domingo, 30 de novembro de 2008

"Tive, sim"- Salve Cartola

Tive, sim
Outro grande amor antes do teu
Tive, sim
O que ela sonhava eram os meus sonhos e assim
Íamos vivendo em paz
Nosso lar, em nosso lar sempre houve alegria
Eu vivia tão contente
Como contente ao teu lado estou
Tive, sim
Mas comparar com o teu amor seria o fim
Eu vou calar
Pois não pretendo amor te magoar

George Diniz, louco e poeta por natureza

Sou aquele que se mostra,
Sem se ver;
Sou o perdido para mim,
Mas não sou você;

Aquele que rasteja,
Sem pedir,
Que se emociona,
Sem sentir;

Sou um mundo devasso
Restrito à uma existência,
Que se debate em loucuras,
Sem se permitir à consciência

Sou vago feito a neblina,
Um punhado de dúvidas,
Um louco amor fadado à não amar,
Daqueles que se queixam,
Pois tudo dariam,
mas não se atreve.

Sou aquele que rima,
Mas sem nexo,
Aquele que rir, desconvexo,
Aquele deposto por alguns momentos,
tomado de seu trono
Pelos próprios ventos.

Ah, sou aquele que vibra
Ante o gozo - de mais uma cria,
De mais um esforço.

Sou o imperfeito em completa Perfeição,
Sou uma puta à rolar seus seios
Em devassidão;

Sou aquele ser sereno em horas Vagas,
Para gozar de meu
Antagonismo sem queixas,
Pois explodo sem cessar,
Quando algo não se curva,
Quando algo em mim se enturva.

É o conflito da própria existência?
Prefire pensar em degenerência?
Não sooa bom em todos ouvidos,
mas que importa, se estão
todos dormindo.

O duro não é aguentar encerrar-se
em uma prisão tão limitada,
pois meu corpo é meu meio
para outras alçadas;
não me perco em tamanha
estultice,
quero é mais, quero é vida,
quero é sangue, quero é pistas,
quero é suor, quero é azia,
pois meu gosto é a mostra
de minha mais pura ousadia.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Incra entra com pedido de reintegração de sede nesta sexta

Deodato Alcântara, do "A Tarde"


A Superintendência Regional do Incra, na Bahia, entra, nesta sexta-feira, 21, com pedido de reintegração de posse da sua sede, invadida e ocupada desde a madrugada de terça-feira por centenas de integrantes de entidades que protestam por Reforma Agrária.

A ação, que será protocolada na Justiça Federal, visa à desocupação da sede da autarquia federal, situada no Centro Administrativo da Bahia (CAB), onde se encontram militantes de pelo menos oito organizações que reúnem assentados e acampados de várias regiões do Estado, algumas delas vinculadas à Igreja Católica.

De acordo com nota oficial do Incra, a decisão considerou que os trabalhadores rurais que estão nas dependências do prédio não apresentaram pauta de reivindicação para que o a superintendência regional “atue em seu favor”. Além disso, diz a nota, “os servidores não estão exercendo suas atividades, o que prejudica o andamento do Programa Nacional de Reforma Agrária”.

A instituição afirmou que os prazos para processos de desapropriação estão sendo perdidos, o que prejudica o assentamento de famílias no Estado. “Com o fim do exercício de 2008, o Incra/BA ainda irá empenhar R$ 40 milhões em créditos em benefício de Projetos de Assentamento (PAs)”, conclui.

Estão acampados na sede do Incra, integrantes da Ceta (Defesa dos Assentados e Acampados), MLST (Movimento de Luta dos Sem-Terra), MLT (Movimento Luta pela Terra), MTL (Movimento Terra, Trabalho e Liberdade), OTL (Organização Trabalho e Liberdade), MTR (Movimento dos Tralhadores Rurais), MRC (Movimento de Resistência Camponesa) e da Fatres (Federação dos Assentados).

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sessão PUTA-Q-PARIU




4 poemas de Manuel Bandeira, do livro "BELO BELO"

"O LUTADOR"
>
Buscou no amor o bálsamo da vida,
Não encontrou senão veneno e morte.
Levantou no deserto a roca-forte
Do egoísmo, e a roca em mar foi submergida!
>
Depois de muita pena e muita lida,
De espantoso caçar de toda sorte,
Venceu o mostro de desmedido porte
- A ululante Quimera espavorida !
>
Quando morreu, línguas de sange ardente,
Aleluias de fogo acometiam,
Tomavam todo o céu de lado a lado.

E longamente, indefinidamente,
Como um coro de ventos sacudiam
Seu grande coração transverberado!
>
30 de setembro – 1º. De outubro de 1945.

"BELO BELO"
>
Belo belo minha bela
Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto
Quero quero
Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível
A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco
Quero quero
Quero dar a volta ao mundo
Só num navio de vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdad e Cusco
Quero quero
Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa
Quero quero tanta coisa
Belo belo
Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero

"CÉU"

A criança olha
Para o céu azul.
Levanta a mãozinha.
Quer tocar o céu.

Não sente a criança
Que o céu é ilusão:
Crê que o não alcança,
Quando o tem na mão.

"O BICHO"

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.


Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

A surpresa é infinita
É a dona do futuro
.
Ela é a graça do palhaço
E também a desgraça do enfermo
.
Temê-la é temer a vida
Desacreditá-la é temer a Deus,
É sonhar com o destino
.
- Surpresa! Me achei poeta...
- Surpresa! Me sinto tão incompetente...

Dedicado à namorada de Napoleão!


À primeira vista
Só há distância
Perfis de pessoas
Cachorros vira-latas
Moda
Hierarquia
...

A caridade soa mal-intencionada
O respeito aparenta fraqueza
O amor traz consigo a ambição
O afeto é fingido
A amizade é um negócio a mais
...
Os conceitos murcharam
Ou encheram de entulho

À segunda
As idéias falarão

Primeiro treino sob o comando do Maradona


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Poeta: Maria Cecília...

