sábado, 12 de setembro de 2009



Moça das monções
Intérprete das intempéries
Rosa do reisado

Borboleta cujo bater das asas destrambelha as tensões

Mãe das cartas cuja sorte faz do homem um rei

Ave de canto de vôo de plumagem

Arquétipo da fêmea
da orquídea
da manhã

amora... aroma... aurora

despertar e delirar dum querer espontâneo
que intriga os sentimentos brandos
e subverte os restantes

admirar e conceber dos encantos da mulher
sem caprichos ou falsas construções
com divino charme e esplêndida mina

desventura, desenlace, desiderato

união de
olhos vastos e calmos
boca aberta e precipitada
cheiro doce e seco
corpo e cólera
ventos e fala

tu,
a desconhecida perceptível demais
por demais conquistadora
incrivelmente incandescente
indecente, indelével, indecifrável

de irrealizável olvidar
de implexo descrever
de inesgotável sonhar

e o que mais?
já não pretendo imaginar!

Um comentário:

Pablo disse...

Joao,
Estou meio sensível ultimamente, posso dizer que no momento estou completamente parcial, e como eu gosto de você e do que você escreve e fazia tempo que eu nao lia suas letras, foi fácil se amarrar nessa poesia. Essas tripletas ordenadas, ornamentadas e conectadas e incandecentes, inclusive indecentes (amora, aroma, aurora)..; curti.
Abraço