O sonho suscita anamnese
O inverno, a neve, o busú
Olho e já não enxergo mais
Não há objetivos, não há metas
O adiar passa a perturbar
e os dias continuam a esperar
O êxtase.
Na moral, prefiro o parto.
Parir um texto, cagar constipado.
Catar os cacos de existência (...)
Feito faca cega, pedinte
Sem malícia, porém obstinada.
Apenas eu.
Refabricou-se a matéria
Transubstanciando o eu
Só agora eu sei
Como faca no pão
Cortar sem cortar-se.
Viver sofrendo,
antes de sofrer sem viver.
O olhar psicanalítico, perspicaz.
De Lince, vestido de luneta.
Busca algo, ao léu.
Sem lógica, com uma certeza:
Fará falta.
Prag - Berlin, 01.02.2009
http://www.vestido-de-luneta.blogspot.com/
domingo, 8 de fevereiro de 2009
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