A poesia é um choro escrito
um silêncio lido
um aperto íntimo....
É esperança ínfima
revivida infância
constante lembrança...
É um estar sozinho e acompanhado de cenas mundanas....
É a dor do filho, do pai, do amigo, é a velha dor que não sara...
É o querer constante de certos amantes, é o nao ter inaceitável dos pequenos infantes
é o não ouvido e passado adiante
É o amor perpétuo, suado, escaldante...
É a música clássica que escrevo sorrindo, é meu choro engolido, calado, reprimido
É meio descontentar-se, revolto, aflito
É minha revolta consentida, calada.
Como faca estancada.....
É meu pai ausente, discrente, carente
meu avô querido, saudoso, esquecido...
Meus tempo de criança, as viagens, a dança....
minha mágoa cravada em intolerância....

Ah! A poesia...é o meu íntimo exaltado em segundos
é a minha alegria decifrada em minutos
é a arte da vida de escrever sobre os muitos dos meus sonhos de vida que eu trago escondida.....
É um questionar-se e já aceitar-se
a beleza da arte viva em realidade
é o prazer da vida pela escrita, pelas coisas da vida
é a certeza da morte como certeza, não como saída........
É riso fácil, despudorizado desejo calado, presente, ausente angústia vomitada, sem hora marcada, alívio constante, eterno, vibrante...
É o bater palmas sarcásticas, sem graça
Fazer-se de santo, poeta malandro
vingar-se num verso, poeta perverso
clamar o amor em rimas e versos, poeta esperto!
Choro protelado, guardado com cuidado depois de lida, apreciada, jamais esquecida
vaidade saudável em cadernos e rimas
prazer satisfeito
dor escolhida......
A poesia eh minha vida, minha água, minha sina
é o meu abstrato, meus sonhos metafóricos, vividos, sonhados
meu fogo que queima e me faz curado
minha dor gritada em versos largados, sem nexo sem rumo....
não importa, eu sou um poeta!
Muito obrigado!

sábado, 15 de novembro de 2008

Poetiza: Maria Cecília, minha inspiração

Meu nome é química
Prazer!
Não tente
Não mudo
Sou ser componente
Sou fórmula e estudo
Reajo, previsível
Visto que sou exato fruto
Se música fosse
Meu nome seria composto de versos
Idéias, poesia
Eu preferiria
Seria utopia!
Existo?
Sou vista!
De fora vazia
Mas dentro sou suja
Com muito orgulho, diria
Sou boa, verdade
Mentiras também
Sou um personagem
Mas sofro porém

Porquinho-da-Índia (do livro "Libertinagem")

Manuel Bandeira


Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele prá sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...

- O meu porquinho-da-índia foi minha primeira namorada.


Está de noite
Respiro o silêncio do bairro
Em oposição aos meus seios

É hora de repassar os dias
Analisar a vida que corre menstruada

Rememoro o descuido
Pessoas vistas e cumprimentadas
Seus parafrasismos e gestos
Minhas constantes viagens

Pinço quereres forças olhos
Admiro certos dizeres
Questiono minha facilidade em admirar
Novamente pinço

Esboço poemas
Retraço teoremas deixados de lado
Algarismo flertes
Ganho realizações
Perco intimidades

Atalho de flores e campos
É madrugada

sexta-feira, 14 de novembro de 2008


Meus dentes se partiram
E da boca voaram trinta e tantos passarinhos
Freneticamente famintos
A bicar bochechas, couro, paredes

Era a mãe daquelas aves
E como tal
Foi meu dever alimentá-las
Prover-lhes o pão
Triturar-lhes o milho, ainda que banguela

Nutria minha fome
O desejo de vê-los livres
Impetuosos pelo céu
Gratos e esquecidos destas mãos

E assim aconteceu!

Nesse fim de primavera
Dou novo norte à vida
Pois dentro em breve
Das unhas afiadas
Eclodirão pequeninas serpentes
Frias e arredias
A procurar passarinhos

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Estréia de filme sobre Allende: celebra centenário do Presidente chileno deposto por golpe militar

A Sala Walter da Silveira abriga a estréia do documentário de longa-metragem Buscando a Allende, do cineasta argentino Carlos Pronzato. A exibição no dia 21 de outubro (terça-feira), às 20 horas, no cinema cult dos Barris, será simultânea à data da mostra de um trecho do filme no plenário do Senado Federal, que realiza ato em homenagem ao centenário de Salvador Allende, o presidente do Chile deposto por golpe de militares, também num trágico 11 de setembro, no ano de 1973.
O filme de Pronzato reflete a busca do diretor para revelar se Allende nasceu em Valparaíso ou em Santiago. "A busca se dá não apenas para tentar descobrir a sua cidade natal, mas principalmente abordar as dificuldades de Allende para levar adiante o seu projeto político de transformação social e das causas da trágica queda da via chilena ao socialismo", diz o documentarista, também poeta, diretor e ator de teatro.
Na trilha de desvendar a verdadeira cidade de nascimento de Allende, o cineasta colhe depoimentos de jornalistas, ex-ministros, funcionários e amigos íntimos do presidente. Entre os entrevistados figuram Carmen Lazo, dirigente histórica do Partido Socialista; Víctor Pey, refugiado espanhol desde 1939 e íntimo amigo de Salvador Allende; Jacques Chonchol, ex-Ministro de Agricultura durante a Reforma Agrária; Juan Carlos Concha, ex-Ministro da Saúde , responsável pela mais popular das famosas 40 medidas do governo, a da entrega diária do meio litro de leite para todas as crianças chilenas; Mireya Baltra, ex-ministra do Trabalho, entre outros.
Buscando a Allende foi realizado no final de 2007 e início deste ano, e resultou numa obra de 70 minutos que passa na tela da Walter da Silveira em exibição com legendas em português, depois de ter sido vista em sessão da última versão da Jornada Internacional de Cinema da Bahia.
Pronzato reúne já mais de três dezenas de realizações do gênero documental que abordam os movimentos sociais, operários e populares, no cenário latino-americano, além de focalizar seus líderes máximos. De Che Guevara ao panelaço argentino, dos conflitos envolvendo o gás boliviano às ações do MST no Brasil, e de experiências de gestão operária em fábrica têxtil na Argentina à revolta de estudantes em Salvador para barrar o aumento de passagens de ônibus, tudo entra no campo de interesse da pesquisa e do registro audiovisual deste peregrino e sua câmara itinerante.

