segunda-feira, 7 de julho de 2008

Nossos Sonhos Foram Meus

(José Carlos Berbert da Silva)

Vai para bem longe amor,
Não deixes que eu sinta,
Esses aromas, esses cheiros,
Essas pegadas, teus rastros.
Zarpa amor, pois meu coração
Já não suporta, entorpecido está.
Leva para bem longe esse feitiço.
Deixa a tua ausente presença.
Cá estou em nossos aposentos,
Curtindo esse cálice de lânguidas tristezas.
Saudade!

Respiro-a, discreta, solenemente.
Nesses sótãos, desvãos, porões.
E essa inquietude que não me deixa enxergá-la,
Nas brumas que margeiam essa vida vã e fugaz?
Oh! E o nosso sonho de eternidade?
Nesse mundo de pecados vivemos,
Jamais nos tocamos!
Felizes fomos.
Em sonhos, quimeras.

É tarde segue teu destino.
Sempre terminas acenando,
Sorrindo, imagino.
A eternidade é doce e amena,
Como nossos sonhos foram,
Doces e amenos.

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