terça-feira, 17 de junho de 2008

Beldade, beldade

Quando iria tê-la nos braços?
Moça bonita, de testa altiva e olhar pensativo,
Circunspecta e tristonha como eu.
Por que nunca reparastes em sua volta.
Nunca estavas nas festas do clube!
E a cada dia, a cada manhã,
Mais encantadora se tornava.
E linda e enigmática passavas.
Algumas vezes olhou-me e pareceu cumprimentar-me.
Na verdade, nunca notara a minha presença.
Parecia não ter ninguém, como eu.
Apaixonado andava.
E a moça passando, lindamente passando,
Indiferente.

E a moça foi ficando monótona,
Arrebatadora e cansativa,
Tediosa, romântica e chata,
No seu encanto, na sua tristeza,
Passando, passando.

(José Carlos Berbert da Silva)

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