencher as funções que alguns julgam poder atribuir-lhe, para fins pragmáticos, extremamente estreitos. Melhor será confiar no dom de prefiguração que é o apanágio de todo artista autêntico, que implica um começo de resolução (virtual) das contradições mais graves de sua época e orienta o pensamento de seus contemporâneos para a urgência do estabelecimento de uma nova ordem.

9) A idéia que o jovem Marx tinha do papel do escritor exige, em nossos dias, uma retomada vigorosa. É claro que essa idéia deve abranger também, no plano artístico e científico, as diversas categorias de produtores e pesquisadores. "O escritor, diz ele, deve naturalmente ganhar dinheiro para poder viver e escrever, mas não deve em nenhum caso viver e escrever para ganhar dinheiro... O escritor não considera de forma alguma seus trabalhos como um meio. Eles são objetivos em si, são tão pouco um meio para si mesmo e para os outros que sacrifica, se necessário, sua própria existência à existência de seus trabalhos... A primeira condição da liberdade de imprensa consiste em não ser um ofício. Mais que nunca é oportuno agora brandir essa declaração contra aqueles que pretendem sujeitar a atividade intelectual a fins exteriores a si mesma e, desprezando todas as determinações históricas que lhe são próprias, dirigir, em função de pretensas razões de Estado, os temas da arte. A livre escolha desses temas e a não-restrição absoluta no que se refere ao campo de sua exploração constituem para o artista um bem que ele tem o direito de reivindicar como inalienável. Em matéria de criação artística, importa essencialmente que a imaginação escape a qualquer coação, não se deixe sob nenhum pretexto impor qualquer figurino. Àqueles que nos pressionarem, hoje ou amanhã, para consentir que a arte seja submetida a uma disciplina que consideramos radicalmente incompatível com seus meios, opomos uma recusa inapelável e nossa vontade deliberada de nos apegarmos à fórmula: toda licença em arte.

10) Reconhecemos, é claro, ao Estado revolucionário o direito de defender-se contra a reação burguesa agressiva, mesmo quando se cobre com a bandeira da ciência ou da arte. Mas entre essas medidas impostas e temporárias de autodefesa revolucionária e a pretensão de exercer um comando sobre a criação intelectual da sociedade, há um abismo. Se, para o desenvolvimento das forças produtivas materiais, cabe à revolução erigir um regime socialista de plano centralizado, para a criação intelectual ela deve, já desde o começo, estabelecer e assegurar um regime anarquista de liberdade individual. Nenhuma autoridade, nenhuma coação, nem o menor traço de comando! As diversas associações de cientistas e os grupos coletivos de artistas que trabalharão para resolver tarefas nunca antes tão grandiosas unicamente podem surgir e desenvolver um trabalho fecundo na base de uma livre amizade criadora, sem a menor coação externa.

11) Do que ficou dito decorre claramente que ao defender a liberdade de criação, não pretendemos absolutamente justificar o indiferentismo político e longe está de nosso pensamento querer ressuscitar uma arte dita “pura” que de ordinário serve aos objetivos mais do que impuros da reação. Não, nós temos um conceito muito elevado da função da arte para negar sua influência sobre o destino da sociedade. Consideramos que a tarefa suprema da arte em nossa época é participar consciente e ativamente da preparação da revolução. No entanto, o artista só pode servir à luta emancipadora quando está compenetrado subjetivamente de seu conteúdo social e individual, quando faz passar por seus nervos o sentido e o drama dessa luta e quando procura livremente dar uma encarnação artística a seu mundo interior.

12) Na época atual, caracterizada pela agonia do capitalismo, tanto democrático quanto fascista, o artista, sem ter sequer necessidade de dar a sua dissidência social uma forma manifesta, vê-se ameaçado da privação do direito de viver e de continuar sua obra pelo bloqueio de todos os seus meios de difusão. É natural que se volte então para as organizações estalinistas que lhe oferecem a possibilidade de escapar a seu isolamento. Mas sua renúncia a tudo que pode constituir sua mensagem própria e as complacência degradantes que essas organizações exigem dele em troca de certas possibilidades materiais lhe proíbem manter-se nelas, por menos que a desmoralização seja impotente para vencer seu caráter. É necessário, desde este instante, que ele compreenda que seu lugar está além, não entre aqueles que traem a causa da revolução e ao mesmo tempo, necessariamente, a causa do homem, mas entre aqueles que dão provas de sua fidelidade inabalável aos princípios dessa revolução, entre aqueles que, por isso, permanecem como os únicos qualificados para ajudá-Ia a realizar-se e para assegurar por ela a livre expressão ulterior de todas as manifestações do gênio humano.

13) O objetivo do presente apelo é encontrar um terreno para reunir todos os defensores revolucionários da arte, para servir a revolução pelos métodos da arte e defender a própria liberdade da arte contra os usurpadores da revolução. Estamos profundamente convencidos de que o encontro nesse terreno é possível para os representantes de tendências estéticas, filosóficas e políticas razoavelmente divergentes. Os marxistas podem caminhar aqui de mãos dadas com os anarquistas, com a condição que uns e outros rompam implacavelmente com o espírito policial reacionário, quer seja representado por Josef Stálin ou por seu vassalo Garcia Oliver.

14) Milhares e milhares de pensadores e de artistas isolados, cuja voz é coberta pelo tumulto odioso dos falsificadores arregimentados, estão atualmente dispersos no mundo. Numerosas pequenas revistas locais tentam agrupar a sua volta forças jovens, que procuram vias novas e não subvenções. Toda tendência progressiva na arte é difamada pelo fascismo como uma degenerescência. Toda criação livre é declarada fascista pelos estalinistas. A arte revolucionária independente deve unir-se para a luta contra as perseguições reacionárias e proclamar bem alto seu direito à existência. Uma tal união é o objetivo da Federação Internacional da Arte Revolucionária Independente (FIARI) que julgamos necessário criar.

