quarta-feira, 9 de julho de 2008

Nas coxas


A favela nunca pára
Porque o céu é de reboco
E toda vez que a chuva cai
Escorre mais um pouco
E cada vez que a casa cai
Sobra um muro de tijolo
E quando a casa agüenta
Bate outra laje como reforço
E se a estrutura não sustenta
Nova tragédia atinge o morro
E por não ter para onde fugir
É obrigado a reconstruir de novo

Todo morro tem seu castelo
Todo castelo tem seu rei
Todo rei tem seu martelo
Todo martelo tem sua utilidade
Toda vez que o martelo arde
Toda cabeça do povo coça
Todas vêem a mesma cena
Todas as estrelas no alto da antena
Há algo de errado nesta joça


) Eu e a laje de Fernando Montenegro, o bâda (

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