Me rendo
Após os poemas
Seguidos de silêncio
Rendo-me à poesia
Pano das noites caladas
Bilro confesso
Rendo palavras
Encarnando-as de força
Noando-as - desmanchar de fantasias
Rendo
Remoções
Me remendo
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Magistrado profere decisão em forma de verso
Fonte: um e-mail desses!
O Juiz de Direito Afif Jorge Simões Neto, da 2ª Turma Recursal Cível, proferiu voto em forma de verso, em julgamento realizado na manhã dessa quarta-feira (21/1). A ação, que tramitou perante o Juizado Especial Cível da Comarca de Santana do Livramento, trata de pedido de indenização por dano moral.
O autor da ação, patrão do CTG Presilha do Pago, afirmou ter sido ofendido em sua honra pessoal durante pronunciamento feito por Conselheiro Fiscal da 18ª Região Tradicionalista durante o uso da tribuna livre da Câmara de Vereadores. O ofensor teria dito que o Patrão não prestava conta das verbas públicas recebidas para a realização de eventos. Salientou que as afirmações foram publicadas também no jornal local A Platéia. O réu negou as ofensas.
A decisão no Juizado Especial Cível de Livramento condenou o Conselheiro ao pagamento de R$ 1,5 mil. Houve recurso à Turma Recursal. Para o relator, a ofensa não aconteceu (veja integra do voto abaixo). Os Juízes Eduardo Kraemer e a Leila Vani Pandolfo Machado acompanharam o voto do relator, reformando a decisão de 1º Grau para negar o pedido de indenização.
"Este é mais um processo
Daqueles de dano moral
O autor se diz ofendido
Na Câmara e no jornal.
Tem até CD nos autos
Que ouvi bem devagar
E não encontrei a calúnia
Nas palavras do Wilmar.
Numa festa sem fronteiras
Teve início a brigantina
Tudo porque não dançou
O Rincão da Carolina.
Já tinha visto falar
Do Grupo da Pitangueira
Dançam chula com a lança
Ou até cobra cruzeira.
Houve ato de repúdio
E o réu falou sem rabisco
Criticando da tribuna
O jeitão do Rui Francisco
Que o autor não presta conta
Nunca disse o demandado
Errou feio o jornalista
Ao inventar o fraseado.
Julgar briga de patrão
É coisa que não me apraza
O que me preocupa, isso sim
São as bombas lá em Gaza.
Ausente a prova do fato
Reformo a sentença guerreada
Rogando aos nobres colegas
Que me acompanhem na estrada.
Sem culpa no proceder
Não condeno um inocente
Pois todo o mal que se faz
Um dia volta pra gente.
E fica aqui um pedido
Lançado nos estertores
Que a paz volte ao seu trilho
Na terra do velho Flores."
O Juiz de Direito Afif Jorge Simões Neto, da 2ª Turma Recursal Cível, proferiu voto em forma de verso, em julgamento realizado na manhã dessa quarta-feira (21/1). A ação, que tramitou perante o Juizado Especial Cível da Comarca de Santana do Livramento, trata de pedido de indenização por dano moral.
O autor da ação, patrão do CTG Presilha do Pago, afirmou ter sido ofendido em sua honra pessoal durante pronunciamento feito por Conselheiro Fiscal da 18ª Região Tradicionalista durante o uso da tribuna livre da Câmara de Vereadores. O ofensor teria dito que o Patrão não prestava conta das verbas públicas recebidas para a realização de eventos. Salientou que as afirmações foram publicadas também no jornal local A Platéia. O réu negou as ofensas.
A decisão no Juizado Especial Cível de Livramento condenou o Conselheiro ao pagamento de R$ 1,5 mil. Houve recurso à Turma Recursal. Para o relator, a ofensa não aconteceu (veja integra do voto abaixo). Os Juízes Eduardo Kraemer e a Leila Vani Pandolfo Machado acompanharam o voto do relator, reformando a decisão de 1º Grau para negar o pedido de indenização.
"Este é mais um processo
Daqueles de dano moral
O autor se diz ofendido
Na Câmara e no jornal.
Tem até CD nos autos
Que ouvi bem devagar
E não encontrei a calúnia
Nas palavras do Wilmar.
Numa festa sem fronteiras
Teve início a brigantina
Tudo porque não dançou
O Rincão da Carolina.
Já tinha visto falar
Do Grupo da Pitangueira
Dançam chula com a lança
Ou até cobra cruzeira.
Houve ato de repúdio
E o réu falou sem rabisco
Criticando da tribuna
O jeitão do Rui Francisco
Que o autor não presta conta
Nunca disse o demandado
Errou feio o jornalista
Ao inventar o fraseado.