Fórum de Música, Mercado e Tecnologia

O quê: Mesa de Abertura, Coquetel e Pocket Show de Chico Correa (PB)
Quando: 12/11, 20h às 22h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Oficina - Como Organizar a sua Produção Musical
Palestrante: Jamile Vasconcelos (FUNCEB)
Quando: 13, qui, 9h às 11h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Organizações Associativas na Música
Palestrantes: Pablo Capilé/Espaço Cubo (MT), Carlos Zimbher/Cooperativa de Música de São Paulo (SP), Dudoo Caribe/Miniestéreo Público (BA), Sandra de Cássia/ACCRBA e João Reis/IMÃ - BA (SEBRAE)
Mediador: Mário Sartorello (IRDEB)
Quando: 13, qui, 14h às 16h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Exportação de Música da Bahia: quadro atual
Palestrantes: Luciana Vasconcelos (Produtora), Verônica Aquino (Páginas do Mar) e Ruy Cezar (Mercado Cultural)
Mediador: Ivanna Soutto (Pelourinho Cultural)
Quando: 13, qui, 16-18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O que: Mesa - Conexão América do Sul: BAFIM- Buenos Aires Feria Internacional de la Musica
Palestrantes: a confirmar
Quando: 13, qui - 17h30 às 19h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: II Encontro da Rádio Educadora
Quando: 13, qui, às 19h30
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Oficina - O Empreendedor da Música em Rodada de Negócios
Palestrante: Eraldo Santos (SEBRAE)
Quando: 14, sex, 9h às 11h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Nordeste Independente: Feiras e Festivais
Palestrantes: Paulo André/Porto Musical - Abril pro Rock (PE), Jomardo Jomas/MADA (RN), Ivan Ferraro/Feira do Ceará (CE)
Mediador: Messias Bandeira (Boombahia)
Quando: 14, sex, 14h às 16h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Jornalismo Musical - Tecnologia da informação em Música
Palestrantes: Bruno Nogueira (PE), Chico Castro (A Tarde) e Bruno Maia (RJ)
Mediador: Luciano Matos (ElCabong)
Quando: 14, sex, 16h às 18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Oficina - Novos Rumos da Guitarra Baiana
Palestrantes: Morotó Slim/ Gabriel Dominguez / Aroldo Macedo
Mediador: Roberto Barreto (Rádio Educadora)
Quando: 14, sex, 16h às 18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Show da Orquestra Contemporânea de Olinda (PE), Wado (AL) e Quixabeira da Lagoa da Camisa (BA)
Quando: 14, sex, 20h às 23h30
Onde: Largo Pedro Arcanjo - Pelourinho

O quê: Oficina - Exportação de Música para o Mercado Europeu
Palestrante: Marc Régnier (FRA)
Quando: 15, sáb, 9h às 11h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Novas Formas de Distribuição em Música
Palestrantes: Reinaldo Pamponet/Eletrocooperativa (SP), Eduardo Peixoto/Toca Aê (PE), Tiago Carandina/My Space (SP), James Lima/Music News (SP)
Mediador: Gilberto Monte (FUNCEB)
Quando: 15, sáb, 14h às 16h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Mesa - Linhas de Crédito para Música
Palestrante: João Paulo Matta/Desenbahia, Antônio de Almeida/Banco do Brasil, Joací Silva/BNB
Mediador: Dora Parente (SEBRAE)
Quando: 15, sáb, 16h às 18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

O quê: Oficina - Gestão da Propriedade Intelectual
Palestrante: Caio Mariano (SP)
Quando: 15, sáb, 14h às 18h
Onde: Goethe-Institut/ICBA

Encerramento
O quê: Cidadão Instigado (CE), The Baggios (SE) e Subaquático (BA)
Quando: 15, sáb, 20 às 23h30
Onde: Largo Pedro Arcanjo (Pelourinho)

Shows em homenagem ao Dia Nacional do Músico
O quê: Cascadura (BA), Vanguart (MT) e Móveis Coloniais de Acaju (DF)
Quanto: R$ 2 e 1
Quando: Sábado 22 – 20h
Onde Largo Pedro Arcanjo (Pelourinho)

O quê: Matiz (BA), Silvia Machete (RJ) e Mallu Magalhães (SP)
Quanto: R$ 2 e 1
Quando: Sábado 29 – 20h
Onde: Largo Pedro Arcanjo (Pelourinho)

COISAS QUE NINGUÉM CONTA PRA GENTE!

*Serviço 102(Informações* *)**

Quando você precisar do serviço 102, que custa R$ 2,05, lembre-se que agora existe o concorrente que cobra apenas R$ 0,29 porinformaçãofone 0300-789-5900.
Para informações da lista telefônica, use onº 102030 que é gratuito, enquanto que o 102 e 144 são pagos e caros.

*Correios*

Se você tem por hábito utilizar os Correios, para enviar correspondência,observe que se enviar algo de pessoa física para pessoa física, num envelopeleve, ou seja, que contenha duas folhas mais ou menos, para qualquerlugar/Estado, e bem abaixo do local onde coloca o CEP escrever a frase'Carta Social', você pagará somente R$0,01 por ela.
Isso está nas Normas afixadas nas agências dos correios, mas é claro quenão está escrito em letras graúdas e nem facilmente visível. O preço que sepaga pela mesma carta, caso não se escreva 'Carta Social',conforme explicado acima custará em torno de R$0,27 (a grama). Agora imaginem no Brasil inteiro, quantas pessoas desconhecem este fato e pagam valores indevidos porumacarta pessoal diariamente?

*Telefone Fixo para Celular*

Se você ligar de um telefone fixo da sua casa para um telefone celular, serácobrada sempre uma taxa a mais do que uma ligação normal, ou seja, decelular para celular. Mas se acrescentar um número a mais, durante adiscagem, lhe serácobrada apenas a tarifa local normal.
Resumindo: Ao ligar para um celular sempre repita o ultimo dígito donúmero.
Exemplos:
9XXX - 2522 + 2
9X7X - 1345 + 5
Atenção: o número a ser acrescido deverá ser sempre o último número dotelefonecelular chamado !

