sexta-feira, 18 de abril de 2008

Mediático

Morre a garotinha de classe média
Estrangulada, atirada pela janela
Executada a sangue frio, obra do cão
A sociedade se enfurece, pede justiça

Morre o menino favelado, classe baixa
Alvejado por 12 tiros, por demais medonho
Dívida de drogas, começo e fim prematuro
A sociedade nem tchum, acontece direto

Estamos acostumados a matar o preto
A pisar o pobre, ver sua desgraça e comer
O fodido e sua miséria residem no escuro
Pobreza não ouriça o intere$$e da mídia
Que, por sua vez, não ateia fogo na sociedade

Mas o assassinato da pequenina branquinha
De família abastada e tão indefesa
Tem um ingrediente a mais, é inusitado
Não se vê todo dia pai rico matando filha
Não se vê todo dia jogarem alguém pela janela

No fim das contas, não importa quem morreu
Quem matou, quem será encarcerado
Importa o dinheiro, rio que carrega o mundo
Quanto mais se fala mais se quer ouvir
Quanto mais se tem mais se quer ganhar
E nossa imprensa mostra sua cara suja
Faz desse horror um espetáculo torpe
E faz doutra tropeza algo insignificante

2 comentários:

Pablo disse...

essa tá bala!!
depois tento fazer uma crítica mais aprofundada, mais o poder crítico da poesia sustenta sua falta de esmero nas formas, foi mais uma expressão de indignação furiosa que um manifesto poético sobre a valor da violência em relação com a grana.

Unknown disse...

djvpdrkÉ preciso coragem pra abordar certos temas de forma clara. Parabéns