sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Amém a mim!


Sentimento para quê?
Já que a dureza nos aflige a alma
E sentir será sofrer mais um trauma
Já que o mundo não mais quer arte
Apenas consome o que se divide em partes

Poesia para quê?
Se meu povo não vê o dia
Se não compreende a simbologia
Se descansa seu corpo com olhos fechados
Se na hora do lazer transa e é devorado

Escrever para quê?
Quando há tanto a fazer
Obras enormes a serem lidas
Pontes gigantes a serem construídas
Diques maciços a serem rompidos

Viver para quê?
A pergunta mais cretina que faço
Vivo para não me sentir um capacho
Mais uma peça a ser gasta lentamente
Até morrer fustigado e quase sem dentes

Viverei o que me trouxer vida
E me questionarei por toda a lida
Será que me mantenho no propósito?
Será que traço o risco com punho próprio?
O que não falta é coragem para responder

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