*Serviços bancários pela Internet*

Para quem acessa o Home Banking de casa. Vale a pena ler e se prevenir.
Quando for fazer uso dos serviços bancários pela internet, siga as 3 dicasabaixo para verificar a autenticidade do site:
1 - Minimize a página. Se o teclado virtual for minimizado também, estácorreto. Se ele permanecer na tela sem minimizar,é pirata! Não tecle nada.
2 - Sempre que entrar no site do banco, digite SUA SENHA ERRADA na primeiravez . Se aparecer uma mensagem de erro significa que o site é realmente dobanco, porque o sistema tem como checar a senha digitada. Mas se digitar asenha errada e não acusar erro é mau sinal. Sites piratas não têm comoconferir a informação, o objetivo é apenas capturar a senha.
3 - Sempre que entrar no site do banco, verifique se no rodapé da páginaaparece o ícone de um cadeado; além disso clique 2 vezes sobre esse ícone;uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deveaparecer. Em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer, mas seráapenas uma imagem e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá acontecer.
Os 3 pequenos procedimentos acima são simples, mas garantirão que vocêjamais seja vítima de fraude virtual.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Há ocasiões
Em que me sinto mudo

Minhas idéias não chocam
Não reverberam
As palavras não dialogam
Não encontram reação
Há um vazio

Noutras
Gostaria de ser surdo

É tanta ingenuidade
É tanta idiotice proferida
Que meu rosto estampa a impaciência
E meus olhos aflitos procuram ao lado
Um calabouço aonde as vozes não cheguem

Entre a aparente mudez
E a sonhada surdez
Estou eu emputecido
Cansado de gente disléxica
Cansado de gente estúpida

e vai levando...

(Lucas Pedreira)

certo dia quando acordo, me deparo com o sol,
um sol radiante, cheio de energia, mas ouço ali
do lado algo mal ou mau ? não sei descrever tais
palavras que são ouvidas de forma clara e limpa !

ao sair, percebo que tudo aquilo é realidade.
A realidade presente, que foi passado e Deus
queira, aliás, todos nós queremos, fazendo assim
a vontade de Deus, que não seja futuro.

Palavras ouvidas, gestos que não deveriam
se fazer fato !
Mas fazem...
Toda criança merece ser compreendida, respeitada,
querida, amada, apreciada.
Apreciar cada segundo, cada sorriso, cada gargalhada.
Como é bom “viver” criança... a gente rejuvenesce..
Cresce, aprende a crescer, aprende a ser,
Mas não é isso que acontece.

Mas que jeito? todo dia é assim, faça chuva,
faça sol, todo dia a mesma agonia!

Mas que jeito...
Vai levando...

Quem não é capaz de ser pobre, não é capaz de ser livre

Victor Hugo

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Colóquio Nacional sobre Hegemonia começa dia 13, quinta-feira

Tem início na próxima quinta-feira, em Salvador, o "Colóquio Nacional Processos de Hegemonia e contra Hegemonia".

A Mesa Redonda de Abertura, dia 13 às 18:00 h, será sobre "Hegemonia e Contra-hegemonia na América Latina" e contará, entre outros, com a presença de Manuel Salgado, assessor do presidente do Equador, Rafael Correa. Salgado é também professor Titular da Universidade Central do Equador.

O Colóquio terá 17 Seções Temáticas, para as quais foram selecionados 108 trabalhos, de 51 instituições, de 19 estados brasileiros, que discutem a hegemonia relacionada aos mais diversos temas políticos, sociais, econômicos e culturais.A iniciativa é do "Grupo de Pesquisa Processos de Hegemonia e Contra-hegemonia", vinculado ao Departamento de Ciência Política e ao Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UFBA.

Haverá também quatro Mesas Redondas, entre os dias 13 e 15, que discutirão sobre Hegemonia e Contra-hegemonia na América Latina e no Brasil, a Crise Econômica Mundial e os Sujeitos Sociais Contestatórios.

Além de Manuel Salgado, estarão participando das mesas os professores Nildo Ouriques (UFSC e IELA - Instituto de Estudos Latino-americanos), Carlos Eduardo Martins (UFF e REGGEN - Cátedra da Unesco/ONU para o Desenvolvimento Econômico); Armando Boito (UNICAMP e CEMARX), Edmilson Rodrigues (UFRA/USP), Paulino Montejo (COIAB - Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), além dos professores da UFBA Graça Druck, Jorge Almeida, Luiz Filgueiras, Antonio Câmara e Emiliano José, que é também assessor especial do governador Jaques Wagner.

A Mesa Redonda de abertura será na Escola Politécnica da UFBA, auditório Leopoldo Amaral.

Para maiores detalhes sobre a programação, entre no site www.hegemoniaecontrahegemonia.ufba.br/coloquio ou use o e-mail processosdehegemonia@ufba.br

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O LABORATÓRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS MARXISTAS (LEMARX),

Convida professores, estudantes, militantes dos movimentos sociais e trabalhadores para participar do debate sobre EDUCAÇÃO, CIDADANIA e EMANCIPAÇÃO HUMANA, com o Professor IVO TONET (Ufal).

Na ocasião será lançado o livro A EDUCAÇÃO CONTRA O CAPITAL de Ivo Tonet.

DATA: dia 06 de novembro de 2008
LOCAL: Faculdade de Educação da UFBA, Vale do Canela, Auditório II
HORÁRIO: 9:00 horas da manhã

XIV Simpósio de Pesquisadoras(es) sobre Mulher e Gênero

Primeiro Dia - 04/11/2008

18:30-19:00h – Solenidade de Abertura – Salão Nobre da Reitoria da UFBA, Campus do Canela
19:00-19:30h – Homenagem à Dra. Heleieth Saffioti e à Dra. Alda Britto da Motta, nossas pioneiras
19:30-20:30h – Mesa: 25 Anos de NEIM– Alda Motta, Ana Alice Costa e Cecília Sardenberg

Segundo Dia – 05/11/2008
Local evento manhã: Auditório Grande Hotel da Barra, Porto da Barra
8:00-10:00h - Mesa I – Caminhos e Memórias doFeminismo no BrasilCoordenadora: Márcia Macedo (NEIM)
Expositoras: Luzinete Simões (REF), Mary Ferreira (UFMA),Albertina Costa (FCC), Maria José Araújo (IMAIS)
Debatedoras: Jaqueline Pitanguy (Cepia-a confirmar), Valdecir Nascimento (SEPROMI-BA)10:'15 – 12:15h - Mesa II – Feminismos e Movimentos
Coordenadora: Maria de Lourdes Scheffler (NEIM)
Expositoras: Vera Soares (USP), Maria Amélia Teles (União de Mulheres), Matilde Ribeiro (ex-Ministra da SEPPIR)
Debatedoras: Eleonora Menicucci (UNIFESP)

