quinta-feira, 24 de março de 2011

ao pablito: regra excessiva

a arte moderna é angustiante?
o homem moderno é angustiado?
alguém nos paga para sofrer?
somos românticos e católicos?
onde poderia simplesmente sorrir?
felicidade é a solução?
cresço quando choro?
que tamanho tenho agora?

Não busquei justificativas
Ouço passos

Nem o encanto
Sigo pássaros

Nem a animalidade
Sinto o vento

Nem a fraqueza
Imagino amor

Desculpas e arrependimento
Ceifariam a magia

faca de ponta



Carruagem, carruagem
O vento sobe a ladeira de barro
As árvores empretecem a noite
E nada muda
Os cavalos vêem melhor

Nas orações pela chuva boa
Esqueceram de citar a garoa da manhã criança
Hora dos cavalos quentes fumaçarem
Pelo pêlo e pelo bafo aflito
Seus e de seus guias

É lua nova, Sinhô?
É cheia, são as rodas cortando as gargantas de areia
Um sussurro não se ouve
Se espera um grito:
Liberdade negra, liberdade