quinta-feira, 19 de junho de 2008

Ode ao acaso

O destino é um embriagado guiado por um cego.
Já o cego, por sua vez, tenta, a todo custo, em flashes de relampejo,
imiscuir o mínimo de sobriedade no embriagado convicto do destino.
Ledo engano, infrutíferas tentativas...
Se a melhor coisa da vida é o inesperado,
por que privar-nos, senhor guia cego, dessa inteira ausência de previsibilidade?
Afinal, há sacrilégio mais profano que prever a sua existência ante a um mundo infinito de possibilidades impossíveis?
Já exaltava Horácio, o hedonista reacionário, carpe diem, ou “colha o dia”,
antes que a fruta apodreça no cacho, sem jamais ter sido desfrutado o seu néctar.

(Tiago Carneiro_KT)

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