Julgar briga de patrão
É coisa que não me apraza
O que me preocupa, isso sim
São as bombas lá em Gaza.
Ausente a prova do fato
Reformo a sentença guerreada
Rogando aos nobres colegas
Que me acompanhem na estrada.
Sem culpa no proceder
Não condeno um inocente
Pois todo o mal que se faz
Um dia volta pra gente.
E fica aqui um pedido
Lançado nos estertores
Que a paz volte ao seu trilho
Na terra do velho Flores."
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Andarilho I
Poeta Saulo Silva
Olha o tempo
Nem chuva, nem sol
Olha a vida
A sede, as feridas
Olha a magia
Todo instante é dia
Nascer e morrer
Atreva-se a viver
Transforme o tédio
Em alegria...
Esqueça o irrelevante
Deixe a melancolia
Suba naquela arvore
Tente novamente...
Mais tarde
Será tudo mais lentamente
Por isso cante
Depois plante
A terra e a semente
Serão suas amigas
Grite o mais alto
Não pare e pare
Escute o silêncio
E seus passos
Andarilho do cotidiano
Corredor do asfalto!!!
Olha o tempo
Nem chuva, nem sol
Olha a vida
A sede, as feridas
Olha a magia
Todo instante é dia
Nascer e morrer
Atreva-se a viver
Transforme o tédio
Em alegria...
Esqueça o irrelevante
Deixe a melancolia
Suba naquela arvore
Tente novamente...
Mais tarde
Será tudo mais lentamente
Por isso cante
Depois plante
A terra e a semente
Serão suas amigas
Grite o mais alto
Não pare e pare
Escute o silêncio
E seus passos
Andarilho do cotidiano
Corredor do asfalto!!!
Ao meu pai
Não amo porque quero
Amo porque amo
E porque reflito
E sinto os olhares que ninguém sabe dizer
Mas não porque quero
Ou espero
Mas sim, porque vejo
E sinto os corpos que dizem sem saber
Amo a única certeza
Por que amar?
Por que parir?
Senão
Para dizer de olhos sinceros a emoção terna de sentir
Amo com afeto
E todo ele vai além de mim
Pois se não for o amar
Qual será a verdadeira razão de existir?
Amo porque amo
E porque reflito
E sinto os olhares que ninguém sabe dizer
Mas não porque quero
Ou espero
Mas sim, porque vejo
E sinto os corpos que dizem sem saber
Amo a única certeza
Por que amar?
Por que parir?
Senão
Para dizer de olhos sinceros a emoção terna de sentir
Amo com afeto
E todo ele vai além de mim
Pois se não for o amar
Qual será a verdadeira razão de existir?
Encontro com gente, converso, falo de poesia. Outro dia encontrei Edinho Gouveia - poeta, fizemos um poema e agendamos o quebra-pote do quebra-bunda!
Leio a pilha de lixo
entre os dedos dos pés
deitado em uma cama de hospício
enxergo títulos de autores mal-vistos
Wilhelm Reich, Allan Poe, Baudelaire,
Paulo Garcez de Sena, Carlos Anísio Melhor,
Ametista Nunes...
xxxxxxxxxxxxxxxx
Poemas de Edinho Gouveia
"Derby e Hollywood"
estava tão solitário
que acendi dois cigarros
pra me fazer companhia
"Num bar de madrugada"
dois rapazes no banheiro masculino
um rapaz no banheiro feminino
será que algúm deles é viado
talvez, mas na história real
dois deles estavam cheirando pó
e um cansou de achar ocupado
Leio a pilha de lixo
entre os dedos dos pés
deitado em uma cama de hospício
enxergo títulos de autores mal-vistos
Wilhelm Reich, Allan Poe, Baudelaire,
Paulo Garcez de Sena, Carlos Anísio Melhor,
Ametista Nunes...
xxxxxxxxxxxxxxxx
Poemas de Edinho Gouveia
"Derby e Hollywood"
estava tão solitário
que acendi dois cigarros
pra me fazer companhia
"Num bar de madrugada"
dois rapazes no banheiro masculino
um rapaz no banheiro feminino
será que algúm deles é viado
talvez, mas na história real
dois deles estavam cheirando pó
e um cansou de achar ocupado
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Poetiza Maria Cecília e poetiza...
Mergulha nesse mar de letras
e faz-se homem!
Inacabado é teu ser...
Mergulha neste livro aberto, nesse mar repleto, nesse mar imenso
Imenso conhecimento!
