quarta-feira, 7 de maio de 2008

Olhar Profundo, aponta uma mente circunspecta,
diria estar num querer de falta de vontade;
O que alimenta minha cólera? Interrogando-se-ia ele.
Colérico, escarra mundo afora, virulando a tudo,
num imenso tropeçar.

É muita vontade de não-contrariação?
Mas que necessidade de triunfo é essa,
pergunta-se de si para si,
fruto de uma reflexão posterior.

No ato um embaraço;
se envergonha e se aflige.
Não mais quer;
Não mais ousa;
Não mais exagera,
se ar pletórico afunda-o;

Sua natureza emerge e assombra-o
com tamanha verdade:
Não mais pode negar-se;
Não mais pode fingir.

Cede, acusando-se de tamanho infortúnio.
A melancolia assalta-o tomando-lhe a bastilha;
Já não quer mais resistir, e de fácil combate
a tristeza se apodera.

Deveria mergulhar-se, eternamente,
na reificação do constrangimento?
Tal trabalho à memória não escapa,
mas é preciso digerir, alguém lhe diz,
mas quem?
Alguém.

Mais do que a aflição de não ter ido até o fim,
prefere a estupidez da conclusão,
então a dor de um irmão!

(George Diniz)

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