15) Não temos absolutamente a intenção de impor cada uma das idéias contidas neste apelo, que nós mesmos consideramos apenas um primeiro passo na nova via. A todos os representantes da arte, a todos seus amigos e defensores que não podem deixar de compreender a necessidade do presente apelo, pedimos que ergam a voz imediatamente. Endereçamos o mesmo apelo a todas as publicações independentes de esquerda que estão prontas a tomar parte na criação da Federação Internacional e no exame de suas tarefas e métodos de ação.16) Quando um primeiro contato internacional tiver sido estabelecido pela imprensa e pela correspondência, procederemos à organização de modestos congressos locais e nacionais. Na etapa seguinte deverá reunir-se um congresso mundial que consagrará oficialmente a fundação da Federação Internacional.

O que queremos:
A independência da arte - para a revolução!A revolução - para a liberação definitiva da arte!
México, 25 de Julho de 1938

Raul Castro confirma visita ao Brasil em dezembro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou o convite ao presidente de Cuba, Raúl Castro, para visitar o Brasil neste ano, na reunião realizada na noite desta quinta-feira (30), em Havana. Segundo auxiliares que participaram do encontro, Raul confirmou que virá ao Brasil para a reunião de chefes de governo da América Latina e do Caribe, que será realizada nos dias 16 e 17 de dezembro em Salvador, Bahia.

Ele permanecerá no Brasil no dia seguinte, onde realizará uma reunião bilateral com Lula. Esta será a primeira viagem oficial para o exterior de Raúl Castro.

Durante o encontro desta quinta-feira, os dois debateram vários temas ligados à crise financeira internacional. Raul afirmou ainda ao presidente Lula que apóia o ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Segundo o relato de participantes da reunião, isso representa um avanço em relação à posição da diplomacia cubana, que até então não firmava posição nesse sentido.Nesta sexta-feira, Lula se reuniu com as autoridades da Defesa Civil do país para analisar a situação de Cuba após a recente passagem dos furacões Ike e Gustav.

Lula também inaugurará o escritório da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (APEX) em Havana, antes de regressar a Brasília, às 15h30 local.

Petróleo

Por fim, a breve visita de Lula a Cuba servirá também para que as estatais de petróleo dos dois países – Petrobras e Cubapetróleos (Cupet) – firmem um contrato de participação na produção do óleo, no qual a primeira se comprometia a responder à oferta de participar da prospecção da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) cubana antes de seis meses.

A Petrobras se somará assim às companhias Repsol (Espanha), Norsk Hidro (Noruega), ONGC Videsh Ltd (Índia), PDVSA (Venezuela), Petróleos Vietnã e Petrona (Malásia), que operam nas águas territoriais de Cuba no Golfo do México.

domingo, 2 de novembro de 2008


Vannuchi vai pedir à AGU que reveja postura de assumir defesa do ex-coronel Ustra

Fonte: Agência Brasil

O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, disse hoje (30) que irá pedir à Advocacia Geral da União uma reconsideração sobre a decisão de defender o ex-coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como torturador no período em que dirigiu o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI/Codi) do Exército, com base em vários depoimentos de torturados. Na ação, Ustra e seu colega Audir dos Santos Maciel (já falecido) são acusados pela tortura de presos políticos e morte de, pelo menos, 64 deles, entre os anos de 1970 e 1976.
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"Com a maior humildade, sem nenhum sentimento litigante, pedirei ao meu colega ministro [José Antonio Dias Toffoli, da AGU] que reveja, sim, e faça isso o mais urgentemente possível", afirmou Vannuchi, após participar da entrega da 3ª edição do Prêmio Sócio Educando, no Ministério da Justiça, que valoriza práticas voltadas para a ressocialização de jovens e adolescentes em conflito com a lei.
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Segundo Vannuchi, o documento apresentado pela AGU à 8ª Vara Federal Cível de São Paulo para justificar a posição do governo se mostra "equivocado" em três pontos. Primeiro, ao considerar que a Lei da Anistia protege torturadores e autores de crime continuado. Depois, ao dizer que o MPF invadiu alçada da advocacia privada por se tratar de direito individual. E terceiro, ao passar a idéia de que não há documentos nem arquivos a serem revelados, quando o assunto está sendo conduzido pela própria Casa Civil da Presidência da República.
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"A tese de que a União não pode ser ré podia ser defendida com outros argumentos. Mas quando envolve pela AGU a abordagem de três componentes em que Ministério da Justiça, Casa Civil e [Secretaria Especial dos] Direitos Humanos têm posição publicamente contrárias, há um equívoco que precisa ser corrigido", argumentou Vannuchi.
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O ministro não descartou uma intervenção do presidente Lula para redefinir a questão: "Ele [Lula] definirá certamente como árbitro de qualquer disputa que haja de compreensão entre ministérios", disse Vannuchi.
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Ao se dizer "convicto" de que prevalecerá a tese defendida por sua secretaria, pela qual o governo deve esclarecimentos às famílias dos mortos e desaparecidos, Vannuchi recordou o que o presidente da República lhe falou, em dezembro de 2005, ao convidá-lo para o cargo. "Ele [Lula] falou: Paulo, já disse aos chefes militares que não vou passar para a história como o presidente que jogou uma pedra sobre esse assunto", recordou o ministro.
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Vannuchi garantiu não ter como principal objetivo a punição como restrição de liberdade para quem torturou. "Não há nenhum sentimento revanchista, não se trata de [pedir] cadeia. O que queremos assegurar é o direito de saber a verdade, jogar luz. Se o judiciário entender que não cabe punição, acataremos", assinalou o ministro. "Torturadores e vampiros têm horror à luz, derretem diante da luz.. Então se alimentam das trevas, da escuridão, e da pedra em cima ", acrescentou.
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O ministro ressaltou ainda que os esclarecimentos sobre os fatos ocorridos durante o período da ditadura militar não prejudicariam a imagem das Forças Armadas, pelo fato de elas viverem um outro momento histórico.
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"Estamos abertos à reconciliação e ao diálogo. As Forças Armadas são completamente diferentes daquelas, têm a evolução de 20 anos de democracia, não se intrometem mais em assuntos, como deposição de governo constituído, estão em missão de paz e direitos humanos no Haiti, ajudam missões de direitos humanos nos estados brasileiros", ressalvou o ministro Vannuchi.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Senado quer restringir desconto de 50% para estudantes e idosos

