quarta-feira, 5 de março de 2008

Com Licença mais q Poética


Chama-la melhor do poeta qualidade
Por transpor a lingüística clássica
A ortografia exata dos idiomas ancestrais
Salva-se a língua ao dar-lhe vida noutra

Aqui inclui a mim, sílaba atômica
Simplório poeta vespertino chuvoso
Buscador desde muito menino
Das lições líricas que a alma emana

Faço, traço, trama, rama, grama
Minto poesia, simulo, hipocritizo
Mesmo sobre linhas deixo perder os sentidos
A razão, o conteúdo, as palavras, a finalidade

Queria eu ser um Pessoa para o mundo
Mas me contentarei em ser imundo para as pessoas
Aqui me te torno bestial e prolixo ao cubo
Mandandote à tonga, mironga, cabuletê sabará

Refarei as poéticas outrora hipercertas
Deixando-as mais tortas, sinuosas, afonéticas
Pois que trago na cabeça mesmo antes do nascimento
A qualidade de catar letras no bramir do vento

Abra tuas cadeadas de certeza e exatidão
Leia minhas falas impressionadas nesta televisão
Permaneça internectado neste pensamento volátil
Saliente nestes devaneios babiloucos e segregados

Findo meu teclado já danificado pelo vírus de sebo
Estriquinizado na leitura deste oco de mato e rio
Cortarei teu cabo com meus apropriados dentes
Dando começo ao resto do meio que passa a ser fim

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