quinta-feira, 17 de abril de 2008

Desculpe-me Morena

Um mergulho na piscina,
A princípio inocente,
Conhecer uma linda menina,
De sorriso bem atraente.

Cabelos e olhos negros,
Pele branca e macia,
Uma beleza incomum,
Vinda do interior da bahia.

Jeito meigo, um pouco tímido,
Voz mansa, doce como mel,
Tendo a sua companhia,
Homem mulherengo vira fiel,
Chegando até o ponto,
De pôr no dedo um anel.

Rapaz comprometido, entretanto curioso,
Resistir a ela não é possível,
Tenta segurar a rédea,
Mas seu desejo é visível,
Sabia ele que aquele beijo,
Seria inesquecível.

Mas dessa vez algo triste aconteceu,
A patroa (naquele tempo) descobriu,
O flagrante aconteceu,
Não sei como ela nos viu.

A linda morena que conheci,
Seu coração já machuquei,
Essa não foi minha intenção,
Incômoda é a situação,
Em que a coloquei.

Mágoa, angústia, ansiedade,
Por dentro sensação de vazio,
Sentimento de subtração,
Todo aquele encanto, sumiu.

Me perdoa?
vou tentar!
Por favor,
Não quis te machucar.

Depois do ocorrido,
Mesmo sem tê-la ao meu lado,
Sabia que tudo aquilo,
Não havia de ter acabado,
Um carinho especial por ela,
O meu coração tinha despertado,
Mas não conseguia sentí-lo,
Pois estava bem guardado.

Agora mais nada posso fazer,
E o que irá acontecer,
Só Deus poderá dizer,
Espero que não por linhas tortas,
Para que o percurso seja breve,
Queria poder reencontrá-la,
E deixar que ela me leve.

Toco uma música na viola,
Apenas para recordar,
Do tempo que se passou,
E que não irá voltar,
Mais na frente eu espero,
Um dia novamente te beijar.

Passaram-se 5 anos,
Cada um no seu caminho,
Mal sabia que um dia,
Ainda ficaríamos juntinhos.

Reencontro inesperado,
À tona veio o arrepio,
Um gole na cerveja,
Na barriga sinto frio,
Vontade de abraçá-la,
Tocar seus lábios macios.

Dançamos mais um forró,
Soados de tanto calor,
Recordo-me do nosso primeiro beijo,
Do seu delicioso sabor,
Hoje sou mais maduro,
Aprendi a lhe dar valor.

O senhor do tempo foi generoso,
A beleza da linda morena não esmaeceu,
Lhe dei um beijo bemmm gostoso,
E aquele sentimento reacendeu,
Um cinema logo um dia depois,
Foi o que aconteceu.

Colocamos os assuntos em dia,
Nos beijamos no escuro,
No cine a sala vazia,
No seu abraço sinto-me seguro.

Neste momento, paro, penso,
Na cabeça só asneira,
O que ela deve ta pensando!?
Gostou de ser minha companheira?
Será que fui bem?
Ou só falei besteira?

Um dia após já estou escrevendo,
Parece-me papel de babaca,
Só quero pôr pra fora,
Emaranhar-me nos meus versos,
Já que hoje, nenhum telefonema,
O jeito é ficar lembrando,
Daquele dia no cinema,
Mais uma vez te peço,

Desculpe-me morena!

(Caio Mattos)

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