*Pedro Caribé, do A TARDE On Line

Um projeto de Lei em tramitação no Senado pode diminuir os dias de meia-entrada para idosos e estudantes em shows, teatro e estádios de futebol. Caso seja aprovado no parlamento, os alunos e maiores de 60 anos perdem o direito de pagar 50% do valor dos ingressos nos dias de quinta, sextas, sábados e feriados, com exceção dos cinemas, que não permitirão nos fins de semana e feriados.
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Outras alterações do projeto, de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), são: o ressarcimento aos produtores nos dias em que a meia-entrada for utilizada; cotas de até 40% para bilhetes com metade do preço; e centralização na emissão do documento estudantil, com o objetivo de reduzir a falsificação.
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Para ser efetivado, o projeto percorrerá um caminho longo em Brasília. O primeiro passo será no dia 17 novembro, na pauta da Comissão de Educação e Cultura do Senado. Depois, segue para o plenário e caminha para a Câmera dos Deputados, onde passará por mais duas comissões antes de ser validado.
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Nas palavras do vice-presidente da União dos Estudantes da Bahia (UEB), Gabriel Oliveira: “o problema da falsificação é real e precisa ser enfrentado”. Na Bahia, nove entidades são habilitadas a cadastrar as carteiras de estudantes pela Secretaria Estadual de Educação em 2008. Porém Oliveira destaca: “A maioria da juventude brasileira não tem condições de freqüentar um cinema ou teatro. Esta medida tem que ser acompanhada com atenção para não restringir ainda mais o acesso”. O líder estudantil complementa: “Em Salvador, a maioria das casas de show não respeitam a legislação. Agora, imagina depois que isso for aprovado”.
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A UEB é associada à União Nacional dos Estudantes (UNE), que ao lado dos produtores culturais e parlamentares, assinou o relatório da Senadora Marisa Serrano (PSDB-MS). A UNE e UEB poderão ter o retorno da exclusividade para emissão das carteiras. Também é previsto no relatório a criação do Conselho Nacional de Fiscalização, Controle e Regulamentação da Meia-Entrada e da Identificação Estudantil.
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Segundo informações da rede de cinemas Cinemark, 70% dos ingressos são de meia-entrada. Já o diretor geral da UCI/Oriente, Aquiles Mônaco, discorre que a partir de 2005 houve uma redução de até 40% dos freqüentadores nas salas de exibição. Os empresários cinematográficos apostam numa redução nos preços dos ingressos que subiram 66% nos últimos oito anos.
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Gisele Nussbaumer, diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia, é a favor de uma revisão na legislação: “Os gestores dos equipamentos culturais acham que o número excessivo de carteirinhas encarece os custos da produção. Os grandes shows na Concha Acústica chegam a 90% de meia-entrada”. Por outro lado, a diretora, que também realiza pesquisa pela UFBA sobre o perfil dos freqüentadores nas casas de espetáculo em Salvador, discorda do projeto de Lei: “Não faz sentido nenhum restringir o público. Vai de encontro à democratização no acesso”.
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Estádios:

Os torcedores de futebol também serão afetados com o projeto. Cinco jogos do Vitória na Série A e dez do Bahia na Série B, ocorreram na quinta, sexta ou sábado, dias previstos para extinguir a meia-entrada. No último jogo entre Bahia e Corinthians, no Jóia da Princesa, 4,9 mil ingressos de meia foram colocados à venda, o que representa 37% do total de 13,4 mil. Já no Vitória e Flamengo, seis mil ingressos com o beneficio foram colocados a disposição, o que representa 16% dos 38 mil registrados nas bilheterias para o público.

Serviço:

Confira as nove entidades na Bahia autorizadas a emitir carteira de estudante pela Secretaria Estadual de Educação em 2008-União Municipal dos Estudantes Secundaristas e Universitários de Itaberaba, Amargosa, São Gonçalo dos Campos e demais Municípios do Estado da Bahia (UMESA) - Itaberaba / Fone: (71) 3627-6255/6970 e 9192-1273/8744-3888-Aliança Baiana Secundarista e Universitária (ABS) - Salvador / Fone: (71) 3491-3187 / 9176-2485-União dos Estudantes do Brasil (UEB) – Vitória da Conquista / Fone: ( 77 ) 3088-8688-União Conquistense dos Estudantes do Brasil (UCEB) – Vitória da Conquista / Fone: ( 77 ) 3088-8688-Diretório Central dos Estudantes da Universidade Salvador (DCE-UNIFACS) Salvador / Fone: (71) 3627-6255/6970 e 9192-1273/8744-3888-Associação Metropolitana dos Estudantes e Universitários do Estado da Bahia (AMES) Camaçari / Fone: (71) 3627-6255/6970 e 9192-1273/8744-3888-União dos Estudantes Secundaristas do Extremo Sul (UESES) – Itamaraju / Fone: (73) 8817-4029 e 8817-8425-Associação dos Estudantes do Brasil (AEB) – Itabuna / Fone: (73) 3215-0024- União dos Estudantes do Brasil - Colegiais e Universitários – Feira de Santana / Fone: (75) 3614-5605*Colaborou Liana Rocha, do A TARDE