12:15-13:45h – Almoço 14:00-18:00h – Apresentação de trabalhos em sessõessimultâneas (Local: FFCH – São Lázaro)
18:30 -20:30h – Mesa III Feminismo e Mecanismos Estatais (Auditório Grande Hotel da Barra)Coordenadora: Eulália Azevedo (NEIM)
Expositoras: Terezinha Barros (Secretaria Especial dePolíticas para Mulheres-Lauro de Freitas), Vanda MenezesEx-secretária da Mulher de Alagoas), Maria Helena Silva (ex-superintende SPMulheres Salvador),
Debatedora: Jussara Prá (UFRGS)
21:00-21:30h – Lançamento de Livros

Terceiro Dia – 06/11/2008
8:00 - 10:00h – Mesa VI –> Feminismo Acadêmico (Grande Hotel da Barra)
Coordenadora: Márcia Gomes (NEIM- Observatório LMP)
Expositoras: Tânia Navarro Swain (UNB), Lucila Scavone (UNESP-Araraquara), Jussara Prá (UFRGS)
Debatedora: Cecilia Sardenberg (NEIM)
10:15 – 12:15h – Mesa IV - Feminismos nas ONGs (Grande Hotel da Barra)
Coordenadora: Iole Vanin (NEIM)
Expositoras: Marlene Libardoni (AGENDE-a confirmar), Jurema Werneck (Criola), Silvia Camurça (SOS)
Debatedora: Rhubia Abs da Cruz (Themis)
12:15h-13:45hs - Almoço
14:00 – 18:00h – Apresentação de trabalhos em sessões simultâneas(Local: FFCH – São Lázaro)

Quarto Dia – 07/11/2008
8:00- 12:00 – Apresentação de trabalhos em sessões simultâneas (Local: FFCH- São Lázaro)
12:00 – 13:30 - Almoço
13:30 – 15:30h Mesa VI : Lutas Feministas da Atualidade (Grande Hotel da Barra)
Coordenação: Maria Eunice Kalil (IMAIS)
Expositoras: Silvia de Aquino (NEIM-Observatório LMPenha), Gilberta Soares (CUNHÃ), Synara Klyni do Vale Dantas (Liga de Mulheres Lésbicas)
Debatedora: Silvia Lúcia Ferreira (NEIM)
15:30 – 17:30h – Mesa VII – Perspectivas para o Feminismo no Brasil (Grande Hotel da Barra)
Coordenação: Ana Alice Costa (NEIM), Ana Regina Reis (Espaço Feminista), Cristina Buarque (Secretaria da Mulher - Pernambuco), Heleieth Saffioti
Debate Aberto
17:30 – 18:00h - Encerramento

20:30h - Baile dos 25 Anos do NEIM – Local: Biblioteca Central da UFBA – Campus de Ondina

Campanha convoca homens a lutar pelo fim da violência contra a mulher

O governo brasileiro lançou nesta sexta-feira a campanha 'Homens Unidos pelo Fim da Violência Contra as Mulheres'. Com isso, o país é o primeiro a aderir à campanha mundial, criada em fevereiro deste ano, pela Organização das Nações Unidas (ONU), para mobilizar a população masculina em torno do problema.

No Brasil, uma mulher é espancada a cada 15 segundos. No mundo, uma a cada três mulheres já foi espancada, estuprada, escravizada ou sofre algum tipo de violência. Os dados são da Fundação Perseu Abramo e da Anistia Internacional, respectivamente.

A campanha brasileira consiste na utilização do site www.homenspelofimdav iolencia. com.br para reunir assinaturas de homens que queiram participar da iniciativa. A meta é atingir 90 mil adesões. O endereço eletrônico será distribuído a redes, sindicatos, associações, comunidades e instituições e assinaturas também são coletadas em grandes eventos públicos.

No site, já constam as assinaturas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dos presidentes do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, do Congresso Nacional, Garibaldi Alves, e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, e também do ex-jogador da seleção brasileira de futebol, Raí.
Site: http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/10/31/e311017722.html

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Vitória esmagadora dos nulos obriga TSE a convocar novas eleições em dois municípios do RJ

Fonte: Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org. br)

Em Bom Jesus de Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro, os votos nulos alcançaram 89,23% da preferência do eleitorado e o candidato único à Prefeitura, João José Pimentel, do PTB, apenas 6,3%. Eram 26.863 eleitores, mas apenas 1.692 votaram em Pimentel.

Em Santo Antônio de Pádua, Maria Dib, do PP, obteve 10.074, o equivalente a 37,9% dos votos, enquanto os nulos totalizaram 16.527, o equivalente a 60,35%.

De acordo com as regras eleitorais, nenhum candidato pode tomar posse quando os nulos e brancos vencem as eleições, alcançando um coeficiente maior que a soma dos votos dos candidatos.

Nos dois municípios, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) terá que convocar novas eleições e os dois candidatos rejeitados pela população ficarão inelegíveis. As duas cidades tiveram outros concorrentes, mas suas candidaturas foram impugnadas. Agora será estabelecido um novo prazo para inscrições, propaganda eleitoral e os eleitores terão que voltar às urnas.

O Tribunal Regional Eleitoral (TER-RJ) já está com esquema todo preparado para realizar novas eleições para prefeito em Santo Antônio de Pádua e em Bom Jesus de Itabapoana. A intenção do presidente do TRE, desembargador Alberto Motta Moraes, é convocar o novo pleito ainda este ano, antes da diplomação dos prefeitos eleitos no estado.

Pelo calendário eleitoral, a data-limite para os juízes diplomarem os vencedores das eleições deste ano é 18 de dezembro. Sua intenção é evitar que os presidentes de câmaras municipais sejam obrigados a tomar posse, interinamente.

Em Bom Jesus e Pádua, os eleitores deram uma lição de cidadania, demonstrando que o voto nulo é também uma forma de expressar opinião, quando os opções disponíveis não atendem às expectativas.

