terça-feira, 8 de abril de 2008

pobre executiva


Ela só precisa ser tocada
Para desabotoar seu afeto
E segui-lo pelas veredas
Feito girassol silvestre

Não se abre facilmente
Porque são poucos os arqueiros
Com pontaria nas palavras
E mel em suas flechadas

Ela quer ser lida
Abrir suas abas
Abrir as folhas vivas
Ocupar sua malícia
Salivar suas opiniões
Rir até cansar de gozo

Será livre de culpa
Quando possuir o elo
No qual seja liberta
Mão de sua mão
Boca de sua boca

Ela é boba
Ocupa-se de sua figura
Veste-se como homem
Para demonstrar seriedade
Oh vida covarde
Deixe-a nua
Como gosta de estar

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