Mora na Filosofia


(Monsueto e A. Pessoa, 1955)


Eu vou lhe dar a decisão

Botei na balança e você não pesou

Botei na peneira e você não passou

Mora na Filosofia

Pra que rimar amor e dor?'
`
Se seu corpo ficasse marcado

Por lábios ou mãos carinhosas

Eu saberia, ora vai mulher...

A quantos você pertencia

Não vou me preocupar em ver

Teu caso não é de ver pra crer

Tá na cara

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Karl Marx manda lembranças

AS ECONOMIAS modernas criaram um novo conceito de riqueza. Não se trata mais de dispor de valores de uso, mas de ampliar abstrações numéricas. Busca-se obter mais quantidade do mesmo, indefinidamente. A isso os economistas chamam 'comportamento racional'. Dizem coisas complicadas, pois a defesa de uma estupidez exige alguma sofisticação.

Quem refletiu mais profundamente sobre essa grande transformação foi Karl Marx. Em meados do século 19, ele destacou três tendências da sociedade que então desabrochava:(a) ela seria compelida a aumentar incessantemente a massa de mercadorias, fosse pela maior capacidade de produzi-las, fosse pela transformação de mais bens, materiais ou simbólicos, em mercadoria; no limite, tudo seria transformado em mercadoria;(b) ela seria compelida a ampliar o espaço geográfico inserido no circuito mercantil, de modo que mais riquezas e mais populações dele participassem; no limite, esse espaço seria todo o planeta;(c) ela seria compelida a inventar sempre novos bens e novas necessidades; como as 'necessidades do estômago' são poucas, esses novos bens e necessidades seriam, cada vez mais, bens e necessidades voltados à fantasia, que é ilimitada.

Para aumentar a potência produtiva e expandir o espaço da acumulação, essa sociedade realizaria uma revolução técnica incessante. Para incluir o máximo de populações no processo mercantil, formaria um sistema-mundo. Para criar o homem portador daquelas novas necessidades em expansão, alteraria profundamente a cultura e as formas de sociabilidade. Nenhum obstáculo externo a deteria.Havia, porém, obstáculos internos, que seriam, sucessivamente, superados e repostos.

Pois, para valorizar-se, o capital precisa abandonar a sua forma preferencial, de riqueza abstrata, e passar pela produção, organizando o trabalho e encarnando-se transitoriamente em coisas e valores de uso. Só assim pode ressurgir ampliado, fechando o circuito. É um processo demorado e cheio de riscos. Muito melhor é acumular capital sem retirá-lo da condição de riqueza abstrata, fazendo o próprio dinheiro render mais dinheiro. Marx denominou D - D' essa forma de acumulação e viu que ela teria peso crescente. À medida que passasse a predominar, a instabilidade seria maior, pois a valorização sem trabalho é fictícia. E o potencial civilizatório do sistema começaria a esgotar-se: ao repudiar o trabalho e a atividade produtiva, ao afastar-se do mundo-da-vida, o impulso à acumulação não mais seria um agente organizador da sociedade.

Se não conseguisse se libertar dessa engrenagem, a humanidade correria sérios riscos, pois sua potência técnica estaria muito mais desenvolvida, mas desconectada de fins humanos. Dependendo de quais forças sociais predominassem, essa potência técnica expandida poderia ser colocada a serviço da civilização (abolindo-se os trabalhos cansativos, mecânicos e alienados, difundindo-se as atividades da cultura e do espírito) ou da barbárie (com o desemprego e a intensificação de conflitos). Maior o poder criativo, maior o poder destrutivo.

O que estamos vendo não é erro nem acidente. Ao vencer os adversários, o sistema pôde buscar a sua forma mais pura, mais plena e mais essencial, com ampla predominância da acumulação D - D'. Abandonou as mediações de que necessitava no período anterior, quando contestações, internas e externas, o amarravam. Libertou-se. Floresceu. Os resultados estão aí. Mais uma vez, os Estados tentarão salvar o capitalismo da ação predatória dos capitalistas. Karl Marx manda lembranças.

CESAR BENJAMIN, 53, editor da Editora Contraponto e doutor honoris causa da Universidade Bicentenária de Aragua (Venezuela), é autor de 'Bom Combate' (Contraponto, 2006).

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O ensino à distância e a Universidade distante


No período colonial, nos foi proibido o ensino superior. Sociedade escravocrata, monocultura baseada no latifúndio e universidade, de fato, formariam uma combinação esdrúxula. Já nos alvores da independência e do período imperial, por força de muitas circunstâncias históricas, este nasceria com o fim estrito de manter a ordem colonial: poucas escolas, ensino de elite e profissões tradicionais. Formação universitária mesmo, só na Europa.


Com a república, pensou-se finalmente ter conquistado o direito de termos a nossa universidade. Mas muitos projetos minguaram, prevalecendo aquele que melhor se adequava às condições particulares de uma sociedade capitalista periférica e subordinada.


