sábado, 22 de março de 2008

Sonhei II - A caverna de Platão


Agora, éramos cinco índios vivendo num barraco
Estávamos tensos, algo nos preocupava
Pediram-me que fosse a rua comprar comida
Levei um parceiro comigo
Fui hostilizado já na chegada
Índios não poderiam entrar na cidade, entramos
Na venda não queriam vender, roubamos
Na praça quiseram nos linchar, revidamos
Girava a enceradeira incessantemente
Assim ninguém se aproximaria
Mas o estúpido nunca recua
E terminei acertando um ladrãozinho no rosto
Fomos perseguidos até o barraco
Armei uma cilada
Quando o ladrão entrou eu o acertei várias vezes
Não adiantou nada
Ele partiu para cima de mim
Tinha um canivete em sua mão esquerda
Quando preparou o golpe eu já estava numa ilha
Com mais dois índios
Talvez os demais tenham sido mortos
Com poucos segundos fomos atacados por uma entidade
Meus companheiros haviam morrido
Fiquei só, perguntei a mim mesmo o que fazer
Uma voz amiga me mandou entrar no velho templo, entrei
A porta transformou-se numa muralha de pedra
Estava trancado no escuro
A voz amiga tornara-se velha e ácida
Disse-me às gargalhadas: “agora você se fudeu”!

Um comentário:

Pablo disse...

descente. Penso se seria possível interpretar os sonhos, sendo que eu não consigo interpretar uma boa parte dos meus pensamentos de vigilia.
Eu estou cada dia mais cético, tanto que parece uma ironia ou uma mentira quando digo que não tenho certezas, o que torna o ceticismo maior, e a bola de neve continua a rolar e cresce. Cuando eu tento ser mais sincero me sinto mentindo, e cuando minto pareço sincero.