Contempla esse mar esverdeado
Lê o teu livro calado
pois em harmonia estão seus pensamentos
e os ventos desse mar sedento
sedento de leitores como ti, de poetas como ti...
Põe-se o sol dos teus olhos
e vive só de ler
e fim!
e faz-se homem!
Inacabado é teu ser...
Mergulha neste livro aberto, nesse mar repleto, nesse mar imenso
Imenso conhecimento!
Contempla esse mar esverdeado
Lê o teu livro calado
pois em harmonia estão seus pensamentos
e os ventos desse mar sedento
sedento de leitores como ti, de poetas como ti...
Põe-se o sol dos teus olhos
e vive só de ler
e fim!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Mahatma Gandhi
Fonte: Loro Doido
Quem deserta das coisas materiais mostra boa vontade- mas não prova verdadeira compreensão.
Por que foge?
Por que deserta?
Porque se sente fraco e receia cair; mas o temor é escravizante.
Plenamente liberto e livre é somente o homem que, depois de se consolidar definitivamente no mundo espiritual, volta ao mundo material sem se materializar; o seu reino não é daqui, mas ele ainda trabalha aqui, como se fosse o mais profano dos profanos.
Somente um homem plenamente espiritual pode admitir aparências de materialidade sem desmentir a sua espiritualidade.
De um homem que nada espera do mundo, tudo pode o mundo esperar.
Quem deserta das coisas materiais mostra boa vontade- mas não prova verdadeira compreensão.
Por que foge?
Por que deserta?
Porque se sente fraco e receia cair; mas o temor é escravizante.
Plenamente liberto e livre é somente o homem que, depois de se consolidar definitivamente no mundo espiritual, volta ao mundo material sem se materializar; o seu reino não é daqui, mas ele ainda trabalha aqui, como se fosse o mais profano dos profanos.
Somente um homem plenamente espiritual pode admitir aparências de materialidade sem desmentir a sua espiritualidade.
De um homem que nada espera do mundo, tudo pode o mundo esperar.
Agonia - Poeta: Kleuber Medeiros
Wilhelm Reich
Trecho extraído do seu livro "Escute, Zé-ninguém!":
E para os ditadores e tiranos, os astuciosos e malévolos, os abutres e hienas, protesto com as palavras de um antigo sábio:
Plantei neste mundo o estandarte de palavras sagradas.
Muito depois de estar murcha a palmeira
e de se ter esfarelado a rocha;
muito depois de monarcas deslumbrantes
terem desaparecido como o pó de folhas secas,
mil arcas levarão minha palavra
pelos dilúvios afora:
Ela prevalecerá.
Poesia de Pobre
Fonte: um e-mail desses!!!
Uma obra prima da poesia brasileira, composta por uma aluna do Colégio Bom Conselho (Fortaleza-CE).
Pássaro de rico é canário,
pássaro de pobre é urubu,
rabo de rico é ânus,
e rabo de pobre é cú.
Moça rica é bacana,
moça pobre é xereta,
a periquita da rica é vagina,
a da pobre é buceta.
Rico correndo é atleta,
pobre correndo é ladrão,
ovo do rico é testículo,
e do pobre é culhão.
A esperança do rico vem,
a do pobre já se foi,
a filha do rico menstrua,
a do pobre fica de boi.
O rico usa bengala,
o pobre usa muleta,
o rico se masturba,
o pobre bate punheta.
Mas a vida é assim mesmo,
seja no norte ou no sul,
o rico toma champanhe
e o pobre toma no cú.
Uma obra prima da poesia brasileira, composta por uma aluna do Colégio Bom Conselho (Fortaleza-CE).
Pássaro de rico é canário,
pássaro de pobre é urubu,
rabo de rico é ânus,
e rabo de pobre é cú.
Moça rica é bacana,
moça pobre é xereta,
a periquita da rica é vagina,
a da pobre é buceta.
Rico correndo é atleta,
pobre correndo é ladrão,
ovo do rico é testículo,
e do pobre é culhão.
A esperança do rico vem,
a do pobre já se foi,
a filha do rico menstrua,
a do pobre fica de boi.
O rico usa bengala,
o pobre usa muleta,
o rico se masturba,
o pobre bate punheta.
Mas a vida é assim mesmo,
seja no norte ou no sul,
o rico toma champanhe
e o pobre toma no cú.
sábado, 17 de janeiro de 2009
Êêê melancolia arruinada...