No período dos ditadores militares e civis, a demanda crescente pelo ensino superior tornou famoso o episódio dos "excedentes", capítulo importante de uma longa história de "fechamento" da universidade pública de qualidade para a grande maioria da população brasileira e de expansão do ensino superior privado de qualidade reconhecidamente precária, em muitos casos, verdadeiras fábricas de certificados e diplomas.


Nos anos de 1990, essa lógica se ampliou. No entanto, a demanda pelas vagas de nível superior, numa sociedade que consolidava sua condição subordinada, abandonando de uma vez por todas qualquer pretensão de soberania nacional com as famigeradas reformas neoliberais, também se modificou. Passou a significar condição mínima de disputa por um lugar ao sol, ainda que tivesse se distanciado cada vez mais da qualidade. O forte apelo salvacionista fez com que o título se tornasse mais importante do que a formação, que se precarizou.


Mas a universidade dita elitista permaneceu, desta vez disfarçada também em seu próprio interior . Promoveu-se a aparência de uma suposta democratização, com abertura de vagas , cursos noturnos , cursos de perfil " técnico ", rápidos , aligeirados, estratagemas deliberados para a incorporação de públicos mais pobres que "batiam à sua porta ". O ensino superior brasileiro , em especial as universidades públicas, caracteriza- se hoje por uma ampla segmentação entre instituições , bem como por uma hierarquização que separa as áreas "tradicionais", de " elite ", das demais , menos afetas à lógica mercantil e pouco importantes quando se trata de um país periférico .


É nesse contexto que a elite brasileira, adotando estratégias que "deram certo" em outras realidades históricas, pôs em prática sua mais nova reforma para o ensino superior: a do ensino à distância. Como a sociedade capitalista necessita que camadas sociais, cada vez menos desprovidas de acesso à renda, atinjam a escala social dos que "batem à porta" da universidade, criou-se um ardiloso mecanismo para incorporá-los, não pelas portas dos fundos como nos já conhecidos processos de expansão de vagas (mercantilização, REUNI, expansão das estaduais paulistas etc.), mas pela sua distinção: inclusão à distância! Que "venham" para a universidade, ficando o mais longe possível dela. Com esta nova cara, até os muros da universidade tornam-se antiquados: se o isolamento dos campi outrora simbolizava o caráter elitista da nossa universidade, agora, com o campus virtual, transfere-se esta privação ao próprio indivíduo como se se dissolvessem as distâncias físicas e sociais, agora maiores do que nunca.


Numa era em que o modo de produção capitalista exacerba todas as suas contradições , produzindo desigualdades brutais e barbárie , tudo pode e deve ser "consumido" por meio do espetáculo virtual : o medo , o prazer , o sonho . Quem não pode ter acesso ao objeto real , ao menos deve contentar-se em consumir o sonho de poder tê-lo. Na educação superior, cria-se uma espécie de ensino delivery, misto de formação precária com as pompas e, quem sabe, as prerrogativas do diploma, nada mais do que o mundo atual necessita. Mas, do que necessita a sociedade brasileira?


Ao invés de dar vivas ao ensino à distância, sem atentar para suas possíveis conseqüências negativas, é hora de reavaliarmos que tipo de ensino queremos para atender as históricas deficiências de formação e qualidade no nível superior. Ensino de qualidade se faz, antes de tudo, com garantia de condições objetivas: infra-estrutura, planos de carreira para docentes e funcionários, financiamento público adequado e assistência estudantil.

Lalo Watanabe Minto - outubro de 2008

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Em homengem ao cidadão mais piretico que conheco: Poeta Plebeu .. ou Playboy .. !!?

Poeta: Leovigildo. Pra esclarecer as coisas: esse poeta me viu num show "suspeitoso"e questionou minha persona poética, pelo que escreveu esse poema ou escárnio.

eu vi um poeta,
mas nao vi a essência
tanta inteligência
ao som da baianidade nagô

seja pirético ou seja poético
seja eclético!
reggae, samba, ruts, axé
o que vale é viver
no vai e vem da maré

já sacudiu, já abalou,
tem cheiro de amor no ar.

domingo, 26 de outubro de 2008

Ciranda de Maluco


Otto
Ciranda de maluco aqui de pernambuco
É bom demais
Ciranda de maluco aqui em pernambuco
É bom demais

A gente acende, aperta, acocha, beija
A nega a noite inteira (negro a rodar)
A gente aperta, acende, acocha, beija
A nega a noite inteira (negro a rodar)

Roda mundo, negro a rodar
Roda mundo, negro a rodar
Roda mundo, negro a rodar
Roda mundo, negro a rodar

sábado, 25 de outubro de 2008

Eu sei, mas não devia

Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
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A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
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A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
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A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
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A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
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A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
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A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(1972)
Faz parte do desejo
Vê-la ajeitar o cabelo
Ao perceber meu olhar

Faz parte do jogo
Dar-me as costas em seguida
Desaparecer por meia hora

Faz parte do encanto
Surgir agitada
Com sorrisos sinceros

Faz parte da vida
Ir até ela
Fazer-lhe elogios
Cheirar seu cabelo

Faz parte do amor
Na manhã do outro dia
Escrever um simples poema
Lembrando do beijo

Comentário do Digníssimo: Escrevo para parar de suar!

