Esmago a rosa co'outras flores
murchas
esmurro a porta
fumo a palha
esvazio de sangue a navalha
que cortou-me de toda coragem
fraco como uma mão trêmula suplicando aspirina
doi aquela dor...
que nao tem causa
que nao caiba no dicionário
pulo a porta caida
dou-lhe outro chute a meia força
p'ra nao arrebentar-me os pés
as mão penduradas são levadas
os pés deixam todo o corpo inerte
frombicar é frombicar
aqui e lá
invento porque não há mais o que inventar
para cobrir endredons coringáticos
naipes de palhaços
fumo-me à torta
procuro a derrota
mas há algo dentro
bem "inside"
quem impele o suspiro
cuspo sangue da boca mordida
as unhas já sem dedos todos roídos
como ratos rápidos
não acho aqueles velhos sapatos
que já não me calçam
nada me calça
fumo feito palhaço
conspirando contra mim mesmo
um choro interrompido
ainda nem começado
esganado trancado amordaçado
jamais rolarão
lágrimas perdidas
fumus entrelaçados
guardanapos guardam peda
bocas limpas e comida
cheiro a dor que não quer sair
rogo que me abstenha
não quero mais sentir
esfregar o cérebro
limpar deletar o que nao quero
maquina nao sofre como poeta
que sofre facil
sem perder o prazer de sofrer
aquele que escreve a necessidade
luta sem ter porquê
cai estupido querendo mudar
o que estampado está
puta que pariu o poeta
puta santa essa
mae genitora pura e nobre
mae de todas as horas
putas sao as outras
aquelas d'outros
aquela que não é mais sua
gasta-me a caneta
e a ponta dos dedos
o dom persiste contemplando a dor
esperando cicatrizar p'ra parar
entao pára!
o tempo nao para
e passa e termina de sufocar o hábito
nao ha o gostar
ha o suportar
e ser deportado de uma vida
donde nao se vale mais
estupido! nao acreditais!
agora chora as novas glorias
conquista de curvas
me perco em buracos
calço os sapatos
as calças ja nao valem mais
a camisa em farrapos
na boca do felino violento
e mais uma puta se deita em alguma esquina
e o padre, aquele que usa batina
nao sabe do que falo.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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