A massacrante felicidade dos outros

(Martha Medeiros, gaúcha, 44 anos, Jornalista e Poeta)

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco. Há no ar um certo queixume sem razões muito claras. Converso com pessoas que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido/esposa, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso? Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: 'Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento' .

Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são, ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho. As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim.

Ao amadurecer, descobrimos que estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados pra consumo externo. 'Todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores, social e filosoficamente corretos. Parece que ninguém, nenhum deles, nunca levou porrada. Parece que todos têm sido campeões em tudo'. Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia.

Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Será bom só sair de casa com alguém todo tempo na sua cola a título de segurança? Estarão mesmo todas essas pessoas realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está em casa, lendo, desenhando, ouvindo música, vendo seu time jogar, escrevendo, tomando seu uisquinho? Tenha certeza que as melhores festas acontecem sempre dentro do nosso próprio apartamento.

Por uma Arte Revolucionária Independente

André Breton, Diego Rivera e Leon Trotsky

1) Pode-se pretender sem exagero que nunca a civilização humana esteve ameaçada por tantos perigos quanto hoje. Os vândalos, com o auxílio de seus meios bárbaros, isto é, deveras precários, destruíram a civilização antiga num canto limitado da Europa. Atualmente, é toda a civilização mundial, na unidade de seu destino histórico, que vacila sob a ameaça das forças reacionárias armadas com toda a técnica moderna. Não temos somente em vista a guerra que se aproxima. Mesmo agora, em tempo de paz, a situação da ciência e da arte se tornou absolutamente intolerável.

2) Naquilo que ela conserva de individualidade em sua gênese, naquilo que aciona qualidades subjetivas para extrair um certo fato que leva a um enriquecimento objetivo, uma descoberta filosófica, sociológica, científica ou artística aparece como o fruto de um acaso precioso, quer dizer, como uma manifestação mais ou menos espontânea da necessidade. Não se poderia desprezar uma tal contribuição, tanto do ponto de vista do conhecimento geral (que tende a que a interpretação do mundo continue), quanto do ponto de vista revolucionário (que, para chegar à transformação do mundo, exige que tenhamos uma idéia exata das leis que regem seu movimento). Mais particularmente, não seria possível desinteressar-se das condições mentais nas quais essa contribuição continua a produzir-se e, para isso, zelar para que seja garantido o respeito às leis específicas a que está sujeita a criação intelectual.

3) Ora, o mundo atual nos obriga a constatar a violação cada vez mais geral dessas leis, violação à qual corresponde necessariamente um aviltamento cada vez mais patente, não somente da obra de arte, mas também da personalidade “artística”. O fascismo hitlerista, depois de ter eliminado da Alemanha todos os artistas que expressaram em alguma medida o amor pela liberdade, fosse ela apenas formal, obrigou aqueles que ainda podiam consentir em manejar uma pena ou um pincel a se tornarem os lacaios do regime e a celebrá-lo de encomenda, nos limites exteriores do pior convencionalismo. Exceto quanto à propaganda, a mesma coisa aconteceu na URSS durante o período de furiosa reação que agora atingiu seu apogeu.

4) É evidente que não nos solidarizamos por um instante sequer, seja qual for seu sucesso atual, com a palavra de ordem: “Nem fascismo nem comunismo”, que corresponde à natureza do filisteu conservador e atemorizado, que se aferra aos vestígios do passado “democrático”. A arte verdadeira, a que não se contenta com variações sobre modelos prontos, mas se esforça por dar uma expressão às necessidades interiores do homem e da humanidade de hoje, tem que ser revolucionária, tem que aspirar a uma reconstrução completa e radical da sociedade, mesmo que fosse apenas para libertar a. criação intelectual das cadeias que a bloqueiam e permitir a toda a humanidade elevar-se a alturas que só os gênios isolados atingiram no passado. Ao mesmo tempo, reconhecemos que só a revolução social pode abrir a via para uma nova cultura. Se, no entanto, rejeitamos qualquer solidariedade com a casta atualmente dirigente na URSS, é precisamente porque no nosso entender ela não representa o comunismo, mas é o seu inimigo mais pérfido e mais perigoso.

5) Sob a influência do regime totalitário da URSS e por intermédio dos organismos ditos “culturais” que ela controla nos outros países, baixou no mundo todo um profundo crepúsculo hostil à emergência de qualquer espécie de valor espiritual. Crepúsculo de abjeção e de sangue no qual, disfarçados de intelectuais e de artistas, chafurdam homens que fizeram do servilismo um trampolim, da apostasia um jogo perverso, do falso testemunho venal um hábito e da apologia do crime um prazer. A arte oficial da época estalinista reflete com uma crueldade sem exemplo na história os esforços irrisórios desses homens para enganar e mascarar seu verdadeiro papel mercenário.

6) A surda reprovação suscitada no mundo artístico por essa negação desavergonhada dos princípios aos quais a arte sempre obedeceu, e que até Estados instituídos sobre a escravidão não tiveram a audácia de contestar tão totalmente, deve dar lugar a uma condenação implacável. A oposição artística é hoje uma das forças que podem com eficácia contribuir para o descrédito e ruína dos regimes que destroem, ao mesmo tempo, o direito da classe explorada de aspirar a um mundo melhor e todo sentimento da grandeza e mesmo da dignidade humana.

7) A revolução comunista não teme a arte. Ela sabe que ao cabo das pesquisas que se podem fazer sobre a formação da vocação artística na sociedade capitalista que desmorona, a determinação dessa vocação não pode ocorrer senão como o resultado de uma colisão entre o homem e um certo número de formas sociais que lhe são adversas. Essa única conjuntura, a não ser pelo grau de consciência que resta adquirir, converte o artista em seu aliado potencial. O mecanismo de sublimação, que intervém em tal caso, e que a psicanálise pôs em evidência, tem por objeto restabelecer o equilíbrio rompido entre o “ego” coerente e os elementos recalcados. Esse restabelecimento se opera em proveito do ”ideal do ego” que ergue contra a realidade presente, insuportável, os poderes do mundo interior, do “id”, comuns a todos os homens e constantemente em via de desenvolvimento no futuro. A necessidade de emancipação do espírito só tem que seguir seu curso natural para ser levada a fundir-se e a revigorar-se nessa necessidade primordial: a necessidade de emancipação do homem.