Lamento Sertanejo
Composição: Dominguinhos / Gilberto Gil
Por ser de lá
Do sertão, lá do cerrado
Lá do interior do mato
Da caatinga e do roçado
Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigo
Eu quase que não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado
Por ser de lá
Na certa, por isso mesmo
Não gosto de cama mole
Não sei comer sem torresmo
Eu quase não falo
Eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão, boiada caminhando à esmo
Composição: Dominguinhos / Gilberto Gil
Por ser de lá
Do sertão, lá do cerrado
Lá do interior do mato
Da caatinga e do roçado
Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigo
Eu quase que não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado
Por ser de lá
Na certa, por isso mesmo
Não gosto de cama mole
Não sei comer sem torresmo
Eu quase não falo
Eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão, boiada caminhando à esmo
Falando de Eu...
Sem título
Composição: Folclore Baiano
Eu sou uma fruta gogoia
Eu sou uma moça
Eu sou calunga de louça
Eu sou uma jóia
Eu sou a chuva que molha
Que refresca bem
Eu sou o balanço do trem
Carreira de Tróia
Eu sou a tirana bóia
Eu sou o mar
Samba que eu ensaiar
Mestre não olha
Composição: Folclore Baiano
Eu sou uma fruta gogoia
Eu sou uma moça
Eu sou calunga de louça
Eu sou uma jóia
Eu sou a chuva que molha
Que refresca bem
Eu sou o balanço do trem
Carreira de Tróia
Eu sou a tirana bóia
Eu sou o mar
Samba que eu ensaiar
Mestre não olha
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
(foto: Mariva Tomé)
\
/
Meus eus, cansados de mim,
Acertam um encontro
Desejam conversar, auscultar os pensamentos
E entender por que o ser de fora
Acertam um encontro
Desejam conversar, auscultar os pensamentos
E entender por que o ser de fora
Não corresponde aos eus de dentro
.
E resolvem formar uma roda
Voltam-se para o centro, apesar de um eu voltar-se para fora
Mas antes de iniciarem a discussão
O Anarquista implica: Eu me oponho ao referendo!
.
“Bem mal começamos e apareça a pomba da discórdia!”
Observa o Nojento, enquanto outros indagam:
Não é possível...
Assim não dá...
Quem ele pensa que é...
As vozes se intercalam
A palestra ganha ares de zona de guerra – reunião de condomínio
Ninguém pede silêncio, nem mesmo aparentam quer
Apenas um eu assiste à turba calado
Você pra cá, você pra lá...
E velhas amizades afloram rapidamente
Ao passo que inimizades agudas logo se aprofundam
E nisso a roda já está desfeita
E já se vão formando pequenos grupos
Minhas meninas, coitadas, correm para um canto
Meus guris irrequietos dão as mãos
Um eu adormece em resignação
O Velho descansa a cabeça sobre a bengala
Seus olhos vidrados refletem, tão somente, amores encarcerados
Observa o Nojento, enquanto outros indagam:
Não é possível...
Assim não dá...
Quem ele pensa que é...
As vozes se intercalam
A palestra ganha ares de zona de guerra – reunião de condomínio
Ninguém pede silêncio, nem mesmo aparentam quer
Apenas um eu assiste à turba calado
Você pra cá, você pra lá...
E velhas amizades afloram rapidamente
Ao passo que inimizades agudas logo se aprofundam
E nisso a roda já está desfeita
E já se vão formando pequenos grupos
Minhas meninas, coitadas, correm para um canto
Meus guris irrequietos dão as mãos
Um eu adormece em resignação
O Velho descansa a cabeça sobre a bengala
Seus olhos vidrados refletem, tão somente, amores encarcerados
...
Foi-se o clima cordial, o desejo de auto-conhecimento
Foi-se o clima cordial, o desejo de auto-conhecimento
Sobram os vários blocos ouriçados contra-atacando
Num inassistível jogo de repetidas palavras
Que não tem fim, que não tem tempo
.
Então
Numa dada hora
Numa dada hora
Entra o Palhaço - olhos de melancia
Chega decidido a acabar com o furdunso
E distribui a cada eu um balão
E senta no colo daquele que odeia intimidade
Enquanto saboreiam seus balões coloridos
E alisam e trocam e furam e amarram e furtam
Vê-se flutuar um certo eu por detrás dos meus
Chega decidido a acabar com o furdunso
E distribui a cada eu um balão
E senta no colo daquele que odeia intimidade
Enquanto saboreiam seus balões coloridos
E alisam e trocam e furam e amarram e furtam
Vê-se flutuar um certo eu por detrás dos meus
Que sobe e sobe e fica olhando-os admirados
.
E o Capitalista imediatamente confabula: quem é este que voa sozinho?
