Noite cansada,
Daquelas que não se descansa.
Engraçado: um tanto calma,
Um tanto criança.
Agonia Teimosa,
Que não abandona - denota
O sintoma;
Quer o peito se soltar - algo o
Aperta;
Expandir suavemente,
Que tanto sente
E nada à aliviar.
Ah, noite algoz, que
Não me desprende;
Se impõe qual o ar,
Me insufla e fazGirar;
Seu gozo é confundir-me;
Quer, de novo, iludir-me,
Feito ardor logo
À passar.
Sabe o quanto sofro?
Minha tênue esperança,
Venha logo, sutil
Lembrança,
Me arremate à dor
Maior.
Se sofrer é meu destino
Canto-o alto, em desatino,
Lívido, louco
À assustar.
Canto ela, a doçe e bela,
Que se engana,
Em não saber.
O meu peito todo constrido,
Agora é mar,
É expandido;
Quer te abarcar,
Ó, anjo perdido.
Não se atrevia,
Pois era mouco;
Era medroso,
Um tanto corvo,
Esse garoto - meu coração.
Com tanto receio...
Hesitanto,
Nenhum anceio...
Acreditanto,
Qual dor de outrora
Não existir.
Criança abandonada,
Quer se entender;
Ouvir-se em nada...
Adormecer;
Quer avançar,
Mas à passos curtos,
Pois é tão tímido - um pequeno
Urso,
Que hibernando,
Em tempos longínquos
Negou-se amar.
Agora sofre,
Para completar;
Se esquivou
Enganando-se;
Confuso se encontra,
Por não provar.
Tenta conter-se,
Mas não há
Saída;
Não há segredo,
Não leve à sério;
Se é novidade,
Se agarre ao mistério.
Ora, não vê que tu complicas?
É do verbo,
este indefinido.
Amar não é algo,
senão indistinto;
É pura incerteza
Em sua essência,
Está em seu ser,
Ó, grande risco.
Queira saber,
pobre coração,
que tal poder
grandioso aluscina;
Sua força vêm do mistério,
Doçe que fascina;
Queira eu não me atrever
à entender-te,
Nobre sina,
Mas seja louco
à ousar te provar.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
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