sexta-feira, 6 de junho de 2008

De sentir

Meu amar é assim
Ver e gostar e querer e amar sem fim
Num piscar de luz
Num ultrapassar de carro
Num abrir de sorriso
Assim é meu amar
Com facilidade (sem dificuldades)
Sem impor condições
Sem medir tamanho
Com força e brilho

Este amar acanhado e menino
Contenta-se apenas com sua boca sorrindo
Fácil e molhada e desejosamente
Feliz como num anúncio
Amar humilde
Mesmo sendo para outro
Ou sendo num retrato
Ou num relance esparso

Mas para mim
Homem de amores sem fim
Sua boca foi o mero princípio
Sem dor, sem doçura
Tornou-se uma insana loucura
Estampada nos muros, nos folhetos
Nas faces, nos postes
É algo que corre a galope
Respira ofegante em meus ouvidos
É sombra dum alvoroço
Fome com nome e sem salvação

Pois não me ama
Não me quer
Não me gosta
Sequer me vê

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