sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Nada vezes nada



Escrever sobre o que,
se nada me vem à mente?
Seria o nada um tema recorrente?
Nunca escrevi de cabeça fazia.
Será hoje o dia!

Meu computador em nada me inspira
As conversas ao meu redor causam-me surdez
Um som de telefone estridente/alumínio
A gota de suor que escorre nas minhas costas
É isso, falarei sobre o calor que sinto.

“Que calor é esse?”
Escuto essa frase todo dia.
Não falo sobre o calor que umedece a palma das mãos
Refiro-me àquele que inunda os poros
Esfria a pele cálida do meio-dia
Dá vida ao mundo, mas que nada!

Prefiro versar sobre o nada do Brasil
Aquele que mora nas instituições de ensino
Usado nos discursos políticos
Nada de prisão para os “cabeças”
O repetido incessantemente nos telejornais
Consumido viciosamente por quem o sente
Utilizado na saúde pública
Distribuído aos esfomeados
O que resta da mata atlântica
Presente nas resposta do grande Presidente
Reivindicado por parte da sociedade
Equipamento, treinamento, salário para a polícia
Serviços de boa qualidade para a população
Improbidade administrativa não falta
Descaso com os povos indígenas
Empregado no combate ao desemprego
Nula imparcialidade do Poder Judiciário
Tortura, grupos de extermínio, favelas
Entra Presidente, sai Presidente e nada de mudança!

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