segunda-feira, 16 de março de 2009


, então direi nestes termos:

A jovem denota estar distraída
Ao deitar-se de bruços apreciando as pancadas do mar.

No entanto, o mar é somente o fundo do seu verdadeiro pensamento,
Ela espia meu contorcionismo
A fim de percebê-la mais intimamente
E faz-se perceber amplamente
Afastando aos milímetros seus joelhos forrados de areia.

Alheada,
Apetece-a o desejo de manter-me escravo -
Apanhado e apanhando apenas para olhá-la,
Apetecê-la,
Tipo eunuco abanando a ama saída do banho.

No entanto, estou ali por livre encanto e pleno deleite,
Vendo o vento arrepiar-lhe os miúdos cabelos,
Refrescando suas partes, temperando-a!
Vendo o caminhar das nuvens sobre suas costas,
Ambicionando suas formas, aventurando adentrar-lhe o epicentro.

É como se estivesse nua
Atrás duma parede de vidro,
Num pôster, num desfile,
Ou em qualquer outra situação na qual entendemos a magistral função dos olhos.

Seria como se estivesse algemado na cama
E ela executando uma massagem tailandesa,
Estapeando-me, cobrando que a olhasse nos olhos.

Nestes termos,
A jovem é malvada,
Desumana, mesquinha!

Um comentário:

Xis disse...

À um grande colega, cara de ator de Hollywood,

Não posso deixar que a vida me limite ao medo.
Eu sou o limite de mim mesmo,
o oco, o avesso preenchido.

Sou o tudo e o nada.
Tudo que a mim desejo.
Sou aquilo que sonho
Sou hoje o que fiz ontem.