A luminosidade do banheiro
Deixa no ar uma divindade momentânea
Foi dia em plena noite
Não estou mais ali
A urina cai no chão
E nem me importo
Mas há um parafuso enferrujado
Torcido
Sobre o reservatório de água
Ele me diz onde estou
Abafa minha onda
Esqueço da paz e me lembro...
Banheiro de chão imundo
No fim do corredor escuro
De um bar na Ondina
Em uma rua sem saída
Descarga
Passo em branco pela pia
Cruzo o vão mal iluminado
Desvio dos engradados vazios
Deparo-me com aquelas figuras
Nada me dizem
Mas a conversa delas deflagra em mim um asco
Como pessoas podem ser tão vazias
Caracóis que sobem por subir
Instinto de carrapato
Já não sei ser povão
O povão me agridi
Pago minha conta
A loira fica de saque
Pena eu não ter certeza sobre seu sexo
Manobro o carro
sexta-feira, 25 de abril de 2008
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3 comentários:
Cumpadi, povão alcoolatra é dificil de ser, povão de espirito limpo é mais descente, boteco também pode ser de familia.
"agredi" ou seria "agridi"?
Agridi!
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