terça-feira, 30 de setembro de 2008

Aos amigos queridos


Meus queridos amigos, já não os conheço.
Tornaram-se amigos de outros, como tornei-me.
Novas amizades, novos fatos, novas vidas os mudaram.
Aos poucos fomos perdendo aquela tal identidade.
Vivíamos como uma tribo: mesmos hábitos e costumes.
Era como se não houve família, éramos amigos e nos bastávamos.
Um telefonema e estávamos reunidos, aglomerados.
Só haveria alegria se todos estivessem ao lado.
Cada pirraça dependia da presença do outro e do outro.

Embarcamos em histórias para serem contadas por toda vida.
Brigamos, discutimos, fizemos as pazes, saímos ganhando.
Desfrutamos de um laço tão puro, que pode ser percebido noutros bichos.

E o mundo gira, cambaleia, e fomos para vários lados,
Dar seqüência ao ciclo da existência, aos planos formados.
E levamos no peito aquela amizade sem tamanho ou equivalente.
E achamos noutros traços aqueles rostos amigáveis e seguimos adiante.

Já não somos aquelas pessoas que pensavam tão coesamente.
Já não somos tão ligados, mas ainda somos amigos.
Apesar das distâncias dos pensamentos.
Muito embora não nos vejamos há tempos.
Continuamos amigos, amigos profundamente.

Obs.: achei essa sem querer, perdida entre alguns fragmentos. Quase pude sentir as forças que levaram-me a escrevê-la.

Um comentário:

Jecabrejo disse...

Ah, amigo, que de belos versos
E transbordante bonança,
Dadivoso,
Que te sobra é esperança.

Houvesse cantos, mesmo desinibidos,
Enfrentando os ransos - constrangido,
Que sabe confortar, num dia de mar.

Poesia singela essa sua, joão.