Alan Greenspan se diz atônito por crise financeira que não conseguiu prever


Washington, 23 out (EFE).- O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) Alan Greenspan e outros ex-responsáveis pela supervisão do sistema financeiro nos Estados Unidos se declararam hoje surpresos com o "tsunami do setor do crédito" que atinge o país e que não souberam prever.
Hoje, em um comparecimento perante o Comitê de Supervisão e Reforma do Governo, na Câmara de Representantes, Greenspan disse que os mercados deveriam ter sido mais regulados, e reconheceu que esteve "parcialmente" errado quando apostou na falta de controle.
O presidente do Comitê, o democrata Henry Waxman, da Califórnia, acusou Greenspan de ter tido "em suas mãos a autoridade para impedir as práticas de empréstimo irresponsáveis que levaram à crise das hipotecas de alto risco".
"Muitos aconselharam o senhor que assim o fizesse", acrescentou. "E agora toda a nossa economia paga o preço".
Hoje, Greenspan - que esteve no comando do Fed entre 1987 e 2006 - afirmou que as empresas e mercados financeiros "deveriam estar muito mais regulados para impedir o pior tsunami financeiro do último século".
Durante o período no qual Greenspan liderou o Fed, se acelerou nos EUA o processo de falta de regulação, enquanto nos mercados financeiros se multiplicaram os sofisticados "instrumentos" de investimento especulativo.
Greenspan, que hoje esteve acompanhado pelo ex-secretário do Tesouro John Snow e pelo presidente da Comissão de Valores, Christopher Cox, reconheceu durante a sessão que esteve "parcialmente errado" quando se opôs à regulação de alguns aspectos da especulação financeira.
Em discurso em maio de 2005, Greenspan afirmou em seu estilo característico que "a regulação particular demonstrou que é muito mais adequada que a regulação governamental para constranger a excessiva tomada de riscos".
"Os que confiam no interesse das instituições pessoais que fazem empréstimos em proteger o patrimônio do acionista - inclusive eu - estão atônitos e não podemos acreditar", afirmou hoje.
Por outro lado, Cox reconheceu que os responsáveis governamentais pela vigilância e pela regulação dos mercados financeiros cometeram "erros fatais" que levaram o sistema financeiro global à beira do caos.
O funcionário afirmou que ele e outros dirigentes de entidades reguladoras "aprenderam muitas lições, e a principal é que a regulação voluntária não funciona".
O presidente da Comissão de Valores instou o Congresso a "tapar os buracos nas regulações" que continuam colocando em perigo a estabilidade econômica.
"As lições desta crise do crédito apontam, todas, para a necessidade de uma regulação forte e eficaz, mas sem grandes buracos", declarou Cox.
Até aqui, o Governo dos EUA assumiu o controle de entidades hipotecárias como a Freddie Mac e a Fannie Mae, nacionalizou parte do negócio de seguros com sua intervenção na American International Group (AIG), iniciou a compra de ações em bancos particulares e garantiu letras de câmbio comerciais em esforços para destravar o crédito.
Com isto, tentou devolver a confiança aos mercados e reaquecer o mercado de crédito, que está desacelerado.
Além disso, a crise financeira está prejudicando também as famílias, que enfrentam execuções sem precedentes de hipotecas e a queda dos preços de propriedades e de outros ativos.


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Pense livre (em homenagem a Richard Stallman, fundador do movimento de software livre)



Richard Stallman

Poeta: Messiê, ativista do movimento de software livre.



Se não costuma roubar

reinicie sua mente

os gênios da tecnologia

querem lhe incluir

sem lhe cobrar



Inclusão social é preciso

dê uma chance ao

movimento de libertação


Eles vão inventar,
como os politicos fazem
querem lhe convencer
a não tentar

A nova era
somos nós
surge o novo,
deixe livre


Assista: http://www.4linux.com.br/multimidia/tela-azul.html

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Bem lenta


Cai a estrela, vem a mim

De mão beijada

Forrada de ciúme

E vagabunda


Sinto seu prazer

O de existir

E calo sob seu brilho


Ela não tem passado

Reflete amores

Dissemina
.
.
Comentário do Digníssimo: talvez inacabada, mas se eu bem me conheço, terminada como nunca!

Dedico a Saulo Silva, mais louco que eu ou muito menos certo


A loucura é tão menina
E já tão mamãe
.
Amamenta tantos filhos
.
O leite pálido nos rostos
.
A mão pesada sobre os olhos
.
Loucura da orfandade
Madrasta carinhosa
.
Para além das 18 horas
.
Não é só desgosto
É arrebentação
.
À sombra do devaneio
.
Loucura esquelética
Vejo e não mais sinto

hum

Poetiza: Maria Cecília

A loucura banalizada, noticiada na tv
A loucura retratada na arte de viver
A loucura sadia dos poetas e pintores
A loucura mais louca dos amantes sem pudores
A loucura decifrada nos livros de freud
Tipificada nos códigos penais
A minha loucura livre de moldes
A loucura de humanos, reprimidos animais
Arte minha e de Thiago Santana

Olhos de mar!
A vida sem identidade,
A espuma como margem,
Um ponto brilhante,
Talvez o Sol
Ou seu reflexo na Lua.

Olhos olhando-os!
À deriva
Sobre a corrente úmida.
Os ventos agradecem o calor,
Os corpos reclamam.

Se unem no ato,
Buscam exaurir
Todos os sentimentos
Que estavam adormecidos,
Os mais profundos e iníquos,
E solenemente eles cantam
Uma canção universal

Não deixe de ler

De aorcdo com uma peqsiusa
de uma uinrvesriddae ignlsea,
não ipomtra em qaul odrem as
Lteras de uma plravaa etãso,
a úncia csioa iprotmatne é que
a piremria e útmlia Lteras etejasm
no lgaur crteo. O rseto pdoe ser
uma bçguana ttaol, que vcoê
anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso é poqrue nós não lmeos
cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa
cmoo um tdoo.
Sohw de bloa.

Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito. 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

Saindo de Marx, caindo no "arg"

Primeiro parágrafo do livro "Sentença Civil Imotivada" de Wilson Alves de Souza:

"O homem vive e convive em sociedade. Para que a vida humana ocorra com um mínimo de harmonia necessário se faz que a sociedade se organize. A organização da sociedade, de outro ldo, não pode dispensar a instituição do poder. É que considerando a condição humana e que os bens da vida existentes na face da terra são infinitamente inferiores às necessidades humanas, e tendo em vista que os homens nem sempre se apresentam solidários uns com os outros, surge o conflito. Assim, impõe-se a organização da sociedade a partir do poder. Por outras palavras, os bens existentes (limitados) precisam ser distribuídos entre as pessoas (com necessidades ilimitadas) de forma organizada, de maneira que dentre os componentes da sociedade humana uns se apresentarão como dirigentes e outros como dirigidos."

quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Não sei dançar

Manuel Bandeira (Petrópolis, 1925)

Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria...
Abaixo Amiel!
E nunca lerei o diário de Maria Bashkirtseff.
Sim, já perdi pai, mãe, irmãos.
Perdi a saúde também.
É por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz band.
Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu tomo alegria!
Eis aí por que vim assistir a este baile de terça-feira gorda.
Mistura muito excelente de chás...
Esta foi açafata...
- Não, foi arrumadeira.
E está dançando com o ex-prefeito municipal:
Tão Brasil!
De fato este salão de sangues misturados parece o Brasil...
Há até a fração incipiente amarela
Na figura de um japonês.
O japonês também dança maxixe:
Acugelê banzai!
A filha do usineiro de Campos
Olha com repugnância
Para a crioula imoral,
No entanto o que faz a indecência da outra
É dengue nos olhos maravilhosos da moça.
E aquele cair de ombros...
Mas ela não sabe...
Tão Brasil!
Ninguém se lembra de política...
Nem dos oito mil quilômetros de costa...
O algodão do Seridó é o melhor do mundo?... Que me importa?
Não há malária nem moléstia de Chagas nem ancilóstomos.
A sereia sibila e o ganzá do jazz-band batuca.
Eu tomo alegria!

Não dá mais pra segurar (Explode Coração)

Gonzaguinha

Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder
O que não dá mais pra ocultar
E eu não quero mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar

Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar
E tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã

Nascendo, rompendo, tomando, rasgando, meu corpo e então eu
Chorando, sorrindo, sofrendo, adorando, gritando
Feito louca, alucinada e criança
Eu quero o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar
Explode coração

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Comungue comigo!


Eu não comungo
Com o sangue de cristo
Com o manto da santa
Com o claustro da freira
Com o sermão do padre
Com a ascensão do papa
Com o fasto dos templos
Com a moral do milagre
Com a crueldade da cruz
Com as chagas
Com o louvor

Eu não comungo
Não desce a goela

A IMPLEMENTAÇÃO DO REUNI E AS CONSEQÜÊNCIAS PARA A UNIVERSIDADE PÚBLICA BRASILEIRA

No dia 24 de abril de 2007 o Governo Federal instituiu o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) por Decreto Presidencial (Decreto Nº 6.096). Esse programa foi aprovado em cada instituição, pelos Conselhos Universitários, mediante enfrentamentos e conflitos. Estamos vivenciando a sua implementação e verificamos que os velhos problemas – falta de professores, segurança, assistência estudantil, condições objetivas de aulas, segurança, infra-estrutura – não foram sanados, mas o trabalho dos servidores técnico–administrativos aumentou, o trabalho docente aumentou, sem a justa recomposição salarial. Tivemos também conhecimento dos 11 relatos de entidades estudantis e estudantes de 8 federais no Livro Cinza do REUNI – dossiê denúncia do REUNI, uma boa iniciativa que demonstra o significado prático desse decreto para as universidades federais. Foram criadas vagas para novos cursos chamados BIs (Bacharelados Interdisciplinares) que quebram os diplomas profissionais, retirando o direito dos jovens a uma profissão de verdade. As salas de aulas serão inchadas sem condições de integrar ensino-pesquisa-extensão. As metas de ampliar em 100% as vagas, aumentar a taxa de aprovação para 90% e de aumentar o índice estudante-professor para 18 estudantes para um professor, em cinco anos, não tem como serem cumpridas. Com acréscimo de recursos limitados em 20% das despesas de custeio e pessoal da universidade, conforme colocado no decreto, não se resolve o problema da recuperação do lastro científico e tecnológico do Brasil que são as Universidades Federais. Enquanto isso as reivindicações dos setores não são atendidas. Não se recupera um processo de sucateamento do ensino superior público que prevaleceu durante décadas no Brasil. Não seria a hora de discutirmos a implementação do REUNI nas federais e as conseqüências para o ensino superior público?

Precisamos fazer o debate e organizar a resistência.
Vamos debater mais esse ataque à universidade pública!

