terça-feira, 1 de julho de 2008

Coisas do hipotálamo


Sei que a independência da Bahia é comemorada no 12 de junho
Ou melhor
No 2 de julho
Acontece que, às vezes, me esqueço
Além do mais
Batalhas não deveriam ser comemoradas
Mesmo uma independência, pois calcada em sangue
Até mesmo uma revolta, pois 18 morreram

Sempre programadas, arquitetadas
Essas desumanas agressões à natureza humana
Não podem ser esquecidas
Só não precisam ser assim lembradas
Como um sino alertando às 18 horas

Lembro de datas
Na maioria das poucas vezes
Úteis
Como aniversário, quando irei à festa
Datas importantes para minha namorada, quando evitarei brigas
E outras que não lembro
No momento

Lembro daquelas sem dia específico
O dia que saí de casa
O dia da formatura
O dia em que perdi a virgindade
Em pé, atrás da Delegacia, na beira da pista

Tenho lido e ouvido alguns sábios
Homens e mulheres que me dizem coisas estranhas
Estranhas como “a vida é um sopro”
E nesses ensinamentos tenho calcado meus pensamentos
Então
Não perco tempo comemorando datas “importantes”, lembramentos aguerris
Por mais antipatriótico ou antibaianidade que possa parecer

Permanecerei no mundo por uma temporada
De passagem
Melhor é aproveitar e construir novas ondas
Muito mais importantes para minha vida
Ou, quiçá, para a de todos

Um comentário:

Anônimo disse...

Porra....concordo!!