quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Alumbramentos



Eu sofro de lampejos
E meu remédio é escrever
Se não expulso o que vejo
Minha alma passa a doer

Vêm em relâmpagos de luz
E estremecem todo meu ser
Sua origem, só Deus deduz
Apenas sinto acontecer

Detesto me lembrar da época
Em que uma linha sequer escrevia
Foi quando nada fez sentido
Tudo parecia esquizofrenia

Durante minha infância
Fui tido como louco-mirim
Por exteriorizar aos risos
As imagens que só surgiam a mim

Fui um adolescente perseguido
Comentavam que vivia drogado
Por agir de modo encolhido
E passar muito tempo calado

Me libertei ao virar adulto
Tive certeza de carregar o bem
E passei a desabafar cada vulto
A construir o mundo do Além

Agora me acham poeta
É hilário ver a revira-volta
Os ratos que me chamavam “coitado”
Curvam-se às minhas linhas tortas

Um comentário:

Anônimo disse...

muito massa
eahh