sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Esclarecimento: escrevo com certa frequência e frequentemente encontro escritos esquecidos. Segue outro!


Comemora
Se vê fartura a tua frente
- Vê usura
Se sente tanta felicidade
- Sente necessidade
Se bebe o imo do fruto
- Bebe tudo

Ri teu riso sobre o abismo

Nega a dor
A dor venérea

E ama teus homens sem paixões
Sem canhões

A escuridão da mata vacila
Mas tu se manténs inteira

Ri
Pois a mesa está posta

Quanto a mim
Além de tratar dos descrentes
Cuido também dos amargurados

Pois riem de nós
Proprietários da impropriedade

Se vemos fartura
Vemos usura
Se vemos felicidade
Vemos necessidade
Se vemos o fruto
Vemos o imo

E tentamos amar o ignorante
E tentamos ressuscitar o amargurado
E tentamos não nos abater

Ri
Mas não nega que meu riso é transparente
Não nega que minha dor é venérea
Não nega que lutamos por razões diferentes

Ri
E continua

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