Mas que pergunta boba – retruca o Palhaço
Aquele eu é o Poeta, como não o reconhece?
Deixe que vá tranquilo, está sempre a voar e a ver
Deixe que vá tranquilo, está sempre a voar e a ver
O que nenhum de nós compreenderia em séculos
domingo, 11 de janeiro de 2009
Nova manifestação em defesa da Palestina
No próximo dia 14, quarta-feira, será realizada uma nova manifestação em solidariedade ao povo Palestino. Será às 10:30 horas , na Av. Tancredo Neves, em Frente às Torres Gêmeas, onde fica a representação diplomática dos Estados Unidos. Terá a participação do Cebrapaz, ACJM-Bahia, deputados e vereadores de vários partidos, representações partidárias, sindicatos, centrais sindicais, movimento estudantil, profissonais liberais, movimento social. Vamos fazer um esforço coletivo para que seja uma grande manifestação.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Noite Severina (Lula Queiroga e Pedro Luís)
Corre calma Severina noite
De leve no lençol que te tateia a pele fina
Pedras sonhando pó na mina
Pedras sonhando com britadeiras
Cada ser tem sonhos a sua maneira
Cada ser tem sonhos a sua maneira
Corre alta Severina noite
No ronco da cidade uma janela assim acesa
Eu respiro seu desejo
Chama no pavio da lamparina
Sombra no lençol que tateia a pele fina
Sombra no lençol que tateia a pele fina
Ali tão sempre perto e não me vendo
Ali sinto tua alma flutuar do corpo
Teus olhos se movendo sem se abrir
Ali tão certo e justo e só te sendo
Absinto-me de ti, mas sempre vivo
Meus olhos te movendo sem te abrir
Corre solta suassuna noite
Tocaia de animal que acompanha sua presa
Escravo da sua beleza
Daqui a pouco o dia vai querer raiar
Esclarecimento: escrevo com certa frequência e frequentemente encontro escritos esquecidos. Segue outro!
Comemora
Se vê fartura a tua frente
- Vê usura
Se sente tanta felicidade
- Sente necessidade
Se bebe o imo do fruto
- Bebe tudo
Ri teu riso sobre o abismo
Nega a dor
A dor venérea
E ama teus homens sem paixões
Sem canhões
A escuridão da mata vacila
Mas tu se manténs inteira
Ri
Pois a mesa está posta
Quanto a mim
Além de tratar dos descrentes
Cuido também dos amargurados
Pois riem de nós
Proprietários da impropriedade
Se vemos fartura
Vemos usura
Se vemos felicidade
Vemos necessidade
Se vemos o fruto
Vemos o imo
E tentamos amar o ignorante
E tentamos ressuscitar o amargurado
E tentamos não nos abater
Ri
Mas não nega que meu riso é transparente
Não nega que minha dor é venérea
Não nega que lutamos por razões diferentes
Ri
E continua
Comemora
Se vê fartura a tua frente
- Vê usura
Se sente tanta felicidade
- Sente necessidade
Se bebe o imo do fruto
- Bebe tudo
Ri teu riso sobre o abismo
Nega a dor
A dor venérea
E ama teus homens sem paixões
Sem canhões
A escuridão da mata vacila
Mas tu se manténs inteira
Ri
Pois a mesa está posta
Quanto a mim
Além de tratar dos descrentes
Cuido também dos amargurados
Pois riem de nós
Proprietários da impropriedade
Se vemos fartura
Vemos usura
Se vemos felicidade
Vemos necessidade
Se vemos o fruto
Vemos o imo
E tentamos amar o ignorante
E tentamos ressuscitar o amargurado
E tentamos não nos abater
Ri
Mas não nega que meu riso é transparente
Não nega que minha dor é venérea
Não nega que lutamos por razões diferentes
Ri
E continua
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Guerra de fim de ano,
de ano novo,
ao longo dos anos.
.
Vermelhas marcas no calendário,
sangue,
nos livros, nas mesas de reunião,
no desacordo,
nas faixas, nas insígnias, nos templos...
.
Guerra em tempo real,
os mortos aos vivos,
a dor ao silêncio,
a oração ao vento,
os mortos aos vivos,
a dor ao silêncio,
a oração ao vento,
a poeira de volta ao chão.
.
Guerra da terra,
sobre ela o fogo,
sobre ela o fogo,
água política,
ar de cataclismo.
.
E precipitam mísseis cifrados,
nos peregrinos,
nas escolas,
cabeças e tetos e buracos,
cabeças e tetos e buracos,
enfermeiras e fuzis e reações.