8) Segue-se que a arte não pode consentir sem degradação em curvar-se a qualquer diretiva estrangeira e a vir docilmente preencher as funções que alguns julgam poder atribuir-lhe, para fins pragmáticos, extremamente estreitos. Melhor será confiar no dom de prefiguração que é o apanágio de todo artista autêntico, que implica um começo de resolução (virtual) das contradições mais graves de sua época e orienta o pensamento de seus contemporâneos para a urgência do estabelecimento de uma nova ordem.

9) A idéia que o jovem Marx tinha do papel do escritor exige, em nossos dias, uma retomada vigorosa. É claro que essa idéia deve abranger também, no plano artístico e científico, as diversas categorias de produtores e pesquisadores. "O escritor, diz ele, deve naturalmente ganhar dinheiro para poder viver e escrever, mas não deve em nenhum caso viver e escrever para ganhar dinheiro... O escritor não considera de forma alguma seus trabalhos como um meio. Eles são objetivos em si, são tão pouco um meio para si mesmo e para os outros que sacrifica, se necessário, sua própria existência à existência de seus trabalhos... A primeira condição da liberdade de imprensa consiste em não ser um ofício. Mais que nunca é oportuno agora brandir essa declaração contra aqueles que pretendem sujeitar a atividade intelectual a fins exteriores a si mesma e, desprezando todas as determinações históricas que lhe são próprias, dirigir, em função de pretensas razões de Estado, os temas da arte. A livre escolha desses temas e a não-restrição absoluta no que se refere ao campo de sua exploração constituem para o artista um bem que ele tem o direito de reivindicar como inalienável. Em matéria de criação artística, importa essencialmente que a imaginação escape a qualquer coação, não se deixe sob nenhum pretexto impor qualquer figurino. Àqueles que nos pressionarem, hoje ou amanhã, para consentir que a arte seja submetida a uma disciplina que consideramos radicalmente incompatível com seus meios, opomos uma recusa inapelável e nossa vontade deliberada de nos apegarmos à fórmula: toda licença em arte.

10) Reconhecemos, é claro, ao Estado revolucionário o direito de defender-se contra a reação burguesa agressiva, mesmo quando se cobre com a bandeira da ciência ou da arte. Mas entre essas medidas impostas e temporárias de autodefesa revolucionária e a pretensão de exercer um comando sobre a criação intelectual da sociedade, há um abismo. Se, para o desenvolvimento das forças produtivas materiais, cabe à revolução erigir um regime socialista de plano centralizado, para a criação intelectual ela deve, já desde o começo, estabelecer e assegurar um regime anarquista de liberdade individual. Nenhuma autoridade, nenhuma coação, nem o menor traço de comando! As diversas associações de cientistas e os grupos coletivos de artistas que trabalharão para resolver tarefas nunca antes tão grandiosas unicamente podem surgir e desenvolver um trabalho fecundo na base de uma livre amizade criadora, sem a menor coação externa.

11) Do que ficou dito decorre claramente que ao defender a liberdade de criação, não pretendemos absolutamente justificar o indiferentismo político e longe está de nosso pensamento querer ressuscitar uma arte dita “pura” que de ordinário serve aos objetivos mais do que impuros da reação. Não, nós temos um conceito muito elevado da função da arte para negar sua influência sobre o destino da sociedade. Consideramos que a tarefa suprema da arte em nossa época é participar consciente e ativamente da preparação da revolução. No entanto, o artista só pode servir à luta emancipadora quando está compenetrado subjetivamente de seu conteúdo social e individual, quando faz passar por seus nervos o sentido e o drama dessa luta e quando procura livremente dar uma encarnação artística a seu mundo interior.

12) Na época atual, caracterizada pela agonia do capitalismo, tanto democrático quanto fascista, o artista, sem ter sequer necessidade de dar a sua dissidência social uma forma manifesta, vê-se ameaçado da privação do direito de viver e de continuar sua obra pelo bloqueio de todos os seus meios de difusão. É natural que se volte então para as organizações estalinistas que lhe oferecem a possibilidade de escapar a seu isolamento. Mas sua renúncia a tudo que pode constituir sua mensagem própria e as complacência degradantes que essas organizações exigem dele em troca de certas possibilidades materiais lhe proíbem manter-se nelas, por menos que a desmoralização seja impotente para vencer seu caráter. É necessário, desde este instante, que ele compreenda que seu lugar está além, não entre aqueles que traem a causa da revolução e ao mesmo tempo, necessariamente, a causa do homem, mas entre aqueles que dão provas de sua fidelidade inabalável aos princípios dessa revolução, entre aqueles que, por isso, permanecem como os únicos qualificados para ajudá-Ia a realizar-se e para assegurar por ela a livre expressão ulterior de todas as manifestações do gênio humano.

13) O objetivo do presente apelo é encontrar um terreno para reunir todos os defensores revolucionários da arte, para servir a revolução pelos métodos da arte e defender a própria liberdade da arte contra os usurpadores da revolução. Estamos profundamente convencidos de que o encontro nesse terreno é possível para os representantes de tendências estéticas, filosóficas e políticas razoavelmente divergentes. Os marxistas podem caminhar aqui de mãos dadas com os anarquistas, com a condição que uns e outros rompam implacavelmente com o espírito policial reacionário, quer seja representado por Josef Stálin ou por seu vassalo Garcia Oliver.

14) Milhares e milhares de pensadores e de artistas isolados, cuja voz é coberta pelo tumulto odioso dos falsificadores arregimentados, estão atualmente dispersos no mundo. Numerosas pequenas revistas locais tentam agrupar a sua volta forças jovens, que procuram vias novas e não subvenções. Toda tendência progressiva na arte é difamada pelo fascismo como uma degenerescência. Toda criação livre é declarada fascista pelos estalinistas. A arte revolucionária independente deve unir-se para a luta contra as perseguições reacionárias e proclamar bem alto seu direito à existência. Uma tal união é o objetivo da Federação Internacional da Arte Revolucionária Independente (FIARI) que julgamos necessário criar.

