segunda-feira, 9 de junho de 2008

Amazona


Meu programa é te filmar
É te ver fumar cigarro
Cara de santa enquanto traga
Cara de ânsia enquanto serve a cerveja
O modo de limpar o canto da boca
Sugere estar dando um selinho
Você me invoca

O que te faz tão vadia?
Seria a distância?
Pode ser minha antropofagia
A mania de comer com os olhos
Achando néctar na rua suja
Entretanto
Tua saiazinha te entrega
Tem um corte sacana
Imagino tua penteadeira
As coisas que traz na bolsa
Teus dilemas
Por ser uma morena loira

Teu celular toca
Precisava desta deixa
Cai na risada e o bar é todo teu
Não bastava eu
Morena loira ardilosa
É do tipo que não fecha a porta
Deixa a braguilha aberta
Usa sutiã sem alça
E costuma sair sem calcinha

Aonde vou te encontro
Sempre só
Fumando
Bebendo
Rindo
Falando alto
Em breve faremos um estudo etnográfico
Me dirá coisas que nem imagino

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