(foto de Al Capone)
Ele vem do restaurante
Tomara duas taças de vinho com uma bela moça
A escuridão do mar o distrai
Após uma curva cega
Ele destampa na blitz de trânsito
Estão ali para dar aplicação à Lei Seca
Ele olha pelo retrovisor, pensa em evadir-se
Sabe que será flagrado acima da gota permitida
Entretanto, não há como fugir, deve cruzar a blitz
O agente estende a mão, parece identificar seu medo
Desmunheca indicando-o que pare entre os cones
Calafrios percorrem as costas dele
Primeiro, vem a equipe de TV, câmera e luz nele
Em seguida, encosta o advogado do órgão, paletó e sisudez
Por fim, ressurge o tal agente, palito na boca
Ele imagina sua imagem circulando na internet
Sua família incriminando-o, seus amigos zombando-o
Velhos conhecidos reconhecendo-o e rindo
O agente estende o bafômetro descartável
Sem pedir qualquer documento, sem dizer nada
Ele sopra, o câmera flagra seu desconforto
O teste indica o já sabido, a repórter pergunta:
O Sr. estava bebendo? Este amassado ocorreu hoje?
Mas não pergunta se ele sente-se humilhado com a situação
O agente pergunta se ele tem condições de caminhar até a viatura
Responde que sim, segue abatido, vê mil implicações
Apoia-se no carro imundo e aceita o inevitável: está na merda
O agente risca alguns papéis, faz cara de agente mesmo e sai
Chega o advogado, pára ao lado dele e diz advogadamente:
São R$ 300,00 para sair dessa, sem crise, totalmente de boa (ponto)
Ele se alegra, afinal, economizará R$ 600,00, não deixará de dirigir por 1 ano
E preservará sua imagem, não haveria melhor solução no momento
O advogado devolve-lhe as chaves do carro e pede-o que vá buscar o real
No caminho ao caixa rápido, sua cabeça está um turbilhão
Imagina um grampo ou uma câmera escondida ou um pesadelo
Acalma-se, faz o que deve fazer e volta à blitz
O advogado encosta, pergunta se foi tudo bem, passa confiança
Ele treme feito bambu, entrega o dinheiro, recebe a habilitação
E passa pela equipe de TV, pelo agente e por outro carro parado
Já em casa, deitado em sua cama, reflete sobre todo o acontecido
Crê haver sido uma pechincha, só 300, sem ficha suja, sem TV
Porém, percebe que foi manipulado desde o começo
R$ 300,00 é um preço muito redondo, fácil de concordar
Aquela blitz era muito pequena, havia somente um agente
E conclui: 100 do agente, 100 do advogado e 100 da TV
Tomara duas taças de vinho com uma bela moça
A escuridão do mar o distrai
Após uma curva cega
Ele destampa na blitz de trânsito
Estão ali para dar aplicação à Lei Seca
Ele olha pelo retrovisor, pensa em evadir-se
Sabe que será flagrado acima da gota permitida
Entretanto, não há como fugir, deve cruzar a blitz
O agente estende a mão, parece identificar seu medo
Desmunheca indicando-o que pare entre os cones
Calafrios percorrem as costas dele
Primeiro, vem a equipe de TV, câmera e luz nele
Em seguida, encosta o advogado do órgão, paletó e sisudez
Por fim, ressurge o tal agente, palito na boca
Ele imagina sua imagem circulando na internet
Sua família incriminando-o, seus amigos zombando-o
Velhos conhecidos reconhecendo-o e rindo
O agente estende o bafômetro descartável
Sem pedir qualquer documento, sem dizer nada
Ele sopra, o câmera flagra seu desconforto
O teste indica o já sabido, a repórter pergunta:
O Sr. estava bebendo? Este amassado ocorreu hoje?
Mas não pergunta se ele sente-se humilhado com a situação
O agente pergunta se ele tem condições de caminhar até a viatura
Responde que sim, segue abatido, vê mil implicações
Apoia-se no carro imundo e aceita o inevitável: está na merda
O agente risca alguns papéis, faz cara de agente mesmo e sai
Chega o advogado, pára ao lado dele e diz advogadamente:
São R$ 300,00 para sair dessa, sem crise, totalmente de boa (ponto)
Ele se alegra, afinal, economizará R$ 600,00, não deixará de dirigir por 1 ano
E preservará sua imagem, não haveria melhor solução no momento
O advogado devolve-lhe as chaves do carro e pede-o que vá buscar o real
No caminho ao caixa rápido, sua cabeça está um turbilhão
Imagina um grampo ou uma câmera escondida ou um pesadelo
Acalma-se, faz o que deve fazer e volta à blitz
O advogado encosta, pergunta se foi tudo bem, passa confiança
Ele treme feito bambu, entrega o dinheiro, recebe a habilitação
E passa pela equipe de TV, pelo agente e por outro carro parado
Já em casa, deitado em sua cama, reflete sobre todo o acontecido
Crê haver sido uma pechincha, só 300, sem ficha suja, sem TV
Porém, percebe que foi manipulado desde o começo
R$ 300,00 é um preço muito redondo, fácil de concordar
Aquela blitz era muito pequena, havia somente um agente
E conclui: 100 do agente, 100 do advogado e 100 da TV
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