Ele estava pilhado
Estava decidido
“O primeiro disgraçado que mim negar 10 centavo eu mato”
“Mato na pedrada”
E foi para o sinal costumeiro
Pedir a esmola costumeira
E ouvir o costumeiro não
E cometer um ato desconhecido
Matará um desconhecido
Chega à esquina
No carro uma velha senhora, ele a reconhece
Ela já matara sua fome algumas vezes
Ele decide não pedir
Abre o sinal, vai o carro
Passam alguns sortudos
Ele caça uma pedra, apanha uma pedra, a pedra
Fecha o sinal
Vem um carro, o motorista percebe a pedra em sua mão
Percebe o sangue nos seus olhos e pára longe
Ele recua e larga a pedra encima do bueiro
Abre o sinal, os carros passam
Fecha o sinal, param os carros
Ele encosta, pede 10 centavos, o cara dá R$ 1,65
Abre o sinal, os carros passam
Fecha o sinal, param os carros
Ele pede, recebe R$ 0,10
Abre o sinal, os carros passam
Fecha o sinal, os carros param
Ele pede, a mulher diz não ter nada
Ele insiste
“Nem 10 centavo a sinhora num tem!?”
Ela fuça o console do carro, dá R$ 0,75
Ele conta as moedas, tem R$ 2,50
Resolve tomar uma sopa do outro lado da rua
Enquanto come, olha os carros
Não pondera, simplesmente os olha por detrás do vapor
Imagina a morte de cada motorista
Depois retorna à esquina
A pedra no mesmo lugar
Nele a mesma intenção
Fecha o sinal, param os carros
Ele pede 10 centavos, o cara diz que não tem
Ele insiste
“Nem 10 centavo o sinhô num tem!?”
O cara reitera
Ele se humilha
“Na moral chefia, nem 5 centavo!?”
O cara reitera
Ele abaixa, apanha a pedra
E broca a cabeça do cara com a banda de paralelepípedo
Os pedestres não acreditam no que vêem
Ele permanece em pé em frente ao carro
O homem está morto
Outro motorista derruba-o com um soco
Ele não reage
Comporta-se como se nada houvesse acontecido
Como se não houvesse arrependimento
Chega a polícia
Ele é algemado
A população esbraveja pelo seu linchamento
O policial ameaça com seu spray de pimenta
A massa se aglomera
O zumzumzum aumenta
São apenas dois policias
Chega a viatura de sirene ligada
Ele é posto no porta-malas
Alguém dá uma pedrada no carro
Os policiais arrancam
Um dos policiais olha para ele
Pergunta por que fez aquela desgraça
Ele não diz nada
E começa a vomitar a sopa
Estava decidido
“O primeiro disgraçado que mim negar 10 centavo eu mato”
“Mato na pedrada”
E foi para o sinal costumeiro
Pedir a esmola costumeira
E ouvir o costumeiro não
E cometer um ato desconhecido
Matará um desconhecido
Chega à esquina
No carro uma velha senhora, ele a reconhece
Ela já matara sua fome algumas vezes
Ele decide não pedir
Abre o sinal, vai o carro
Passam alguns sortudos
Ele caça uma pedra, apanha uma pedra, a pedra
Fecha o sinal
Vem um carro, o motorista percebe a pedra em sua mão
Percebe o sangue nos seus olhos e pára longe
Ele recua e larga a pedra encima do bueiro
Abre o sinal, os carros passam
Fecha o sinal, param os carros
Ele encosta, pede 10 centavos, o cara dá R$ 1,65
Abre o sinal, os carros passam
Fecha o sinal, param os carros
Ele pede, recebe R$ 0,10
Abre o sinal, os carros passam
Fecha o sinal, os carros param
Ele pede, a mulher diz não ter nada
Ele insiste
“Nem 10 centavo a sinhora num tem!?”
Ela fuça o console do carro, dá R$ 0,75
Ele conta as moedas, tem R$ 2,50
Resolve tomar uma sopa do outro lado da rua
Enquanto come, olha os carros
Não pondera, simplesmente os olha por detrás do vapor
Imagina a morte de cada motorista
Depois retorna à esquina
A pedra no mesmo lugar
Nele a mesma intenção
Fecha o sinal, param os carros
Ele pede 10 centavos, o cara diz que não tem
Ele insiste
“Nem 10 centavo o sinhô num tem!?”
O cara reitera
Ele se humilha
“Na moral chefia, nem 5 centavo!?”
O cara reitera
Ele abaixa, apanha a pedra
E broca a cabeça do cara com a banda de paralelepípedo
Os pedestres não acreditam no que vêem
Ele permanece em pé em frente ao carro
O homem está morto
Outro motorista derruba-o com um soco
Ele não reage
Comporta-se como se nada houvesse acontecido
Como se não houvesse arrependimento
Chega a polícia
Ele é algemado
A população esbraveja pelo seu linchamento
O policial ameaça com seu spray de pimenta
A massa se aglomera
O zumzumzum aumenta
São apenas dois policias
Chega a viatura de sirene ligada
Ele é posto no porta-malas
Alguém dá uma pedrada no carro
Os policiais arrancam
Um dos policiais olha para ele
Pergunta por que fez aquela desgraça
Ele não diz nada
E começa a vomitar a sopa
3 comentários:
Nada como o cotidiano em prosa!!!!! Flw Picles
Porra!
DIFUDE que ele vomitou a sopa. Impressionante como o ultimo verso tem significado.
Tenho uma certa resistencia a suas poesias descritivas, mas essa tem um enredo que pega, que pede atenção.
Gostei!
... direto das entranhas do asfalto, passando pela brita e chegando no paralelo.
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