15) Não temos absolutamente a intenção de impor cada uma das idéias contidas neste apelo, que nós mesmos consideramos apenas um primeiro passo na nova via. A todos os representantes da arte, a todos seus amigos e defensores que não podem deixar de compreender a necessidade do presente apelo, pedimos que ergam a voz imediatamente. Endereçamos o mesmo apelo a todas as publicações independentes de esquerda que estão prontas a tomar parte na criação da Federação Internacional e no exame de suas tarefas e métodos de ação.16) Quando um primeiro contato internacional tiver sido estabelecido pela imprensa e pela correspondência, procederemos à organização de modestos congressos locais e nacionais. Na etapa seguinte deverá reunir-se um congresso mundial que consagrará oficialmente a fundação da Federação Internacional.

O que queremos:
A independência da arte - para a revolução!A revolução - para a liberação definitiva da arte!
México, 25 de Julho de 1938

Raul Castro confirma visita ao Brasil em dezembro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou o convite ao presidente de Cuba, Raúl Castro, para visitar o Brasil neste ano, na reunião realizada na noite desta quinta-feira (30), em Havana. Segundo auxiliares que participaram do encontro, Raul confirmou que virá ao Brasil para a reunião de chefes de governo da América Latina e do Caribe, que será realizada nos dias 16 e 17 de dezembro em Salvador, Bahia.

Ele permanecerá no Brasil no dia seguinte, onde realizará uma reunião bilateral com Lula. Esta será a primeira viagem oficial para o exterior de Raúl Castro.

Durante o encontro desta quinta-feira, os dois debateram vários temas ligados à crise financeira internacional. Raul afirmou ainda ao presidente Lula que apóia o ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Segundo o relato de participantes da reunião, isso representa um avanço em relação à posição da diplomacia cubana, que até então não firmava posição nesse sentido.Nesta sexta-feira, Lula se reuniu com as autoridades da Defesa Civil do país para analisar a situação de Cuba após a recente passagem dos furacões Ike e Gustav.

Lula também inaugurará o escritório da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos do Brasil (APEX) em Havana, antes de regressar a Brasília, às 15h30 local.

Petróleo

Por fim, a breve visita de Lula a Cuba servirá também para que as estatais de petróleo dos dois países – Petrobras e Cubapetróleos (Cupet) – firmem um contrato de participação na produção do óleo, no qual a primeira se comprometia a responder à oferta de participar da prospecção da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) cubana antes de seis meses.

A Petrobras se somará assim às companhias Repsol (Espanha), Norsk Hidro (Noruega), ONGC Videsh Ltd (Índia), PDVSA (Venezuela), Petróleos Vietnã e Petrona (Malásia), que operam nas águas territoriais de Cuba no Golfo do México.

domingo, 2 de novembro de 2008


Vannuchi vai pedir à AGU que reveja postura de assumir defesa do ex-coronel Ustra

Fonte: Agência Brasil

O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, disse hoje (30) que irá pedir à Advocacia Geral da União uma reconsideração sobre a decisão de defender o ex-coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como torturador no período em que dirigiu o Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI/Codi) do Exército, com base em vários depoimentos de torturados. Na ação, Ustra e seu colega Audir dos Santos Maciel (já falecido) são acusados pela tortura de presos políticos e morte de, pelo menos, 64 deles, entre os anos de 1970 e 1976.
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"Com a maior humildade, sem nenhum sentimento litigante, pedirei ao meu colega ministro [José Antonio Dias Toffoli, da AGU] que reveja, sim, e faça isso o mais urgentemente possível", afirmou Vannuchi, após participar da entrega da 3ª edição do Prêmio Sócio Educando, no Ministério da Justiça, que valoriza práticas voltadas para a ressocialização de jovens e adolescentes em conflito com a lei.
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Segundo Vannuchi, o documento apresentado pela AGU à 8ª Vara Federal Cível de São Paulo para justificar a posição do governo se mostra "equivocado" em três pontos. Primeiro, ao considerar que a Lei da Anistia protege torturadores e autores de crime continuado. Depois, ao dizer que o MPF invadiu alçada da advocacia privada por se tratar de direito individual. E terceiro, ao passar a idéia de que não há documentos nem arquivos a serem revelados, quando o assunto está sendo conduzido pela própria Casa Civil da Presidência da República.
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"A tese de que a União não pode ser ré podia ser defendida com outros argumentos. Mas quando envolve pela AGU a abordagem de três componentes em que Ministério da Justiça, Casa Civil e [Secretaria Especial dos] Direitos Humanos têm posição publicamente contrárias, há um equívoco que precisa ser corrigido", argumentou Vannuchi.
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O ministro não descartou uma intervenção do presidente Lula para redefinir a questão: "Ele [Lula] definirá certamente como árbitro de qualquer disputa que haja de compreensão entre ministérios", disse Vannuchi.
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Ao se dizer "convicto" de que prevalecerá a tese defendida por sua secretaria, pela qual o governo deve esclarecimentos às famílias dos mortos e desaparecidos, Vannuchi recordou o que o presidente da República lhe falou, em dezembro de 2005, ao convidá-lo para o cargo. "Ele [Lula] falou: Paulo, já disse aos chefes militares que não vou passar para a história como o presidente que jogou uma pedra sobre esse assunto", recordou o ministro.
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Vannuchi garantiu não ter como principal objetivo a punição como restrição de liberdade para quem torturou. "Não há nenhum sentimento revanchista, não se trata de [pedir] cadeia. O que queremos assegurar é o direito de saber a verdade, jogar luz. Se o judiciário entender que não cabe punição, acataremos", assinalou o ministro. "Torturadores e vampiros têm horror à luz, derretem diante da luz.. Então se alimentam das trevas, da escuridão, e da pedra em cima ", acrescentou.
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O ministro ressaltou ainda que os esclarecimentos sobre os fatos ocorridos durante o período da ditadura militar não prejudicariam a imagem das Forças Armadas, pelo fato de elas viverem um outro momento histórico.
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"Estamos abertos à reconciliação e ao diálogo. As Forças Armadas são completamente diferentes daquelas, têm a evolução de 20 anos de democracia, não se intrometem mais em assuntos, como deposição de governo constituído, estão em missão de paz e direitos humanos no Haiti, ajudam missões de direitos humanos nos estados brasileiros", ressalvou o ministro Vannuchi.