terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Manisfesto em Favor da Ética e Discrição

Aprioristicamente é de suma importância explanar as finalidades desta declaração. O intuito é consagrar, a patamar máximo, o respeito nas relações profissionais. É meio pelo qual, a voz de um único aluno, se faz ouvir no seio acadêmico. Por isto aufere igualdade substancial em secular relação hierárquica Alunos versus Professor.
Institucionalmente o corpo docente é dotado de algumas prerrogativas. Instrumento hábil a desenredar e multiplicar os conhecimentos merece inefável respeito e consideração.
Quiçá esta forma de expressão é a única via eficaz de direito de resposta e quem sabe de conscientização geral. Vale ressaltar que o fim aqui colimado é homenagear a dignidade da pessoa humana pelo uso da ética e da discrição profissional. É, assaz, conclamar que nenhuma superioridade hierárquica deve afadigar o processo de sedimentação intelectual.
Conquanto faz-se necessário excomungar anátemas de domínio público e notórios. Logo, é impossível consentir, embora do lado hipossuficiente da relação, sucessivas e reiteradas vexações.
Todavia a crítica, aqui delineada, resume-se a aspecto peculiar. Não cabe, portanto, adentrar em seara estritamente profissional ao revés neste ponto é intato o saber jurídico, a competência e o afinco no cotidiano acadêmico. Contudo a labuta, às vezes, se faz árdua e as decepções ao longo de uma carreira por vezes maculam o ideal perseguido. A este não concerne, de fato, a desconfiança exacerbada, a inflexibilidade demasiada e a contumaz acidez em sala de aula.
Ocorre que o infausto que vos fala é considerado um péssimo aluno. Foi, assim, julgado pelas provas colhidas na pasta funcional, isto é: um péssimo histórico escolar foi suficiente para denegrir de imediato a pessoa alheia.
É pertinente tamanha sanção?
E como se não bastasse, questões familiares e particulares vieram à tona em discurso eloqüente, porém dissonante, prolatado frente a duas turmas reunidas num sábado de sol.
O motivo? Tudo em face de um ato-falho: vir de bermuda em pleno sábado. Mas o óbvio é que a norma universitária é sabida por todos. E alegar desconhecimento não é meio para se escusar nem, tampouco, é o objetivo. Ao invés é admitir o erro. Porém por este ou qualquer pecado o aluno não deve ser transmutado a uma via crucis.
Então é registrada neste documento a premente necessidade de ética e discrição. Isto não quer dizer tolerância. Mas na aplicação das sanções cabíveis aos supostos incultos e péssimos alunos não está o deboche nem a execração pública. Destarte o simples fato de pedir licença a um aluno mal trajado não constitui ofensa alguma. Não obstante explicitar perante a turma questões pessoais e até familiares é um mal-uso das prerrogativas funcionais. E é este o único ponto reprovável e lamentável em excelente profissional. Ademais, não citado para utilizar-se dos mesmos subterfúgios consignados em classe quando referências pessoais são escarafunchadas, porém sem denominá-las objetivamente.
Através, então, deste instrumento é escopo primaz conjurar atitudes inócuas e até prejudiciais ao aprendizado. Jamais será meio de confronto, galhofa ou qualquer injuriação. Ao contrário a gana, aqui entoada, é pela abolição de meios, porventura anti-éticos, na casa guardiã do saber que é a Universidade.
(Saulo Silva)

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