.
Crianças em Guerra,
o monstro faz-se ouvir,
são criadas, teleguiadas,
paus e pedras – estilingue de metal.
.
Guerra aguda,
histórica,
o sol não se apaga,
a sombra do muro se prolonga,
a morte amola os dentes.
E xingue
Sofro e não sofro
Brasil pode levar 87 anos para igualar salários de homens e mulheres
Ivan Richard
Da Agência Brasil Em Brasília
Estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, divulgado nesta terça-feira (16) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mostra que, se as políticas de igualdade de gênero não forem aceleradas, serão necessários 87 anos para igualar salários de homens e mulheres.
A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, comemorou a redução das desigualdades entre homens e mulheres, mas reconheceu que é preciso acelerar o ritmo de implementação das políticas."Desde as últimas Pnads [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios], temos tido notícias boas e más em relação às desigualdades das mulheres. As boas é que existe redução das desigualdades no Brasil. A mais importante seria que diminuiu a diferença salarial entre homens e mulheres", disse a ministra. "A má é que a velocidade não é a que queremos. Se fizermos uma regra de três simples, projetando os dados da Pnad para o futuro, levaríamos 87 anos para superar a diferença salarial entre homens e mulheres", lamentou.Na avaliação do presidente do Ipea, Marcio Pochmann, as desigualdades de gênero estão diminuindo no país, mas ainda são "acentuadas". Segundo ele, a diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho são conseqüência dos modelos agrícola e pecuário que o país viveu no passado. Para acabar com as desigualdade, disse Pochmann, é preciso que as políticas afirmativas sejam de Estado, portanto, contínuas, e não apenas de governos.O estudo analisou 11 blocos temáticos sociais para traçar um perfil das desigualdade de raça e gênero no país. Entre os aspectos analisados estão mercado de trabalho, população, saúde, habitação e Previdência Social.
Da Agência Brasil Em Brasília
Estudo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, divulgado nesta terça-feira (16) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mostra que, se as políticas de igualdade de gênero não forem aceleradas, serão necessários 87 anos para igualar salários de homens e mulheres.
A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, comemorou a redução das desigualdades entre homens e mulheres, mas reconheceu que é preciso acelerar o ritmo de implementação das políticas."Desde as últimas Pnads [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios], temos tido notícias boas e más em relação às desigualdades das mulheres. As boas é que existe redução das desigualdades no Brasil. A mais importante seria que diminuiu a diferença salarial entre homens e mulheres", disse a ministra. "A má é que a velocidade não é a que queremos. Se fizermos uma regra de três simples, projetando os dados da Pnad para o futuro, levaríamos 87 anos para superar a diferença salarial entre homens e mulheres", lamentou.Na avaliação do presidente do Ipea, Marcio Pochmann, as desigualdades de gênero estão diminuindo no país, mas ainda são "acentuadas". Segundo ele, a diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho são conseqüência dos modelos agrícola e pecuário que o país viveu no passado. Para acabar com as desigualdade, disse Pochmann, é preciso que as políticas afirmativas sejam de Estado, portanto, contínuas, e não apenas de governos.O estudo analisou 11 blocos temáticos sociais para traçar um perfil das desigualdade de raça e gênero no país. Entre os aspectos analisados estão mercado de trabalho, população, saúde, habitação e Previdência Social.
Filósofo italiano integra grupo de pensadores da UFBA
O escritor e filósofo italiano Antonio Negri é o novo integrante do grupo internacional de pensadores que vai debater sobre a UFBA e seu projeto Universidade Nova, em 2009. Negri foi convidado na segunda-feira, 29, pelo reitor Naomar de Almeida Filho, para integrar o grupo ao lado de pensadores como Ângela Davis, Renato Janine Ribeiro, Boaventura Santos, Michel Mafessouli e Alan Coulon. Negri aceitou o convite dizendo-se "honrado". Autor de "Império", poderoso manifesto anti-globalizaçã o, Toni Negri visitou a UFBA aproveitando sua passagem de férias por Salvador. O reitor também interrompeu suas férias para receber o visitante, homem de postura simples considerado um dos principais filósofos políticos marxistas italianos. Iconoclasta e desdenhoso em relação ao pós-modernismo, Negri tem forte militância política anos 60 e 70. Preso várias vezes na Itália sob suspeita de ser o ideólogo das Brigadas Vermelhas, conseguiu provar inocência sobre quase todas as acusações. Mesmo assim foi condenado a longa pena em um controverso processo de subversão contra o Estado italiano. Atualmente Toni Negri vive em Veneza e divide seu tempo entre Roma e Paris, onde faz seminários no Colégio Internacional de Filosofia e na Universidade Paris I. Além de "Império", escreveu "Multidão", na seqüência de críticas ao processo de globalização.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Poetas: Eu e o neto do Jânio, o Josemar Quadros
O Vidigal parece coberto pelas areias de Ipanema,
Já em Copa, a galera no teleférico
Se esforça para pegar neve do lado de fora.
