sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Destinada aos espíritos malditos ou sem cura


E sob o pé no deserto um galho seco
e de tão aberta a palma da mão
por não haver uma gota de água
rego de sangue a sombra no chão

quebro cacos colados de um saveiro
o vento leva o pó ao seio da razão
miragens me cercam por inteiro
cavalgo a calda de um escorpião

praguejo contra a palavra do meu desejo
um carrossel de suor embaçou-me a visão
lambo a areia num puro lampejo
para cada loucura há uma explicação

de joelhos aceito que o sol me seque
trincar a pele, serei um lagarto rastejante
do que me vale um oásis ou um pileque
se carrego a dor dos demais viajantes

Um comentário:

Pablo disse...

Caralho!
não sei o que dizer dessa poesia meu filho, tô atordoado, as palavras tão se repetindo descordenadamente na minha memória, tô encantado!
Queria elogiar, mas parece dificil dizer qualquer coisa interessante depois de ler essa poesia. Você deve estar num momento de inspiração, deixe eu ler o resto!!