Debatedores: Celi Taffarel (FACED), D.A. Fonoaudiologia e um servidor (a confirmar).
Dia: 21 de outubro (terça-feira)

domingo, 19 de outubro de 2008


A Guerra do fim do mundo

Três trabalhadores rurais foram assassinados no dia 15.10.2008 em emboscada preparada por pistoleiros e, segundo fortes indícios, a mando de grileiros de terras da região da Fazenda Capivara, Monte Santo, Bahia.
Os trabalhadores se deslocavam a pé da Fazenda Capivara em direção ao Assentamento Santa Luzia da Bela Vista onde estava ocorrendo uma reunião com servidores do Incra, cujo objetivo era realizar um cadastramento para a construção de cisternas.
Os trabalhadores tinham 48, 24 e 23 anos, e se chamavam Tiago, Luiz e Josimar, respectivamente.
Os dois jovens foram mortos primeiro e seus corpos escondidos na caatinga. Tiago, que vinha caminhando sozinho, teve seu corpo deixado na estrada.
Os sepultamentos aconteceram ontem.
São essas as informações que temos no momento. A delegacia agrária, a delegacia local, o Incra e o CDA já têm ciência do ocorrido.
O clima na cidade e na zona rural é de tensão. Os trabalhadores rurais estão assustados e apreensivos, pois temem novos atentados, inclusive contra as assessorias técnicas e mobilizadores locais.
Por favor, divulguem, pois do ano passado até o presente momento, computam-se 6 assassinatos de trabalhadores rurais por aqui, por conta dos conflitos fundiários envolvendo grileiros e posseiros.
Tatiana E. Dias Gomes e João Alexandrino de Macedo Neto, Advogados.

Tortura de amor

Autor: Waldick Soriano

Hoje que a noite está calma
E que minh'alma esperava por ti
Apareceste afinal
Torturando este ser que te adora

Volta
Fica comigo só mais uma noite
Quero viver junto a ti
Volta, meu amor
Fica comigo, não me desprezes
A noite é nossa
O meu amor pertence a ti

Hoje eu quero paz
Quero ternura em nossas vidas
Quero viver por toda a vida
Pensando em ti

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A DOUTRINA DO PENSAMENTO ÚNICO

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SINDICATO DOS PETROLEIROS, RUA MARUJOS DO BRASIL, 20, TORORÓ
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SALVADOR, BAHIA
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19:00 Horas
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ENTRADA FRANCA

RESUMO DO TEMA:
Estamos vivendo hoje um tempo de certezas (quase) absolutas. Ou melhor, um tempo em que se aparentam mais certezas do que dúvidas. Onde, após o fim da União Soviética, até mesmo o fim da história já foi estabelecido, pelo filósofo americano Francis Fukuyama, ideólogo do neoliberalismo, para quem tínhamos chegado 'ao ponto final da evolução ideológica e à universalização da democracia liberal ocidental como forma final de governo'.
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É o tempo de algo sombrio ao qual já se nomeou de PENSAMENTO ÚNICO. O diretor do jornal Le Monde Diplomatic, Ignacio Ramonet, menos apocalíptico do que realista, aponta o que este tipo de situação traz consigo:
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'Nas democracias atuais, cada vez mais cidadãos livres sentem-se atolados, lambuzados por um tipo de doutrina viscosa que, imperceptivelmente, envolve todo raciocínio rebelde, inibi-o, desorganiza-o, paralisa-o e termina por asfixiá-lo. Essa doutrina constitui o 'pensamento único', única autorizada por um invisível e onipresente controle de opinião'.
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Mostrando que uma visão crítica do mundo não serve de nada se nos leva a um beco sem saída, o próprio Ramonet participando do 5º Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, em 2005, afirmou:
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'Tudo está indicando que outro tipo de comunicação é possível, que responda mais às necessidades da população do que aos interesses das grandes empresas. Neste caso, poderia pensar-se em um meio de coletar toda essa informação que é produzida e disseminá-la de modo mais efetivo. Quando cada um trabalha por si, somos muitos fracos, é preciso que todos trabalhemos em conjunto'.

PROGRAMAÇÃO:
Quinta-Feira (16/10/2008)

19:00 h - Abertura

19:10 h - Controle da Mídia
Carlos Baqueiro (Graduado em Jornalismo pela Faculdade da Cidade do Salvador).
Regina Guena (Graduada em Jornalismo pela Faculdade da Cidade do Salvador)

20:10 h - Educação Libertária
João Neto (Mestre em Educação pela UFBA)
Eduardo Nunes (Doutor em Geografia pela Universidade de Barcelona)

21:00 h - Abertura de Debate

Sexta-Feira (17/10/2008)
19:10 h - Ecologia Social
Antonio Mendes (Artesão e Auto-Didata em Ecologia e Meio Ambiente)
20:10 h - Ação Direta e Autogestão
Ricardo Liper (Mestre em Filosofia pela UFBA)
Nildo Avelino (Doutor em Ciências Políticas pela PUC-SP)

21:00 h - Abertura de Debate

21:45 h - Encerramento do Seminário.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Back in Bahia


Gilberto Gil


Lá em Londres, vez em quando me sentia longe daqui

Vez em quando, quando me sentia longe, dava por mim

Puxando o cabelo nervoso, querendo ouvir Celly Campelo pra não cair

Naquela fossa em que vi um camarada meu de Portobello cair

Naquela falta de juízo que eu não tinha nem uma razão pra curtir

Naquela ausência de calor, de cor, de sal, de sol, de coração pra sentir

Etc...Tanta saudade preservada num velho baú de prata dentro de mim

Digo num baú de prata porque prata é a luz do luar

Do luar que tanta falta me fazia junto com o mar

Mar da Bahia cujo verde vez em quando me fazia bem relembrar

Tão diferente do verde também tão lindo dos gramados campos de lá

Ilha do Norte onde não sei se por sorte ou por castigo dei de parar

Por algum tempo que afinal passou depressa, como tudo tem de passar

Hoje eu me sinto como se ter ido fosse necessário para voltar

Tanto mais vivo de vida mais vivida, dividida pra lá e pra cá

Mamãe eu sei como é gostoso mamar!