As maravilhas do Rio não estão mais nas belas praias,
O Rio de Janeiro fica feio se chove,
Mas quando o Pão de Açúcar explode,
Toda a cidade fica forrada de neve,
E o povo alegre esquia os morros sobre o papelão.
...
Cada descida equivale a uma subida,
Cada rasgada joga um pouco de neve na cara,
E o Rio se mostra tal e qual um confeito,
Embalado e sortido de montes perfeitos.
...
O Corcovado apresenta-se como o pico mais nevado,
Donde se tem a neve mais pura e consagrada.
O Vidigal parece coberto pelas areias de Ipanema,
Donde o poeta inspira e se inspira, com ou sem pena.
Do Leme ao Pontal, faz-se um passeio surreal.
Já em Copa, a galera no teleférico
Se esforça para pegar neve do lado de fora.
As maravilhas do Rio não estão mais nas belas praias,
O bom é subir o morro e descer carregado da neve açucarada.
Ao Duka Souto, com K e sem L
Nada vezes nada,
em certa parte da noite
um reclame
Um menino,
na friagem da poça,
não vê refletida a estrela
Tudo, tudo, tudo tão escuro,
mãos escuras, teto preto,
o papelão furado de medo
Novamente, cola a pedra no fumo,
seu estado de crueza,
caído na extra-oficialidade da penumbra.
em certa parte da noite
um reclame
Um menino,
na friagem da poça,
não vê refletida a estrela
Tudo, tudo, tudo tão escuro,
mãos escuras, teto preto,
o papelão furado de medo
Novamente, cola a pedra no fumo,
seu estado de crueza,
caído na extra-oficialidade da penumbra.
Poeta: George diniz
Noite cansada,
Daquelas que não se descansa.
Engraçado: um tanto calma,
Um tanto criança.
Agonia Teimosa,
Que não abandona - denota
O sintoma;
Quer o peito se soltar - algo o
Aperta;
Expandir suavemente,
Que tanto sente
E nada à aliviar.
Ah, noite algoz, que
Não me desprende;
Se impõe qual o ar,
Me insufla e fazGirar;
Seu gozo é confundir-me;
Quer, de novo, iludir-me,
Feito ardor logo
À passar.
Sabe o quanto sofro?
Minha tênue esperança,
Venha logo, sutil
Lembrança,
Me arremate à dor
Maior.
Se sofrer é meu destino
Canto-o alto, em desatino,
Lívido, louco
À assustar.
Canto ela, a doçe e bela,
Que se engana,
Em não saber.
O meu peito todo constrido,
Agora é mar,
É expandido;
Quer te abarcar,
Ó, anjo perdido.
Não se atrevia,
Pois era mouco;
Era medroso,
Um tanto corvo,
Esse garoto - meu coração.
Com tanto receio...
Hesitanto,
Nenhum anceio...
Acreditanto,
Qual dor de outrora
Não existir.
Criança abandonada,
Quer se entender;
Ouvir-se em nada...
Adormecer;
Quer avançar,
Mas à passos curtos,
Pois é tão tímido - um pequeno
Urso,
Que hibernando,
Em tempos longínquos
Negou-se amar.
Agora sofre,
Para completar;
Se esquivou
Enganando-se;
Confuso se encontra,
Por não provar.
Tenta conter-se,
Mas não há
Saída;
Não há segredo,
Não leve à sério;
Se é novidade,
Se agarre ao mistério.
Ora, não vê que tu complicas?
É do verbo,
este indefinido.
Amar não é algo,
senão indistinto;
É pura incerteza
Em sua essência,
Está em seu ser,
Ó, grande risco.
Queira saber,
pobre coração,
que tal poder
grandioso aluscina;
Sua força vêm do mistério,
Doçe que fascina;
Queira eu não me atrever
à entender-te,
Nobre sina,
Mas seja louco
à ousar te provar.
Daquelas que não se descansa.
Engraçado: um tanto calma,
Um tanto criança.
Agonia Teimosa,
Que não abandona - denota
O sintoma;
Quer o peito se soltar - algo o
Aperta;
Expandir suavemente,
Que tanto sente
E nada à aliviar.
Ah, noite algoz, que
Não me desprende;
Se impõe qual o ar,
Me insufla e fazGirar;
Seu gozo é confundir-me;
Quer, de novo, iludir-me,
Feito ardor logo
À passar.
Sabe o quanto sofro?
Minha tênue esperança,
Venha logo, sutil
Lembrança,
Me arremate à dor
Maior.
Se sofrer é meu destino
Canto-o alto, em desatino,
Lívido, louco
À assustar.
Canto ela, a doçe e bela,
Que se engana,
Em não saber.
O meu peito todo constrido,
Agora é mar,
É expandido;
Quer te abarcar,
Ó, anjo perdido.
Não se atrevia,
Pois era mouco;
Era medroso,
Um tanto corvo,
Esse garoto - meu coração.
Com tanto receio...
Hesitanto,
Nenhum anceio...
Acreditanto,
Qual dor de outrora
Não existir.
Criança abandonada,
Quer se entender;
Ouvir-se em nada...
Adormecer;
Quer avançar,
Mas à passos curtos,
Pois é tão tímido - um pequeno
Urso,
Que hibernando,
Em tempos longínquos
Negou-se amar.
Agora sofre,
Para completar;
Se esquivou
Enganando-se;
Confuso se encontra,
Por não provar.
Tenta conter-se,
Mas não há
Saída;
Não há segredo,
Não leve à sério;
Se é novidade,
Se agarre ao mistério.
Ora, não vê que tu complicas?
É do verbo,
este indefinido.
Amar não é algo,
senão indistinto;
É pura incerteza
Em sua essência,
Está em seu ser,
Ó, grande risco.
Queira saber,
pobre coração,
que tal poder
grandioso aluscina;
Sua força vêm do mistério,
Doçe que fascina;
Queira eu não me atrever
à entender-te,
Nobre sina,
Mas seja louco
à ousar te provar.
DOUTORADO NA PUC - TEMA: 'PREGUIÇA BAIANA'
'Preguiça baiana' é faceta do racismo. A famosa 'malemolência' ou preguiça
baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida na PUC. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro anos.
A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de 'festa eterna'.
Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. 'Quem se diverte é o turista', diz a antropóloga.
O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas, que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatórios contra os negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.
O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista. A imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite portuguesa, que considerava os escravos indolentes e preguiçosos, devido às suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do
serviço (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão????).
Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do que propriamente baianos), taxando-os como desqualificados, estabelecendo
fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de 'proteção' dos seus empregos.
Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da imagem. 'Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma especiaria que a Bahia oferece para o Brasil', diz Elisete. Até Caetano se
contradiz quando vende uma imagem e diz: 'A fama não corresponde à realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em qualquer lugar do mundo'.
Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente 'Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.'
O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na América latina.
Para tirar as conclusões acerca da origem do termo 'preguiça baiana', a antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento dos trabalhadores em empresas. O estudo comprovou que o calendário das festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O
feriado de carnaval na Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também. A única diferença é no São João (dia 24 /06), que é feriado em todo o norte e nordeste (e não só na Bahia).
Em fevereiro (Carnaval) uma empresa, cuja sede encontra-se no Pólo Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na filial citada)..
Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e foi a única do Brasil).
Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados 'desocupados' (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13°
lugar.
baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida na PUC. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro anos.
A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de 'festa eterna'.
Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. 'Quem se diverte é o turista', diz a antropóloga.
O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas, que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatórios contra os negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.
O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista. A imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite portuguesa, que considerava os escravos indolentes e preguiçosos, devido às suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do
serviço (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão????).
Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do que propriamente baianos), taxando-os como desqualificados, estabelecendo
fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de 'proteção' dos seus empregos.
Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da imagem. 'Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma especiaria que a Bahia oferece para o Brasil', diz Elisete. Até Caetano se
contradiz quando vende uma imagem e diz: 'A fama não corresponde à realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em qualquer lugar do mundo'.
Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente 'Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.'
O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na América latina.
Para tirar as conclusões acerca da origem do termo 'preguiça baiana', a antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento dos trabalhadores em empresas. O estudo comprovou que o calendário das festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O
feriado de carnaval na Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também. A única diferença é no São João (dia 24 /06), que é feriado em todo o norte e nordeste (e não só na Bahia).
Em fevereiro (Carnaval) uma empresa, cuja sede encontra-se no Pólo Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na filial citada)..
Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e foi a única do Brasil).
Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados 'desocupados' (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13°
lugar.
MUDE (Clarice Lispector)
Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos. Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros, Viva outros romances. Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo...
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